Foto retiradas de www.monumentos.gov.pt
Descrição Heráldica:
O brasão da torre é esquartelado do séc. XVII, com:
- as armas dos
Cunha no I quartel, de ouro, com nove cunhas de azul, postas 3, 3, e 3;
- dos
Maciel, no II, partido, o primeiro de prata, com duas flores-de-lis de azul,
uma sobre a outra, e o segundo também de prata, com meia águia de vermelho,
estendida, movente da partição;
- dos Rego no III, de verde, com banda ondada e
aguada de sua cor, carregada de três vieiras de ouro, com diferença de um crescente em chefe;
- e as dos
Barbosa no IV quartel, de prata, com banda de azul carregada de três crescentes
de ouro e ladeada de dois leões afrontados e trepantes de púrpura, armados e
lampassados de vermelho.
É encimado por elmo com paquife e timbre de Cunha.
A Casa:
Arquitectura
residencial, setecentista / oitocentista e do século 20. Casa senhorial
torreada de planta rectangular a que se acrescentou no século 20 uma ala
perpendicular, formando L invertido. Fachadas com cunhais apilastrados,
percorridas por embasamento, terminadas em friso e cornija, as da torre
rematadas com ameias decorativas com chanfro, e rasgadas regularmente, por vãos
rectilínios, com molduras encimadas por friso e cornija, os do piso térreo
gradeados. Na fachada principal os portais surgem nos extremos e na ala
perpendicular surge um único ao centro, encimado por almofada de cantaria e
janela de sacada. Fachada posterior com vãos irregulares, na sua maioria mais
modernos.
Foto retiradas de olharvianadocastelo.blogspot.com
Foto retirada do google maps
Foto retiradas de www.monumentos.gov.pt
Evolução cronológica da Casa:
1531
- divisão de uns chão pertencentes à família Faguntes, o Arcipreste Rui Anes, pela
abertura de uma nova rua, a de Santa Ana;
séc.
16 - construção da casa por membro de família nobre de Viana, a de António
Jácome do Lago; posteriormente, pelo segundo casamento da 5ª morgada D.
Francisca de Barros Bezerra com Diogo da Cunha Rego, o palacete entrou para a
Casa de Paredes; pelo casamento de D. Teresa Bezerra com Francisco Jácome do
Lago, uniram-se duas das mais importantes famílias de Viana, a dos Morgados de
Paredes e dos Morgados da Piedade; por vários casamentos, a casa veio a pertencer
à 3ª marquesa e 4ª condessa de Terena, que casou com o seu tio materno D.
Filipe de Sousa Holtein, 1º marquês de Monfalim; posteriormente a casa foi
vendida;
1759
- data da planta da vila de Viana, do Engenheiro José Martins, indo o palácio é
representado no alinhamento do Palácio dos Távoras e dos Alpuins, como se fosse
uma fachada única e tendo em cada um dos extremos uma torre, podendo-se assim
pensar que a torre do palácio Monfalim data do séc. 17 / 18;
1868
/ 1869, entre - data da Carta Cadastral da Cidade de Viana, onde o imóvel é
representado com planta rectangular e tendo na fachada posterior quinta;
1879
- adaptação a Hotel Central, pelo designado "Caroça";
1892
- tomada de posse do hotel por António José Cerqueira, que depois é mantido
pela sua viúva;
séc.
19 - enquanto foi Secretário-Geral do Governo Civil, viveu no hotel, Guerra
Junqueiro, dizendo-se que foi nas suas águas-furtadas que escreveu o livro
"Os Simples";
séc.
19 / 20 - provável construção da ala perpendicular do L;
1940
- encerramento do Hotel Central;
1966,
posterior - transferência da Biblioteca Municipal no 2º piso do palácio, após
obras de adaptação do espaço, com projecto do Arquitecto José Jorge Cavaco
Carapeto;
1977 - data do projecto de adaptação do edifício do Hotel Central a Repartições Públicas da Câmara de Viana do Castelo, elaborado pelo Arquitecto Alberto da Silva Bessa.
1977 - data do projecto de adaptação do edifício do Hotel Central a Repartições Públicas da Câmara de Viana do Castelo, elaborado pelo Arquitecto Alberto da Silva Bessa.
Viana
do Castelo - Origens:
"A ocupação
humana da região de Viana remonta ao Mesolítico, conforme o testemunham
inúmeros achados arqueológicos (anteriores à cidadela pré-romana) no Monte de
Santa Luzia.
A povoação de
Viana recebera a Carta de Foral, de Afonso III de Portugal em 18 de Julho de
1258, tendo passado a chamar-se Viana, da Foz do Lima.
Até à sua elevação
a cidade em 20 de Janeiro de 1848, a actual Viana do Castelo chamava-se
simplesmente "Viana" (também referida como Viana da Foz do Lima"
e "Viana do Minho", para diferenciá-la de Viana do Alentejo.
Na cidade - que
cresceu ao longo do rio Lima - podem ser observados os estilos renascentistas,
manuelino, barroco e Art Deco. Na malha urbana destaca-se o centro histórico,
que forma um circulo delimitado pelos vestígios das antigas muralhas. Aqui
cruzam-se becos e artérias maiores viradas para o rio Lima, e destacam-se a
antiga Igreja Matriz, que remonta ao séc. XV, a Capela da Misericórdia (séc.
