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17 de novembro de 2013

Documento de José Guilherme Pacheco, 1858 - Paredes




O documento, aqui exposto, apresenta uma disposição legal de um acto proveniente de direito de servidão.
Como poderão verificar este documento foi redigido pelo, então, advogado, Dr. José Guilherme Pacheco, no ano de 1858, tendo-se formado em Coimbra em 1852, e exercido a sua actividade de advogado nesta cidade de Paredes durante 30 anos. 
Esta figura publica irá tornar-se emblemática nesta cidade por tudo o que fez e transformou o Concelho, tendo-se dedicado à politica tornando-se Presidente da Câmara entre 1864 e 1871.
Ficou conhecido pelo "Rei de Paredes" pelas suas fortes influências no governo e no país em favor do desenvolvimento deste concelho.


transcrição do texto:

"Nas servidoes prediais de caminho compete ão dono do predio dominante praticar todos os actos inhretes á sua servidão com tanto que a não torne mais gravosa para o servicente, aquem confere tambem não o embaraçar no seu exercicio, mas não pode soffrer perigosos que lh'a onerem.
Assim a servidão que Anna Coelho, viuva, do lugar de Figueira de Porta, freguesia de Baltar, for pelo Campo grande de Manoel Luis d'Almdª. do lugar do Areal tambem da m.ma freguesia, visto que a quelle de proposito e com dollo lh'a ter na mais incommoda e danoza, prepassando depois de sementados os fitos pondo Mel. Luis d'Almeida, senhor do predio servicente intentar o mais competente para obrigar a attendida viuva a afolhar e sementar conjuntamente, para evitar o incomodo de servidão, e por certo o hade obter pois é corrente esta doutrina.
Paredes, 2 de Janeiro de 1858"
José Guilherme Pacheco 

16 de novembro de 2013

Paço Episcopal do Porto - escadaria



Largo da Sé, freguesia da Sé, Porto - Portugal
O Paço Episcopal está considerado como o edifício mais emblemático da cidade, a nível do seu património arquitectónico.
A sua história está sobejamente divulgada e actualmente é utilizada pelo bispado da cidade. Outrora, para além das actuais funções de edifício habitacional e centro administrativo religioso, também foi biblioteca e câmara da cidade.
A sua arquitectura com inícios barrocos e influências nasonianas tem como centro das atenções a sua escadaria.
Revela a conjugação do barroco com o neoclássico: estuques com laçarias, fitas, medalhões, grinaldas,etc..., com pormenores em granito de excelência.
A sua simbologia usada ao longo do escadório é de iconografia religiosa, com pinturas a têmpera e fresco sobre estuque, para além de janelas de fachada com enorme grandiosidade e a culminar nos seus topos frontões trabalhados com primor.
Para o seu acesso, atravessa-se um amplo vestíbulo até ao encontro com a grandiosa escadaria que se abre num amplo patamar e se divide em outros dois lanços de escadas, paralelos e que nos conduzem a um portal de frontão interrompido.
No seu topo uma clarabóia exemplar de qualidade rara.
A história deste edifício está ligada ao bispo D. João Rafael de Mendonça que toma posse do bispado do Porto, em 1771, após um período de Cede Vacante e encontra a cidade em transformação e neste contexto a velha residência episcopal não servia a este bispo que, então, manda edificar um novo e grandioso palácio.
De fortes influências nacionais e nobiliárquica, toma a decisão da sua construção sem deixar o seu cunho: o brasão. Esta marca aparece em variados locais, no exterior e no seu interior, e principalmente na fachada principal da casa sobre o portal principal. 
Infelizmente a sua vaidade e a sua ostentação não lhe vai permitir ver a conclusão da sua obra, falecendo em 1793.
Vale a pena visitar esta relíquia patrimonial da cidade do Porto, mas infelizmente as suas portas não estão abertas ao publico e ao turismo corrente. Será necessário ser agendado atempadamente com as devidas autorizações e por organizações credenciadas.
Assim vai a cultura e o turismo....

12 de novembro de 2013

Brasão do Conde de Lagoaça em cemitério -Porto





Cemitério da Lapa (1ª Divisão, 5ª secção), freguesia de Cedofeita, concelho do Porto - Portugal

Leitura do Brasão:
            Material: Granito
            Escudo: Francês ou quadrado
            Formato: Partido
            Leitura: I - Antunes (de Simão Antunes)
                        II - Navarro
            Coronel: de Conde
            Timbre: de Antunes
            Diferença: uma brica de .... com farpão
            Cores:
                        I - de vermelho, uma cidade de prata, murada em roda, com uma porta de negro na    frente;
                  II - de azul, com dois lobos de ouro, passantes, em sobre o outro, e bordadura de vermelho, carregada de oito aspas de ouro;
            
António José Antunes Navarro (Lagoaça, 11 de Julho de 1803 - 17 de Julho de 1867) foi fidalgo da Casa-Real, por decreto-lei de 30 de Janeiro de 1862, politico português como deputado às Cortes e par do Reino, ascendeu a Presidente da Câmara do Porto entre 1860 e 1867.
Nesse período mandou instalar os primeiros mictórios públicos da cidade, medida extremamente inovadora do ponto de vista sanitário, e que mereceram a alcunha de "vespasianas" mas que o povo designou de "lagoaças".
Após visita à cidade do rei D. Pedro V, em 2 de dezembro de 1859, este agraciou-o com o título de Visconde de Lagoaça e posteriormente por D. Luís I, Conde de Lagoaça, a 31 de Outubro de 1866 e por carta em 6 de Novembro de 1866.
Foi também agraciado com a Grã Cruz da Ordem de Nossa Senhora de Guadalupe, no México, e comendador de Nossa Senhora da Conceição, de Vila Viçosa  e de S. Maurício e S. Lázaro, da Sardenha, esta ultima concedida pelo Rei Carlos Alberto, aquando do seu exílio na cidade do Porto.
Pouco antes de falecer concede o título de Visconde a um sobrinho, Júlio de Castro pereira, filho de José António Castro Pereira, deputado e fidalgo da Casa Real e de sua mulher, Dona Antónia Margarida Antunes Navarro, sua irmã.
http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=67544&fview=e