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22 de agosto de 2015

Padeiro(a) de Valongo



O Padeiro(a) de Valongo

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Origem e História:
Pão tem a designação latina de "pane" e é um alimento resultante da cozedura de farinha com sal e água e considerada como um dos alimentos mais primitivo da existência humana preparada pelo Homem.
O pão faz parte da cultura de muitos povos e tem um significado relevante em muitas religiões.
A sua história é tão antiga que não existe uma confirmação exacta da sua origem. Historiadores estimam que tenha surgido há cerca de 12 mil anos juntamente com o cultivo de trigo, sendo que uns defendem a sua origem na Mesopotâmia, actual Iraque, outros atribuem a sua produção na região da actual Suíça, em zonas de aldeias de palafitas, isto é em zonas alagadiças.
De inicio o trigo era apenas mastigado e só mais tarde passou a ser triturado e transformado em farinha.
Os Egípcios foram os primeiros a usar os fornos de barro para cozer o pão, por volta do ano 7000 a.c. tendo sido atribuído aos Hebreus a descoberta da massa fermentada responsável pela massa do pão leve e macia como é utilizada hoje em dia.
As padarias (inicio da produção do pão) surgiram por volta do ano 4000 a.c. em Jerusalém após o contacto dos métodos de fabrico e receitas com os egípcios.
Só por volta do ano de 800 a.c., em Roma, terá surgido a primeira escola de padeiros, permitindo ao longo do tempo transformarem-se variadas formas de pão cozido, com produtos adicionais e variedades de sabores diferentes de região para região, assim como na sua forma.
Em Portugal a cozedura e fabrico é transversal a todo o continente Europeu desde a sua Independência até à actualidade.
O ícone da regueifa simboliza a industria da panificação e do biscoito, assim como todas as actividades a montante e a jusante a ela associadas. O fabrico de pão está documentado desde a Idade Média, sendo para além de alimento indispensável do dia-a-dia, meio para pagamento de foros. Era essencialmente feito de centeio, dando origem a exemplares rústicos. É provável que o biscoito (pão em forma de patela e cosido duas vezes) tenha feito parte das rações dos marinheiros que partiram do Porto para as Descobertas. Abriu-se assim caminho para o fabrico do biscoito que hoje conhecemos, através da adição de açúcar e especiarias que nos passaram a chegar desses locais remotos, nunca mais tendo parado na diversidade de formas e paladares. Com a introdução do milho graúdo americano, a broa ganhou também destaque.
As grandes cidades do País não garantiam a produção necessária para a sua população residente sendo para isso necessário recorrer à produção das populações vizinhas, como era na cidade do Porto, entre os séc. XVI a XIX.
Nessa altura a cidade definia vários locais distintos para os seus mercados nas transacções das especiarias e de outros materiais de necessidade humana.
A exemplo, desde essas épocas remotas foram utilizados e alterados vários locais para feiras com características específicas, tais como:
- a Feira das Caixas e dos Rapazes, na praça de Carlos Alberto;
- a Feira do Peixe, inicialmente na praça da Ribeira, posteriormente em frente à Cadeia da Relação ou junto ao mosteiro de S. Bento da Vitória e por fim no mercado do peixe, no local onde actualmente é o Palácio da Justiça;
- a Feira das Flores, Hortaliça e Fruta, junto ao antigo largo da rua da Fábrica com a rua de Aviz e junto à estação de S. Bento;
- a Feira da Erva e da Palha na praça Nova (actual Praça da Liberdade), na Trindade e na praça Coronel Pacheco
- a Feira de Carne de Porco salgado e Queijo nos largo dos Lóios;
- a feira dos carneiros na Trindade (actua estação do metro);
- a Feira do Linho, Fruta e Hortaliça, na rua do Souto;
- a Feira dos Porcos na praça da Alegria;
- a Feira da Olaria e Louças, no jardim de S. Lázaro (ainda antes da sua existência) e na rua da Assunção;
- a feira do Gado no campo 24 de Agosto;
- a Feira da Farinha e Cereais, na praça (dos Leões) Gomes Teixeira, e
por fim a do Pão, na praça na Guilherme Gomes Fernandes, antiga praça Santa Teresa.
Nessa época a hortaliça e legumes vinham de Gondomar, a broa vinha de Avintes e o pão tinha a proveniência de Valongo.
Ribeira - Padeira de Avintes - AURÉLIO PAZ DOS REIS

