NOTA: A quem consulte e aprecie este blogue e possa contribuir com comentários, críticas ou correcções têm a minha consideração.
Aqueles que por seu entendimento, possam ser proprietários de alguns elementos fotográficos, e pretendam a retirada dessa foto, agradeço que me seja comunicada para evitar constrangimentos pessoais.

Obrigado.

22 de janeiro de 2012

Brasão da Casa da Agrela, Duas Igrejas

Rua da Agrela, Duas Igrejas, Paredes - Portugal

O brasão desta fotografia por ter um formato em paralelograma perfeito, com os quatro lados iguais, é designado de Lisonja. Na heráldica portuguesa e da maioria dos países europeus é o formato de escudo privativo das senhoras que não sejam titulares ou chefes de família.
Não tenho conhecimento da existência de outro brasão familiar feminino no País e por isso entendo ser importante transmitir e expor um simbolo tão raro.
Embora este brasão se insira na frontaria da casa, existe um outro, noutra entrada lateral, com outra titularidade.
Do que há memória a casa e quinta pertenceu ao Capitão António José Ribeiro Leal, natural do Porto, tendo casado com Joana Aurélia da Silva,
Esta Quinta da Agrela, com solar brasonado e capela, ainda existentes, foi herança do primeiro matrimónio do Capitão António José Ribeiro Leal com a senhora Dona Miquelina de Sousa Coelho de Barbosa, filha do Capitão Domingos de Sousa Rodrigues e de Dona Maria Clara Rosa Coelho de Barros e Barbosa.
Provavelmente a sua titularidade vem da linhagem feminina, dos antepassados dos Coelho Barbosa, no 2º quadrante - os Coelho e 4º quadrante - os Barbosa, conforme se comprova.
Verifica-se que no 1º e 3º quadrante (parte esquerda de quem vê) se encontra sem qualquer simbolo familiar, significa que a representante seria solteira e que seria o local que adaptaria o nome de seu esposo. Já na parte direita de quem visualiza, representam os nomes dos seus pais.

Em 5/1/2014, através do facebook, Francisco Gama, acrescenta o seguinte.

" Esta casa pertenceu a Miquelina Coelho Barbosa, natural de Deus Igrejas. Casou com o capitão António José Ribeiro, natural da freguesia da Vitória, Porto, faleceu a 22/01/1856 em Duas Igrejas, filho de António José Ribeiro Leal e de sua mulher Ana Joaquina S. Boaventura, moradores na rua de Trás, freguesia da Vitória. Tiveram pelo menos uma filha Francisca Carolina Leal que casou com um Narciso José Moreira Lopes. Não sei se este casal foi dono da casa. Sei que o dito capitão casou e 2ª núpcias com Joana Aurélia da Silva, natural da freguesia de Santo Ildefonso, faleceu a 25/05/1883 em Duas Igrejas, filha de Estevão António da Silva e de sua mulher Mariana Felizarda da Costa, moradores na rua do Almada, Porto".
Agradeço as informações prestadas, pois ajudam a incluir mais informação a estas casas e brasões.

18 de janeiro de 2012

Candeeiro interessante - Porto

Rua das Flores, 171 a 177, Vitória, Porto - Portugal
Este candeeiro é uma peça com caracteristicas interessantes. Pena é que a foto teve "pouca luz" e saiu sombria. Numa oportunidade darei mais realce.




Eis a versão "com luz" de um candeeiro com destaque numa rua da cidade...e por outro angulo visual.

16 de janeiro de 2012

Sepulturas medievais - Bitarães


Rua da Igreja de Bitarães, Bitarães, Paredes - Portugal

Encontram-se expostas 2 peças medievais em redor da Igreja Matriz de S. Tomé, em Bitarães. Esta é uma delas onde se vislumbra o recorte na pedra de granito, com a silhueta de um corpo humano para ser sepultado no seu interior.

