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26 de julho de 2018

Barão de Santos - Cemitério da Lapa, Porto


Pedra de Armas
Descrição da Pedra de Armas e Capela:
Época – séc. XIX
Material – mármore
Escudo – de fantasia
Descrição – Partido, de Silva e Ferreira, amparando um elmo de perfil e sobre o mesmo um timbre de Silva
Capela Mortuária de Familia
Aplicado na fachada frontal da capela tumular localizada no cemitério da Lapa. Esta capela aparenta ter pouca imponência dada as suas dimensões reduzidas, em relação às existentes da sua envolvente e deverá ser a única com estas características neste cemitério. A razão desta aparência prende-se pelo facto da capela ter uma concepção “sulista”, prática corrente das construções utilizadas nos cemitérios de Lisboa. Este conceito defende áreas interiores pequenas e a interiorização dos seus corpos em espaços fechados e na exposição/representação dos seus representantes e de simbologia específicas tumulares representativas aplicadas na fachada da sua construção.
Lápide exposta na fachada principal
Já no que refere ao estilo de capelas do “Porto” e correntemente utilizados na zona norte do País é um outro tipo de conceito,completamente inversa da solução tumulares de Lisboa, apresentando uma presença “faustosa” e de “ostentação”, promovendo as construções com dimensões superlativas permitindo o acesso ao seu interior e aí se inscrevem as descrições dos seus representantes.
Esta diferença conceptual desta capela, é o bastante para ser distinguida entre as diversas capelas existentes no cemitério da Lapa, e que no presente caso resulta pela sua diferença dimensional, com aparente distinção desproporcional neste local.
A capela abriga, o Barão de Santos, João Ferreira dos Santos e Silva, nascido na freguesia de Lordelo do Ouro, no Porto, em 5 de novembro de 1799 e faleceu a 18 de setembro de 1858 e de outros seus pais e descendentes.

A Família
Este Barão era filho único de João Ferreira dos Santos e Silva, com o mesmo nome, e de Dona Maria Tomásia Narcisa Ferreira.
Casou-se a 9 de dezembro de 1826, com Dona Carolina Augusta de La Rocque (e Silva, pelo casamento), esta era natural da freguesia de S. Nicolau, Porto, tendonascido a 4 de agosto de 1812 e falecido a 24 de dezembro de 1893.
Deixou geração de filhos com algum legado, João Ferreira dos Santos e Silva Júnior, 2º Barão de Santos, D. Américo Ferreira dos Santos e Silva, cardeal-bispo do Porto, Carlos Ferreira dos Santos e Silva, Geraldo Ferreira dos Santos e Silva, 1º Barão de Ferreira dos Santos e da filha Elisa Ferreira dos Santos e Silva.
O Barão recebeu o título de Barão dos Santos pela rainha Dona Maria I, embora este título já existisse com antepassados do actual Barão de Araújo dos Santos, de João Paulo de Araújo dos Santos, em 1850.
Pertenceu ao Conselho de Sua Majestade Fidelíssima, foi Cônsul da Bélgica e teve uma breve passagem na Associação Comercial do Porto como Vice-presidente.
Em 1885 recebeu a Comenda da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa.
Em 1830 vivia em Massarelos, mas após a sua morte a esposa manda edificar um palacete em Lisboa para sua residência, em 1862, localizada com entrada principal pela Praça Príncipe Real, n.º 14, e com acessos também pela rua do Jasmim, n.º 25 e n.º 25A e pela Travessa do Jasmim.
Sobre esta família poderá adquirir ou consultar uma obra de Henrique Arthur de Sousa, brasileiro, pesquisador  e autor onde fez um estudo exaustivo sobre esta família do qual resultou um livro intitulado de "Entrelaços de Família História e Genealogia".
(site: http://www.entrelacosdefamilia.com.br) e e-mail: hsouza43@gmail.com