O pão de Valongo:
Durante muitos e muitos anos Valongo forneceu pão para muitas outras terras à sua volta. Os campos de cultivo eram férteis e os moinhos dos rios Ferreira e Leça, com a força das águas, moíam o grão e faziam a farinha.
O pão de que o povo se alimentava era de milho e de trigo e os pobres misturavam-lhe centeio para que o pão ficasse mais doce e agradável ao paladar.
Germano Silva, numa edição do JN, relata-nos a importância de Valongo na economia do pão, dando conta que desse facto se devia à excelência do produto:
"A tradição, no Porto, da venda de pão em feiras é muito antiga e não se sabe bem quando começou. Mas sabe-se, por exemplo, que em 14 de Março de 1584 era publicado um acórdão municipal, se assim se lhe pode chamar, em que se determinava que as "as medideiras da feira do Pão, messão em gamellas fora das casas no meio da praça, quando não chover, sob pena de multa..." Esta lei, se assim pode dizer-se, que obrigava as "medideiras" a trabalhar na praça e que tinha por finalidade impedir roubos ou oytras falcatruas, ainda estava em uso quando, nos meados do séc. XIX, ainda se fazia a feira do pãp no antigo Largo de Santa Teresa e a da farinha, na Praça dos Voluntários da Rainha, actual Praça de Gomes Teixeira. No ano seguinte (1585), foi publicada nova legislação, desta vez contra "as pessoas que misturarem o pão trigo de fora com o da terra e que quem vender hum não possa vender o outro...".
As barracas onde se vendia o pão estavam dispostas ao centro do amplo terreiro e, embora o mercado fosse mais concorrido às terça-feiras e sabados, por causa de outras feiras que se realizavam na cidade, havia quem ali viesse todos os dias vender o célebre pão da terra confeccionado com farinha que era moída nos moinhos a água da região de Valongo. Esta era, efectivamente, a terra do pão. Era de lá que vinham as padeiras, encarrapitadas em burros com duas enormes canastras sobre o dorso do animal cheias do saboroso pão da terra. O produto mais procurado eram os celebres "pães de Valongo" que pesavam cerca de meio quilo e eram vendidos, nos finais do século XIX, a 75 réis cada um. Mas a variedade era imensa e para todos os gostos. Vendiam-se também, e em abundância, o nosso muito conhecido "pão molete", regueifas, tosta (doce e azeda), boroa, pão podre, pão coado, biscoitos de várias qualidades e feitios como od de argola, que eram muito procurados por moços e moças dos arrabaldes.
O rápido desenvolvimento urbanístico da cidade e, em especial, do chamado Bairro das Carmelitas ditou o fim da pitoresca feira do pão. Nos começos do século XX, os abarracamentos começaram a ser demolidos e as ladinas padeiras de Valongo instalaram-se na ala sul do Mercado do Anjo, entretanto já desaparecido. Coisas da vida de uma cidade...".
A fama do pão de Valongo é tão antiga que vem associada ao tratamento de doentes conforme descrição de livro de Lembranças (registo regular) da Mesa da Misericórdia do Porto, do dia 16 de fevereiro de 1700, e responsável pelo Hospital D. Lopo de Almeida, situado no gaveto da rua das Flores com a rua dos Caldeireiros onde é descrita uma decisão, relativa à alimentação dos doentes.
Como era muito grande a despesa " que se fazia com o pão das padeiras da cidade, que os doentes não comiam por ser mal amaçado, sendo tão preto que parecia se lhe não tirava o rollão, trazendo-o muitas vezes quente, assim como saía do forno para logo se gastar, e se não ver depois de frio a ruindade dele", decidiu-se, "dar aos doentes pão das Padeiras de Valongo, e vindo uma delas com várias formas dele respeitando ao valor de seiscentos réis que inda tinha trigo, se achou convinha dar-se a cada doente, em cada dia, dois pães, de preço ambos de 25 réis e com efeito, por ordem da Mesa, se ajustou com a padeira a trazer todos os dias o pão que fosse necessário".

