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14 de outubro de 2017

Casa dos Pita (18) - Viana do Castelo


foto retirada do blogue: olharvianadocastelo.blogspot.com

Descrição:

Brasão de Arma constituído em granito e o seu formato é de Português ou boleado, com escudo esquartelado de I - Caldas (invertido); II - Barbosa (mal representado); III - Pinto; IV - Veloso (?) ou Malafaia (?) ou Pitas (?)
Com elmo voltado à dextra e sobre o mesmo, o Timbre de Barbosa.


foto retirada do blogue: olharvianadocastelo.blogspot.com

Casa dos Pitas

Esta casa urbana, construída junto ao Terreiro, obedece a uma tipologia comum no século XVII, desenvolvendo-se em planta rectangular de 2 pisos, provavelmente construída entre os anos de 1649 e 1652 e apresenta um estilo revivalista manuelino e barroco.
No centro da fachada, entre as suas janelas, aparece um brasão de formato Português ou boleado. 

Esta casa,  descrita na obra de "Casas de Viana Antiga", refere:
" A curiosa "Casa dos Pita" da rua do cais (hoje Prior de Crato) pertenceu a Gaspar Caldas Lobo, nos principios da guerra de Carlos III, de Espanha.
Era filho de Manuel Caldas Barbosa e de Dona Maria da Cunha, sua prima e filha de Braz Leite Pita, senhor do morgado dos Pita, de Caminha, e de Luísa da Cunha Fagundes.
(...) Casou Gaspar Caldas com Dona Francisca Josefa Pita, dos Pita de Caminha, como sua sogra.
Dos vários filhos que tiveram nenhum atingiu a idade adulta. Depois da morte do recolheu-se a sua viúva no Convento de Sant'Ana onde finou em 1732, ficando sepultada no Capítulo do Convento.
A irmã de Gaspar Caldas, Dona Leonor, casada com Manuel Barbosa de Araújo, da Casa da Picinha e do Couto de Capareiros, também não houve geração, de forma que a Casa do Cais - com pedra de armas dos Barbosa, Pintos, caldas e Velosos (?), Malafaias (?) ou Pitas (?) - passou às mãos dos Pitas de Caminha, e pela designação de "Casa dos Pitas" é agora vulgarmente conhecida. (...)"


Viana do Castelo - Origens:

"A ocupação humana da região de Viana remonta ao Mesolítico, conforme o testemunham inúmeros achados arqueológicos (anteriores à cidadela pré-romana) no Monte de Santa Luzia.
A povoação de Viana recebera a Carta de Foral, de Afonso III de Portugal em 18 de Julho de 1258, tendo passado a chamar-se Viana, da Foz do Lima.
Até à sua elevação a cidade em 20 de Janeiro de 1848, a actual Viana do Castelo chamava-se simplesmente "Viana" (também referida como Viana da Foz do Lima" e "Viana do Minho", para diferenciá-la de Viana do Alentejo.
Na cidade - que cresceu ao longo do rio Lima - podem ser observados os estilos renascentistas, manuelino, barroco e Art Deco. Na malha urbana destaca-se o centro histórico, que forma um circulo delimitado pelos vestígios das antigas muralhas. Aqui cruzam-se becos e artérias maiores viradas para o rio Lima, e destacam-se a antiga Igreja Matriz, que remonta ao séc. XV, a Capela da Misericórdia (séc. XVI), a Capela das Almas, e o edifício da antiga Câmara Municipal, na Praça da Monarquia (antiga Praça da Rainha), com uma fonte em granito do séc. XVI."
Para além deste Património arquitectónico no pequeno núcleo citadino vislumbram-se casas típicas dessas épocas e com as características e ornamentos aos estilos atrás mencionados.
Dessas casas aparecem pedras de armas afixadas nas fachadas, sendo distribuídas por casas tradicionais, por casas nobres e apalaçadas, cujas personagens justificaram a mercê dada pelo seu rei, quer por actos em prol do País, quer em prol da benemerência e interesses locais ou por razões politicas.
No pequeno núcleo histórico circunscrito entre a linha férrea e o rio Lima e por pequenos passeios pedonais realizados pessoalmente pelo seu interior se destacaram e se recolheram um bom punhado de Brasões, de Heráldica de Família, que se pretende abordar e mostrar neste blogue.
Dos 27 brasões referenciados no mapa, alguns não foram encontrados neste pequeno passeio efectuado em dia e meio, de uma pequena estada naquela linda cidade.  A recolha mereceu também em buscas de sites locais que me ajudaram a enriquecer este projecto de inventariação de brasões de família no núcleo antigo desta cidade.
Provavelmente haverá ainda outros por descobrir nessas pequenas vielas e ruas, e encobertas em muitas casas que apresentam características muito especiais, à sua época a que cada uma delas terá sido edificada. Vislumbramos, portas e janelas lindamente executadas em granito, do barroco ao manuelino, muitas casas ainda sustentam nos seus beirais gárgulas de todos os feitios e igualmente outras pedras de armas, nacionais e da cidade.
À medida que se apresenta cada peça de armas, e sempre que possível, será abordada a descrição da pedra de armas e de uma pequena história, da casa ou da família, efectuada pela recolha na internet e especialmente no blogue "olharvianadocastelo.blogspot" e da obra "Casas de Viana Antiga" que merecem uma especial atenção e um elogio de relevo por se dedicarem exclusivamente ao concelho e à cidade.

