NOTA: A quem consulte e aprecie este blogue e possa contribuir com comentários, críticas ou correcções têm a minha consideração.
Aqueles que por seu entendimento, possam ser proprietários de alguns elementos fotográficos, e pretendam a retirada dessa foto, agradeço que me seja comunicada para evitar constrangimentos pessoais.

Obrigado.

23 de abril de 2017

Postigo de porta - Porto


Postigo a imitar o antigo

Pormenor - Rua da Reboleira, 19, freguesia de S. Nicolau, Porto

a porta - vista global

9 de abril de 2017

Quinta do Barão das Lages - Milhundos, Penafiel

Pedras de Armas
 do 
Barão das Lages
Portal da Quinta de Milhundos, Penafiel

Tudo começou por um passeio, no ano de 2006, que me fez prestar a especial atenção a um torreão metido dentro de um matagal e impossível de qualquer acesso.
Esta construção é parte integrante da casa e construções da Quinta das Lages e localiza-se, em Penafiel, junto a uma rotunda em Milhundos, com ligação a Duas Igrejas e Abragão.
Actualmente, ano de 2017, está praticamente tudo na mesma, infelizmente!

Localização - Milhundos

Vestígios da Casa e Torreão

Seus proprietários foram os Barões das Lages, cuja consagração do título nobiliárquico terá sido dada pela Rainha D. Maria II, em 10 de novembro de 1840, a José Teixeira de Mesquita.

José Teixeira de Mesquita - 1º Barão das Lages

O título foi usado por:
- José Teixeira de Mesquita (2/11/1788 - 4/1/1843) - 1º Barão das Lages;
- Zeferino Teixeira Cabral de Mesquita (24//6/1818 - 22/3/1896) - 2º Barão das Lages;
- Luís Zeferino Carneiro de Vasconcelos de Melo Cabral - 3º Barão das Lages;

Além destas figuras, após a instauração da Republica e com o fim do sistema nobiliárquico, usaram ainda o título:
- Luís de Lencastre Carneiro de Vasconcelos - 4º barão das Lages;
- Francisco José carneiro de Vasconcelos - 5º barão das Lages e 4º Visconde de Vilarinho de S. Romão;
- Luís Manuel Ferreira Ferrão de Vasconcelos - 6º Barão das Lages e 5º Visconde de Vilarinho de S. Romão;

Sobre o portão, donde se encontra implantada a Pedra de Armas, e de acordo com documentação recolhida, o brasão apresenta um escudo de fantasia onde lhe assenta um coronel de Barão.
A leitura da mesma, refere Artur Vaz-Osório da Nobrega, é Partido, com I - Cabral e em II - Pereira.
E refere ainda que "o 2º Barão das Lages, o Dr. Zeferino Teixeira Cabral de Mesquita, foi quem mandou construir o portão, em 1862. Foi Fidalgo Cavaleiro da Casa Real, Bacharel em Direito, formado em direito pela Universidade de Coimbra, foi Juíz de direito, Presidente da Câmara de Penafiel, Deputado da Nação, por Penafiel nas Legislaturas que mediaram desde 1848-1864, Secretário do Governo Civil de Vila real, Presidente da Assembleia Geral da caixa de Crédito Penafidelense, etc.., Senhor da Casa das Lages.
Casou em Lisboa, em 1859, com D. Genoveva Pereira Lago, Senhora da Casa de Nossa Senhora da Ajuda, em Penafiel, sem geração."
Faleceu no Porto e foi transportado por comboio para o cemitério da Saudade, em Penafiel.

Atualmente esta pedra deveria se encontrar no portão que dava acesso a um estradão que, através da mata da Casa das Lages se dirigia para esta casa.
Terá sido desmanchado e, de acordo com comentário recebido, tal, nunca mais foi reerguido encontrando-se armazenado no jardim principal da quinta, na parte frontal da torre acastelada.
Contudo ainda num dos portões visíveis encontra-se uma pedra com símbolo de família, os Cabrais e os Pereiras.
Pedra central sobre portal com a simbologia dos Cabral e dos Pereira

Portal com a designação de "Porta de Milhundos = 15"

Ora sobre este assunto há quem ponha em questão a simbologia dos "Pereiras" na vez dos "Teixeiras".
Para Artur Vaz-Osório já se percebeu que as pedras atrás visíveis conjugam com a família de sua esposa Genoveva Pereira Lago.
Para Abílio Miranda, no vol.I, in "A Heráldica do Concelho de Penafiel", refere que "Na Quinta das Lages. Na Porta de Milhundos. Numa interessante ameia. Armas cortadas de Teixeira e Cabral. Sem elmo e sem timbre (...). Por estas armas verifica-se que as que se encontram no portão da referida quinta, do lado do santuário, além de invertidas, ostentam erradamente, a cruz florenciada dos Pereiras pois deveria ser a cruz potentea de Teixeira."
Porém, o que nós temos no merlão central (ao todo são cinco) do portão de Milhundos, dos princípios do séc. XVIII, é uma cruz de Cristo, de desenho um pouco impreciso, encimando as armas dos Cabral, o qual o portão tem cravado na parede à direita do observador um painel de azulejos, onde, dentro de uma cercadura rectangular decorativa, a cores, oitocentista, vê-se um coronel de Barão encimando o seguinte dizer, disposto em duas linhas, "CASA DAS LAGES / (17 = Porta de Milhundos = 15).

vista de painel de azulejo junto à porta

Um pouco ao lado e num caminho que circunda a quinta consegui tirar uma foto de um outro painel de azulejos com a designação do nome da rua e com uma pedra de armas cujo apelidos aparecem Teixeira e Cabral, presumindo ser a pedra original do 1º Barão das Lajes, de José Teixeira de Mesquita, contrariando todo os elementos referidos nos elementos apresentados, cujos apelidos seriam Cabral e Pereira, proveniente do 2º Barão.
placa toponímica de arruamento adjacente ao portal da quinta

Aqui fica mais um registo de pequenos pormenores que escapam a qualquer cidadão e que tende a desaparecer sem ter deixado um registo de memória da história daquele local e daquela família.

Notas retiradas de:
Caderno do Museu nº. 5, Penafiel, Museu Municipal, 1999, pág. 45/46
https://pt.wikipédia.org
http://gisaweb.cm-porto.pt
facebook: Amigos do Arquivo de Penafiel

3 de abril de 2017

Relógio de Sol - Amarante

Museu Amadeo Souza Cardoso - Amarante

Este relógio em granito desde há muito que deixou de dar horas. Para além de ter perdido o ponteiro também se encontra a fazer sombra, pousado no chão de um corredor do museu em companhia de várias pedras de armas que se encontram recolhidas nesse espaço.
Pena é não ser exposto e a funcionar. Aos dirigentes do Museu, julgo que não se perdia nada em arranjá-lo e colocá-lo num local soalheiro e que permitisse a leitura.
Tenhamos esperança, pois destes "relógios" já pouco ou não se usam.
As novas tecnologias fizeram esquecer estas lindíssimas peças.