8 de janeiro de 2012

Orgão do Mosteiro de Arouca

Av. 25 de Abril, Arouca - Portugal

De acordo com as fontes documentais, foi fundado na primeira metade do século X, como um pequeno mosteiro habitado por uma comunidade religiosa sob a invocação de São Bento de Núrsia.
Recebeu carta de couto no século XII, período que definiu o carácter de centralidade deste cenóbio na vida política e administrativa da região. Desde 1154 passou a ser habitado apenas por religiosas.
A sua importância revigorou-se com o padroado da Beata Mafalda de Portugal, efémera rainha de Castela, que aqui viveu entre 1220 e 1256. Filha de Sancho I de Portugal e de Dulce de Aragão, em 1215 foi celebrado o contrato de seu casamento com Henrique de Castela. Diante do falecimento deste, porém, com 13 anos, Mafalda regressou a Portugal sem que o casamento se houvesse consumado, mas com o título de rainha. Seu pai, doou-lhe o Mosteiro de Arouca. Mafalda faleceu em 1 de maio de 1256, e encontra-se sepultada em Arouca.
Em termos materiais, foram muitas as dádivas do seu erário que transitaram para o domínio da instituição e terá sido por sua vontade que a comunidade monástica adoptou, em 1226, a regra de São Bernardo de Claraval, sendo como mosteiro cisterciense da ala feminina que se registaram os principais passos da sua história.
Ao longo de sua existência secular, o mosteiro viveu períodos de grande desafogo económico que, de algum modo, se reflectiram na procura de peças artísticas de grande qualidade, boa parte das quais ainda se mantêm.
Na época moderna o conjunto foi reconstruído e ampliado desde o final do século XVII. Um grande incêndio destruiu grande parte do mosteiro em 1725, tendo os trabalhos de reconstrução se estendido até aos últimos anos do século XVIII, conferindo-lhe a sua actua feição. Entre os artistas que contribuíram para o seu brilho, destacam-se Diogo Teixeira, Carlos Gimac e Miguel Francisco da Silva.
Mafalda foi beatificada em 1792.
Com a extinção das ordens religiosas no país (1834), o convento e todo o seu património passaram para o Estado Português. Às freiras que viviam no convento manteve-se o direito de residência até ao falecimento da última, que ocorreu em 1886. A partir de então, os seus bens transitaram para a Fazenda Pública, abrindo-se um período de utilizações diversas deste amplo conjunto edificado. Manteve-se, contudo, o espólio artístico, recolhido no Museu de Arte Sacra, entretanto aí instalado.
Da construção original apenas chegaram até nós algumas pedras aproveitadas numa parede do edifício dos séculos XVII e XVIII.
Em nossos dias o IPPAR tem vindo a proceder a pequenas obras de recuperação e restauro, indispensáveis e preparatórias da grande empreitada em agenda, e que visa modernizar o Museu de Arte Sacra, implementar um modelo de gestão que garanta a qualidade e a continuidade dos serviços a prestar, e dar novo impulso ao Centro de Estudos, constituído em torno do espólio documental de D. Domingos de Pinho Brandão.

Esta foto foi tirada no final das obras do ultimo restauro do órgão (ver canto superior direito) de tubo do Mosteiro, tendo sido investidos 380 mil euros, e cujo concerto de inauguração desse restauro teve lugar em Maio de 2009, Arouca ficou mais valorizada no seu património e com excelentes condições para promover eventos culturais com este rara peça da organaria portuguesa.




1 de janeiro de 2012

Cruzeiro com Cruz de Malta, Cete


Largo de Nª. Srª. do Vale, Cete, Paredes - Portugal
A ermida da Senhora do Vale teve origem numa construção românica do século XIV da qual restam, ainda, alguns elementos, como o arco triunfal que, no interior, articula a nave com a capela-mor. A fachada, antecedida por uma galilé com púlpito de cantaria, é marcada pela abertura de um portal em ogiva, com duas arquivoltas assentes em colunas de capitéis decorados e pedra de fecho com uma representação figurativa.
A classificação inclui, apenas, o cruzeiro que lhe é fronteiro e que deveria ser contemporâneo da primitiva ermida do século XIV. É uma estrutura muito simples, que se desenvolve sobre três degraus circulares. A coluna, de fuste hexagonal termina numa cruz de Malta de dimensões consideráveis.
Não se sabe se o cruzeiro definia apenas um espaço religioso no exterior da ermida, ou se a imponente cruz de Malta que o remata impunha visualmente o domínio efectivo desta Ordem na região. A verdade é que, ainda hoje, a monumentalidade deste símbolo se impõe, face a uma pequena ermida de grande depuração e, certamente, objecto de intervenções ao longo das centúrias.