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Estávamos no inicio do século XVIII e perante a má qualidade do pão fornecido pelas padeiras da cidade, os mesários procuraram as padeiras de Valongo, o que nos leva a concluir que a fama da qualidade do pão fabricado nestas bandas vinha de longe.
As invasões francesas teriam introduzido o "mollet", pão de trigo pequeno, branco e fofo, revestido por uma crosta estaladiça e dourada, rapidamente aceite e transformado em molete.
Diz a história que em 1809, o exército francês ocupou o colégio da Formiga, na Santa Rita, em Ermesinde, no concelho de Valongo, e o General Moulet deu ordens para ser servido ao exército um pão individual, mais pequeno, como ração da sua tropa, daí o presumível título do pão usualmente utilizado se manter até aos nossos dias.
Atualmente a regueifa é considerada uma iguaria no mundo do pão, dada a textura sedosa das suas camadas, obtidas após muito labor, em forma de coroa ricamente adornada por motivos estaladiços propiciadores de fortuna.
Em Valongo a banalização e fama do seu pão era de tal ordem que quase não havia uma casa que não tivesse forno para cozer pão, fazer biscoitos, regueifas e bolachas, mantendo-se até aos nossos dias esta reputação deste concelho.
Esta profissão de padeiro não desapareceu e não tenderá a desaparecer. Os seus hábitos diários e tradicionais da venda e da entrega do pão de porta a porta e em feiras acabará por se extinguir derivada da modernização e da industrialização que ocorreu a partir dos finais do séc. XIX.
Em tempos idos a entrega e a venda na cidade do Porto, o(a)s padeiros vinham em jumentos à arreata. Saíam de manhã de madrugada e percorriam as estradas de ligação ao Porto, via Rio Tinto, S. Roque da Lameira e Bonfim ou pel estrada de Guimarães, vindo da Areosa até às Regateiras (Junto ao Conde Ferreira) onde se juntavam e se dirigiam às feiras, fazendo por vezes pequenas paragens às portas das casas de família ou mercearias locais.
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Ao fim do dia, no regresso, íam no dorso do animal, tão cómodos que por vezes adormeciam no trajecto e só acordavam à porta de casa. Os jumentos já sabiam o caminho e não se enganavam, pela prática de ritual diário.

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Em finais do século XX, os padeiros já sabiam que todos os dias o pão tinha que estar pronto à mesma hora para serem levados em carroças para o Porto. Na partida era recorrente ouvir-se: - Lá vai o pão para o Molet! (um porteguesismo para o nome MOlet). Molete termo pelo qual ainda hoje conhecemos, pela sua função de ser um pão pequeno, de Valongo.

canastras - http://padeirinhadevalongo.blogspot.pt
A evolução tecnológica na fabricação, o poder económico, as trocas comerciais e os negócios do dia-a-dia, centralizaram a comercialização do pão em estabelecimentos próprios e em centros comerciais, erradicando de vez com o contacto porta a porta do padeiro.
A arte de fabricação mantêm-se na profissão dum padeiro, deixando-se cair as outras praticas e tradições perante a evolução da sociedade e dos modos de vida.


Símbolo do Concelho:
Associada à batalha da Ponte de Ferreira, e relativo ao Cerco do Porto (1832-34), o 1.º brasão de armas da Vila de Valongo, foi aprovado em deliberação camarária de 25 de setembro de 1889. O símbolo da cidade apresentava um ramo de oliveira, representando o nome do ministro que elevou a freguesia de Valongo à categoria de Vila e Concelho, António Dias de Oliveira, e um ramo de louro, símbolo de vitória, como triunfo na batalha e um triunfo da nação liberal, sobre um absolutismo conservador e ultrapassado, e no meio destes ramos, pela ponte acima referida.
Posteriormente alterada com a evocação a uma das actividades mais emblemáticas da cidade, o pão e a industria que lhe está associada, através das espigas de trigo e das rodas dos moinhos.

http://padeirinhadevalongo.blogspot.pt

https://maiseducacaovalongo.wordpress.com





O pão de Valongo, no programa de 26/1/2015, no programa "A Praça", da RTP, com imagens cedidas pelo Arquivo Histórico e Municipal de Valongo!
"... Valongo... era, efectivamente, a terra do pão. Era de lá que vinham padeiros, (...) em burros com duas enormes canastras sobre o dorso do animal cheias do saboroso pão da terra. O produto mais procurado eram os célebres "pães de Valongo" que pesavam cerca de meio quilo (...) Vendiam-se também, e em abundância, o nosso muito conhecido "pão molete", regueifas, tosta (doce e azeda) boroa, pão podre, pão coado, biscoitos de várias qualidades e feitios como os de argola, que eram muito porcurados por moços e moças dos arrabaldes."

Texto: Germano Silva
Fotografia gentilmente cedida por Maria José Sousa Vale. 1ª metade séc. XX (Arquivo Histórico Municipal de Valongo)

"Regueifa! Quem quer regueifa?
Quem quer regueifa comprar?
Apregoa a "valongueira"
De alvos dentes a brilhar.
Regueifa de alva farinha,
Das moendas do Ferreira,
Regueifa, pão de rainha,
Coada em fina peneira.
Pão branco, cheirando a povo,
Pão de hóstia consagrado,
Pão de fartura e renovo, 
E Valongo semeado,
E em Valongo amassado,
Pão por Deus abençoado!"
(Lavandeira, 1993)

https://pt.wikipedia.org
http://www.pao-quente.com
http://municipiodevalongo.blogspot.pt
http://ticvalongo.no.sapo.pt
https://pedalopelacidade.wordpress.com
http://cm.valongo.pt
www.portoarc.blogspot.pt
tese de mestrado "A Batalha de Ponte Ferreira (Campo, Valongo, 1832): um processo memoralista e de valorização patrimonial, de Paulo Fernando Pereira Caetano Moreira

8 de agosto de 2015

Casa e Quinta da Bela Vista - Porto


Casa e Quinta da Bela Vista

(vista antiga)
(vista actual)

Situada no alto do "Monte Aventino", junto às Antas, é sobranceira sobre o vale de Campanhã e o rio Douro, permitindo uma visão ampla e soberba, de uma panorâmica rara na cidade.
Terá sido por estas razões que o seu nome terá sido assim designado - Bela Vista.