Esquema geral da localização das Pedras de Armas de Família - Viana do Castelo

Listagem:
1 - Casa dos Monfalim (séc. XVII/XVIII) - Gaveto do Passeio das Mordomas da Romaria com a Rua Nova de Santana
2 - Casa da Barrosa (séc. XVIII) - Rua Manuel Espregueira, n.º 87
3 - Casa dos Abreu Coutinho (séc. XVIII (?)) - Largo Vasco da Gama
4 - Casa dos Melo e Alvim (séc. XVI) - Av. Conde da Carreira
5 - Capela da Casa da Carreira (séc. XVIII) - Rua dos Bombeiros
6 - Casa dos Werneck (séc. XIX) - Av. Conde da Carreira, n.º 6
7 - Casa dos Pimenta da Gama ou Casa da Piedade (séc. XVIII) - Rua Mateus Barbosa, n.º 44
8 - Casa do Campo da Feira (séc. XVIII) - Largo 5 de Outubro, n.º 64
9 - Casa dos Sousa Meneses - Rua Manuel Espregueira, n.º 212
10 - Casa da Vedoria (séc. XVII) - Rua Manuel Espregueira, n.º 152
11 - Casa da Carreira (séc. XVI) - Passeio das Mordomas da Romaria
12 - Casa Costa Barros (séc. XVI) - Rua S. Pedro, n.º 28
13 - Casa dos Aranha Barbosa - Rua da Bandeira, n.º 174
14 - Casa Barbosa Maciel (séc. XVIII) - Largo S. Domingos
15 - Casa dos Malheiro Reymão (séc. XVIII) - Rua Gago Coutinho e Praça das Couves
16 - Palácio dos Cunhas (séc. XVIII) - Rua da Bandeira
17 - Casa do Pátio da Morte - Rua da Bandeira, n.º 203
18 - Casa dos Pita (séc. XVII) - Rua Prior do Crato, n.º 56
19 - Hospital Velho (séc. XV) - Rua do Hospital Velho
20 - Casa dos Torrados - Av. Luis de Camões, n.º 19
21 - Casa dos Sá Sottomaior - Praça da Republica, n.º 42
22 - Casa dos Agorretas - Gaveto da Rua dos Rubins com Rua Manuel Espregueira
23 - (família desconhecida) - Travessa da Victória, n.º 8
24 - Casa de João Velho ou Casa dos Arcos - Largo do Instituto Histórico do Minho
25 - Casa dos Medalhões, gaveto da Rua do Poço com Largo da Matriz
26 - Casa do Alpuím, Passeio das Mordomas da Romaria
27 - Casa dos Pereira Cirne - Rua da Bandeira, n.º 219
28 - Casa dos Boto e Calheiros - Rua da Bandeira, n.º 124 

fontes retiradas de:
- http://torredorelogio.com
- http://www.igogo.pt
- http://olharvianadocastelo.blogspot.pt
- Obra "Casas de Viana Antiga", de Maria Augusta d'Alpuím e de Maria Emília de Vasconcelos

2 comentários:

  1. Boa noite,
    Em Caminha existe uma casa ou solar conhecido como a casa dos Pitas de Caminha que tem na fachada um brasão .
    Após a ponte de Caminha existe uma capela conhecida como a capela Nossa Senhora da Ajuda que também tem brasão e segundo consta também é da família dos Pitas de Caminha.
    Pergunte-lhe, se porventura sabe, qual o motivo de aparecer nos ditos brasões elementos alusivos aos Andrade e encimando o brasão da capela, existir uma coroa e não um busto de cavaleiro.
    Se não souber não faz mal, é só questão de tempo até descobrir alguém que saiba.
    Fico-lhe desde grato pela atenção.
    Casimiro Pereira

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  2. Caro Casimiro, a PdA de Viana não contempla o apelido de Andrade, não impedidindo que não pertença à mesma familia do de Caminha. Contudo não estudei as familias a elas afetas, mas fiz, sim, apenas um inventário com um pequeno historial das pedras da cidade de Viana com um pequeno historial. Na peça onde refere o apelido de Andrade, com certeza que o nobre que recebeu a comenda do rei (ou rainha) à época, teria no seu nome esse apelido. Já no que concerne à coroa é um simbolo de nobreza em que o rei lhe terá ofertado na sua carta de nobreza, e por essa razão não aparecer um simbolo (imagem) sobre o escudo. Essa coroa de nobreza pode variar, pode ser Conde, Barão, Marquês, ou até da realeza caso assim o fosse.
    Obrigado pelo contacto,

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