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24 de junho de 2015

Freitas Fortuna - Cemitério da Lapa




jazigo no cemitério da Lapa, Porto

Este jazigo está edificado no cemitério da Lapa e pertence à família de José António Freitas Fortuna cuja aquisição e construção terá sido adquirida naquela Irmandade pelo seu pai, João António de Freitas Júnior, em 6 de Novembro de 1856.
Em 20 de Janeiro de 1887, foi apreciada na sessão da Mesa Administrativa uma petição de José António Freitas Fortuna na qual requeria que lhe fosse dada posse do jazigo de seu pai e que somente fossem lá sepultados, ele, José António Freitas Fortuna (1840-13/8/1899) e sua mulher, Isabel Maria da Conceição Ribeiro da Silva e Freitas e ainda seu irmão e médico, Dr. Vicente Urbino de Freitas e sua mulher, Maria das Dores Basto Sampaio Freitas. E que perpétuamente ficassem juntas estes seis cadáveres, incluindo os de seu pai e de sua mãe.
Camilo Castelo Branco tinha como amigo indefectível José António Freitas Fortuna e esta amizade fraterna teve como propósito felicidade do escritor, que em 15 de Julho de 1889, numa das muitas cartas que, pela mão de Ana Plácido escreveu de Lisboa a Freitas Fortuna, Camilo diz textualmente: " O meu querido Freitas aceitou com ternura fraternal a oferta do meu cadáver..."
Camilo, foi, em vida, um amigo da Venerável Irmandade da Nª. Senhora da Lapa, desta cidade, ainda antes de se por a hipótese de vir a ser sepultado no cemitério. Esta observação prende-se pelo tom carinhoso com que escreveu, em 1868, nas páginas do "Gazeta Litteraria do Porto", contra o seu normal temperamento critico, sarcástico e irónico com que habitualmente abordava as suas crónicas.
Em 8 de Abril, foi aprovado pela Mesa Administrativa conjuntamente com mais 27 candidatos em lista apresentada pelo Director da Irmandade, como era comum a aceitação do corpo.
A proposta teve a mão do seu grande amigo João António Freitas Fortuna, que adiantou a jóia de admissão, que foi incluída numa factura que contem as despesas do funeral.
Em 2 de Junho de 1890, dia seguinte à morte de Camilo, o filho Nuno requereu ao Governo Civil de Braga autorização para que o cadáver fosse transportado de sua casa aonde terá falecido, em S. João de Seide, para a Igreja da Lapa e entregue a José António Freitas Fortuna para ser sepultado no cemitério privativo desta Irmandade, no jazigo de família desse dedicado amigo.
(texto retirado da obra "Quinhentos e Oitocentos" - Ensaios de História, de Francisco Ribeiro da Silva)
No mesmo jazigo encontra-se enterrada a jovem Clementina Sarmento, conhecida por se ter suicidado num dos quartos do Hotel Francfort, quando soube que o homem por quem se apaixonara, Urbino Emílio, filho do célebre médico Vicente Urbino Freitas, acabara de ser enterrado, neste cemitério, depois de se ter suicidado, dias antes, em Lisboa.
A jovem Clementina deixou um bilhete a pedir para ser sepultada ao lado do homem que verdadeiramente amara. Lá se encontra, podendo-se visualizar as suas inscrições apenas com as iniciais A. C. que se encontra por cima do seu amado.


Pedra de Armas de Freitas Fortuna

Esta Pedra de Armas, aplicada no jazigo de família, representa as armas de mercês-novas ou modernas ou contemporâneas passadas por D. Luís, em CBA 31/III/1883.
É uma peça da época do séc. XIX, em mármore e bem conservada, com leitura de:
Escudo: Inglês
Formato: Partido e cortado em II
Leitura: 
I - Freitas
II - Fortuna
Elmo com viseira de perfil à direita, sem paquife
Cores:
I - de ouro, com uma cruz vermelha
II, com I - de uma figura de mulher de ouro e encostada a uma roda de prata (simbolizando a Fortuna):
II - de (?) com um leão passante, com juba e armado de ouro
(Nóbrega, Vaz-Osório - O Tripeiro: Arquivo Histórico Portuense. Porto: série V, ano XI, p.363 (retirado de cartas de Brasão Moderno (1872-1910), de Ruy Dique Travessos)


3 de junho de 2015

Brasão dos Sás - Igreja de S. Francisco, Porto


A capela-mor pertenceu a Sá e Meneses, condes de Matosinhos, nela estando sepultado o celebre Sá das Galés, que foi o 1º Alcaide do Porto, pelas suas proezas no mar, e que obteve esse título na luta contra os castelhanos.


Nave central


Capela-mor

Estas duas peças situam-se no interior da Igreja de S. Francisco, na freguesia de S. Nicolau, na Rua Infante D. Henrique, no Porto e estão aplicados nos tectos deste monumento religiosos.
São em talha dourada, do período renascentista (séc. XVIII) e enquadram-se na heráldica de família.
As suas descrições são comuns:
Escudo: Francês ou quadrado, com coroa ducal
Formato: Simples ou pleno
Leitura: I - Sá
Cor: de prata, com enxaquetado de prata e azul de cinco peças em faixa e cinco peças em pala