 (vista actual da VCI)
(vista actual da VCI)

Esta construção teve inicio em Maio de 1912, após aquisição e junção de várias parcelas de terrenos tendo sido adquiridas por Dr. José Oliveira Lima, professor na faculdade de medicina do Porto, as duas primeiras em 21/12/1911, pelos valores de 700$00 e 3.600$00 e pouco tempo depois, já no ano de 1912, a terceira terá sido adquirida por 100$00 réis.
A sua arquitectura foi idealizada pelo arquitecto José Teixeira Lopes, hoje classificada como Monumento de Interesse Publico, por Portaria n.º 318/2010, DR, 2.ª série, nº 87, de 5/5/2010.
Com esta construção pretendeu fundar, neste local, o Instituto Moderno, edifício escolar destinado ao ensino primário e secundário, em regime de internato e externato.

(marca do Instituto Moderno)

A sua construção pelas suas características construtivas, com a utilização pela primeira vez do betão armado, quer pela decoração, espaços amplos e conforto, quer pela utilização dos mais modernos princípios didácticos e higiénicos da época, indiciava ser um estabelecimento de cariz elitista e caro, destinado a famílias ricas, conforme se poderá depreender por um documentário realizado pela Invicta Film, em 1916(*).
A propriedade resultou da conjunção de três propriedades, tendo sido a primeira, com acesso pela Rua da Lameira de Cima, 98, constituída por casa com quintal, dependências, e mais tarde descrita com ramada, árvores de fruto e poço.
Os dados mais antigos conhecidos desta quinta é de que em 21/9/1876 era propriedade de João Lino dos Santos, funileiro e morador naquele na Lameira de Cima, tendo dispendido 75$000 réis.
Em 1892, na sequência do processo de herança, a propriedade passa a pertencer a Dona Maria Josefina de Jesus Correia e sua irmã, Dona Vitória dos Santos Correia, tendo sido avaliada nessa altura no valor de 800$000 réis.
A segunda propriedade, denominada "Quinta da Lameira", situava-se na Rua de S. Roques, 984/982 e era constituída por casa de dois pisos e águas-furtadas, lavradio, água e árvores de fruto e outros.
Em 1910, eram seus proprietários 3 irmãos de apelido Gomes Ferreira, dois deles militavam na carreira de armas.
Finalmente, a terceira parcela, tem como seu ultimo registo de serem seus proprietários Joaquim Vitorino Mesquita Soares e esposa.
O Instituto Moderno teve uma duração efémera, entre 1914 e 1918, derivada provavelmente pelo período conturbado em que o País atravessava, isto é, os primeiros anos da era Republicana, com as naturais convulsões politicas e económicas da época, de igual modo pelo período da guerra 1914-18, na Europa.
No mesmo ano, 1918, com a epidemia do tifo exantemático ocorrido no País, incluindo a cidade do Porto, este edifício, já fechado, foi requisitado para dar apoio hospitalar, como secção do hospital Joaquim Urbano, funcionando aí os serviços de desinfecção, despiolhamento e enfermaria de convalescença, com mais de 200 camas.
Terminado o surto epidémico este edifício ficou numa situação de impasse até que em 21/8/1919, o Estado adquiriu pelo valor de 275.000$00, para a instalação e aquartelamento da Guarda Nacional Republicana (GNR), a fim de aí instalar as suas forças da cidade.
Ao longo destes anos a quinta ficou sempre ligada à vida daquele aquartelamento e à própria historia da GNR, que desde sempre tentou preservar este imponente edifício. A partir de 1995 passa a funcionar como quartel da Polícia de Segurança Publica (PSP), sendo então parte de terrenos da Quinta da Lameira já se encontrar associada ao Parque da S. Roque como área de lazer da cidade.
Em Julho de 2009 esta quinta passou para as mãos da Estamo, uma Empresa que integra a Parpublica, comparticipada a 100 % por capitais públicos e vocacionada para a promoção e valorização imobiliária, prevendo-se num futuro próximo um novo conceito de utlização para esta quinta.

(*) - ver imagens em: http://www.youtube.com/watch?v_B183phBSMIQ

http://www.j-f.org/monografia
http://www.patrimoniocultural.pt/
http://www.viva-porto.pt/
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