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22 de dezembro de 2011

Fonte das Sete Bicas, Srª. da Hora




Rua Fonte das Sete Bicas, Srª. da Hora, Matosinhos - Portugal
A Fonte das Sete Bicas é um monumento de arquitectura simples. Da base de uma parede granítica ressaltam as 7 bicas, às quais se acede por uma ampla escadaria em semicírculo. Sobre as fontes uma inscrição epigráfica indica que “AQUI APAREC/EO NOSSA SE/NHORA DA HORA/ LOUVADO SEJA O / SANCTISSIMO SACRA MENTO” e, encimando o conjunto, um motivo decorativo acolhe um nicho onde se observa uma imagem, igualmente de granito, de Nossa Senhora com o menino.
 Uma fonte com propriedades casamenteiras, uma imagem sacra a quem as grávidas pedem “uma boa horinha”, e uma poção mágica (na verdade uma horrível “mistela”) que livrava as crianças do “mal-da-gota” – eis alguns dos ingredientes que concorreram para o sucesso daquela que foi, até meados do século XX, uma das três maiores romarias do Grande Porto: as Festas da Senhora da Hora e da sua emblemática Fonte das Sete Bicas.
Suzana Faro e Joel Cleto (texto)

15 de dezembro de 2011

Casa de Nogueira, Cete

Rua da Nogueira, Cete, Paredes - Portugal

" Como acontecia com os demais mosteiros, os frades eram os directos senhorios de todas as terras das freguesias que lhes pertenciam que arrendavam aos habitantes mediante escritura notarial de emprazamento que podia ser celebrada com o contraente apenas em sua vida ou em mais vidas de seus herdeiros.
Estava neste caso o Casal da Nogueira, no lugar de Além, que cerca de 1550 pertencia a Gonçalo Nogueira, o velho, e a sua mulher Leonor Gonçalves. Deles foi filho outro Gonçalo Nogueira, o novo, 2ª vida do prazo, que casou em Baltar, a 16 de Setembro de 1608, com Leonor Fayão.
Quem era esta Leonor? nada mais do que a filha de Afonso Fayão, abade de Baltar desde 1594 até à sua morte ocorrida em 2 de Outubro de 1622, que por sua vez era filho natural de Dom Teodósio I, quinto duque de Bragança e de uma dama solteira do Paço Ducal de Vila Viçosa.
Baseado nesta descendência, seu neto Domingos Meireles Nogueira (por sua filha primogénita Maria Nogueira, casada com António Meireles) habilitou-se a familiar do Santo Ofício, de que obteve carta em 14 de Janeiro de 1694 e a Fidalgo da Casa Real, cuja mercê lhe foi concedida por D. João IV por alvará de 2 de Agosto de 1710.
Foi este Domingos Meireles Nogueira que procedeu à construção da capela (cujo orago é precisamente o do seu santo onomástico) e provavelmente à ampliação e reconstrução da casa, cuja fachada e escadaria apresentam todas as caracteristicas dos modelos do barroco nacional da época de D. João IV.
O brasão de armas dos Braganças (com quebra de bastardia) que ainda se pode contemplar na fachada arruinada (actualmente restaurada) da casa, só mais tarde deveria ter sido colocado, pois foi concedido, também por D. João IV, não a Domingos de Meireles Nogueira, mas a seu filho sucessor, Hipólito de Meireles Afonso Fayão, a 19 de Maio de 1734.
(extracto de texto do jornal O Tripeiro, redigido por J. Leão, em " A casa da Nogueira - ruina que urge salvar")