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22 de julho de 2012

Fonte da Natividade e do Pelicano - Porto


Palácio de Cristal, Rua Julio Dinis e Rua D. Manuel II, Massarelos, Porto - Portugal

No séc. XVIII, a fazer fé numa planta topográfica da época, a chamada Fonte da Natividade, tantas vezes referida pelos historiadores do Porto, situava-se onde agora está a Casa Navarro. Precedera-a uma outra fonte, a da Arca, muito antiga mandada fazer na parte do vasto Campo das Hortas, para aproveitamento das águas de três ribeiros que sulcavam aquelas hortas e andavam perdidas à flor da terra. (……)
Voltemos à fonte. A primitiva Fonte da Arca funcionou, até 1608, na parte oriental do campo das Hortas. Setenta e quatro anos depois uma nova Fonte da Arca começou a ser reedificada (o termo é da Câmara), mas no lado oposto aquele em que primitivamente havia funcionado. Quando ficou pronta, em 1682, a nova fonte passou a denominar-se Fonte da Natividade por causa de uma imagem de Nossa Senhora desta invocação que alguns comerciantes locais, mais devotos, haviam colocado num nicho aberto no frontispício da fonte.
O historiador Henrique Duarte e Sousa Reis, nos seus “Apontamentos para a verdadeira história antiga e moderna da cidade do Porto”, escritos em 1865, descreve aquele nicho ou oratório, da seguinte forma: “No terceiro corpo que constitui a fábrica da fonte, está montada uma sacada com grade de ferro e duas grandes lanternas nos cantos, nas quais se queimavam luz em honra de Nossa Senhora da Natividade. Serviam de remate a esta construção, no centro e parte superior do oratório, as armas da cidade, das quais se ramificavam grinaldas e festões vistosamente trabalhados em granito”.(……)
Quando D. Pedro IV entrou no Porto, á frente do exército libertador, em 9 de Julho de 1832, dirigiu-se imediatamente à Câmara, que funcionava num edifício da então chamada Praça Nova e logo ali tomou uma resolução: mandar destruir a Fonte da Natividade para possibilitar o alargamento da praça. Assim aconteceu. O brasão da cidade e as grinaldas que emolduravam o frontispício da fonte foram embelezar a fachada do palacete da praça onde funcionava a Câmara. Esse belíssimo conjunto, uma excelente obra de granito trabalhado, está hoje no espaço conhecido por Roseiral, no Palácio de Cristal. Também lá está a Fonte do Pelicano, um curioso chafariz que existia no pátio interior da mesma casa onde esteve a Câmara.

Germano Silva, 22/7/2012 – JN




2 comentários:

  1. Num vídeo recente publicado na página on line do Jornal de Notícias, Germano Silva diz que o brazão foi mandado construir de propósito para encimar a fachada da Câmara antiga. Até refere os custos e o nome do autor.

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