Vista do palacete
O Palacete
Mandada construir em 1862, pela viúva do Barão de Santos, Dona Carolina Augusta de La Rocque, este palacete está situado no Príncipe Real, em Lisboa. Foi sede da Legação do Japão, da Fundação Casa de Bragança e do Instituto Camões, e desde o ano de 2000 encontrava-se devoluto e ao abandono estando actualmente a ser reabilitada com os pressupostos de serem mantidas ao máximo a tipologia do palacete, adaptada para quatro fracções de habitação de âmbito privado.
Alçados antigos do palacete
O seu estilo eclético é marcado pela sua marca ornamental clássica, com um vestíbulo de entrada e marcada pela caixa de escadas de grande aparato e espaço, que é intenção da preservação de todo o edifício em todo o seu interior e exterior.
"De planta rectangular, volumetria escalonada sendo a cobertura efectuada por telhados a 2 e 4 águas e em clarabóia, em coruchéu. De 4 pisos (um deles parcialmente enterrado e apenas visível nos alçados lateral e posterior e outro, ao nível da cobertura., exibe cunhais em cantaria, embasamento revestido com placagem pétrea e superfície murária em reboco pintado, animada pela abertura de vãos de verga de volta perfeita com emolduramento simples de cantaria, a ritmo regular. Alçado principal a NE, composto por 2 pisos separados por friso de cantaria e por 3 corpos ritmados por pilastras, destacadas em planta. Destaca-se o corpo central, rasgado a eixo por portal inscrito em arco de volta perfeita, de maior pé-direito do que as janelas de peito, com avental em cantaria, que o ladeiam. O conjunto é encimado, ao nível do andar nobre, por 3 janelas de sacada servidas por varanda comum em perfil contracurvada, com base em cantaria suportada por mísulas e guarda em ferro fundido. Nos corpos colaterais, idênticos entre si, regista-se, em cada um, a abertura de 2 janelas de peito sobrepujadas por igual numero de janelas de sacada guarnecidas por varandas comuns. O alçado é superiormente rematado por cornija articulada com platibanda de balaústres ritmados por plintos e interrompida, ao nível do corpo axial, por frontão triangular com vasos metálicos nos acrotérios (também observados por plintos, no alinhamento dos cunhais), precedido de friso animado por tríglifos e métopas, e com o tímpano decorado com composição escultórica a integrar as iniciais CB. Os alçados, lateral e posterior, a SE e SO, apesar de similares ao principal, diferenciam-se especialmente ao nível do remate, com a platibanda interrompida ao centro pelo prolongamento dos corpos axiais - rasgados por janelas de sacada (3 e 2, respectivamente) articulada com varandas - superiormente rematados por frontões triangulares com tímpanos rasgados por óculos.
O Interior: destacam-se, como principais espaços de organização e distribuição da compartimentação interna, vestíbulo de planta rectangular com muros laterais animados por portas (falsas) e, muro de topo, rasgado por arco abatido em cantaria (guarnecido por guarda-vento) articulado com caixa de escadaria com muro curvo, sobrelevada e com acesso através de lanço de escada axial.
Entrada para a escadaria

Entrada para a escadaria
Nicho com escultura
Escada de lanço recto inicial e patamar - com muro animado por nicho com figuração escultórica - com traços divergentes, conducentes ao andar nobre, (uma sequência que se repete na passagem do 1º para o 2º andar) e iluminados por clarabóia em coruchéu.
Com o piso térreo desenvolvido ao nível da zona sobrelevada do vestíbulo, neste e no andar nobre, os compartimentos, directamente entre si, distribuem-se ao longo dos alçados, e articulam-se com corredores contíguos à escada. Em termos de circulação interna esta é complementada por escada de serviço no extremo O que assegura a circulação entre todos os pisos e o acesso ao jardim, contíguo ao alçado posterior.
Cronologia
1862 - construção do palácio pela viúva do 1º Barão de Santos (de apelido Santos e Silva e falecido em 1858), Dona Carolina Augusta de La Rocque, nele passa então a residir a baronesa e, não o filho primogénito e herdeiro do título (2º Barão de Santos, João Ferreira dos Santos e Silva Júnior, 1828 - 1903, empenhado em carreira diplomática) mas seu irmão, Carlos Ferreira dos Santos e Silva conselheiro e banqueiro, o Barão de Ferreira dos Santos;
1906 - era proprietário e residente no edifício, Carlos Ferreira Santos e Silva;
1924 - o palacete encontrava-se na posse de Francisco Xavier dos Santos e Silva;
1942 - Francisco Xavier dos Santos e silva continua a ser o proprietário do imóvel mas reside na rua das Amoreiras, enquanto no palacete está instalado a Legação do Japão;
1945 - até esta data funcionou a Legação do Japão;
1945 - o imóvel é alugado pela Fundação da Casa de Bragança, que aí instala a sua sede;
1970 - o palácio é propriedade de Dona Mariana de Castilho dos Santos e Silva Vaz de Almada, de Dona Maria Adelaide Castilho dos Santos e Silva de Castro e de carlos Castilho dos Santos e Silva;
Décadas de 80 e 90 - funciona no 1º e 2º andar o Instituo de Camões (antigo Instituto da Língua e Cultura Portuguesa e Instituto de Alta Cultura), enquanto a Fundação da Casa de Bragança ocupa o piso térreo;
1994 - O Instituto de Camões deixa as instalações que ocupava até então;
2000 - mudança da sede da Fundação da Casa de Bragança para Caxias, sendo o palácio fechado;"

Textos e fotos retirados de:
- https;//pt.wikipedia.org
- http://www.monumentos.pt
- http://amigosprincipereal.blogspot.com


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