XVI), a Capela das Almas, e o edifício da antiga Câmara Municipal, na Praça da
Monarquia (antiga Praça da Rainha), com uma fonte em granito do séc. XVI."
Para
além deste Património arquitectónico no pequeno núcleo citadino vislumbram-se
casas típicas dessas épocas e com as características e ornamentos aos estilos
atrás mencionados.
Dessas
casas aparecem pedras de armas afixadas nas fachadas, sendo distribuídas por
casas tradicionais, por casas nobres e apalaçadas, cujas personagens
justificaram a mercê dada pelo seu rei, quer por actos em prol do País, quer em
prol da benemerência e interesses locais ou por razões politicas.
No
pequeno núcleo histórico circunscrito entre a linha férrea e o rio Lima e por
pequenos passeios pedonais realizados pessoalmente pelo seu interior se
destacaram e se recolheram um bom punhado de Brasões, de Heráldica de Família,
que se pretende abordar e mostrar neste blogue.
Dos
27 brasões referenciados no mapa, alguns não foram encontrados neste pequeno
passeio efectuado em dia e meio, de uma pequena estada naquela linda cidade. A recolha mereceu também em buscas de sites
locais que me ajudaram a enriquecer este projecto de inventariação de brasões
de família no núcleo antigo desta cidade.
Provavelmente
haverá ainda outros por descobrir nessas pequenas vielas e ruas, e encobertas
em muitas casas que apresentam características muito especiais, à sua época a
que cada uma delas terá sido edificada. Vislumbramos, portas e janelas
lindamente executadas em granito, do barroco ao manuelino, muitas casas ainda
sustentam nos seus beirais gárgulas de todos os feitios e igualmente outras
pedras de armas, nacionais e da cidade.
À
medida que se apresenta cada peça de armas, e sempre que possível, será
abordada a descrição da pedra de armas e de uma pequena história, da casa ou da
família, efectuada pela recolha na internet e especialmente no blogue
"olharvianadocastelo.blogspot" e da obra "Casas de Viana
Antiga" que merecem uma especial atenção e um elogio de relevo por se
dedicarem exclusivamente ao concelho e à cidade.
Esquema geral da localização das Pedras de Armas de Família - Viana do Castelo
Listagem:
1
- Casa dos Monfalim (séc. XVII/XVIII) - Gaveto do Passeio das Mordomas da
Romaria com a Rua Nova de Santana
2
- Casa da Barrosa (séc. XVIII) - Rua Manuel Espregueira, n.º 87
3
- Casa dos Abreu Coutinho (séc. XVIII (?)) - Largo Vasco da Gama
4
- Casa dos Melo e Alvim (séc. XVI) - Av. Conde da Carreira
5
- Capela da Casa da Carreira (séc. XVIII) - Rua dos Bombeiros
6
- Casa dos Werneck (séc. XIX) - Av. Conde da Carreira, n.º 6
7
- Casa dos Pimenta da Gama ou Casa da Piedade (séc. XVIII) - Rua Mateus Barbosa,
n.º 44
8
- Casa do Campo da Feira (séc. XVIII) - Largo 5 de Outubro, n.º 64
9
- Casa dos Sousa Meneses - Rua Manuel Espregueira, n.º 212
10
- Casa da Vedoria (séc. XVII) - Rua Manuel Espregueira, n.º 152
11
- Casa da Carreira (séc. XVI) - Passeio das Mordomas da Romaria
12
- Casa Costa Barros (séc. XVI) - Rua S. Pedro, n.º 28
13
- Casa dos Aranha Barbosa - Rua da Bandeira, n.º 174
14
- Casa Barbosa Maciel (séc. XVIII) - Largo S. Domingos
15
- Casa dos Malheiro Reymão (séc. XVIII) - Rua Gago Coutinho e Praça das Couves
16
- Palácio dos Cunhas (séc. XVIII) - Rua da Bandeira
17
- Casa do Pátio da Morte - Rua da Bandeira, n.º 203
18
- Casa dos Pita (séc. XVII) - Rua Prior do Crato, n.º 56
19
- Hospital Velho (séc. XV) - Rua do Hospital Velho
20
- Casa dos Torrados - Av. Luis de Camões, n.º 19
21
- Casa dos Sá Sottomaior - Praça da Republica, n.º 42
22
- Casa dos Agorretas - Gaveto da Rua dos Rubins com Rua Manuel Espregueira
23
- (família desconhecida) - Travessa da Victória , n.º 8
24
- Casa de João Velho ou Casa dos Arcos - Largo do Instituto Histórico do Minho
25
- Casa dos Medalhões, gaveto da Rua do Poço com Largo da Matriz
26
- Casa do Alpuím, Passeio das Mordomas da Romaria
27
- Casa dos Pereira Cirne - Rua da Bandeira, n.º 219
28 - Casa dos Boto e Calheiros - Rua da Bandeira, n.º 124
28 - Casa dos Boto e Calheiros - Rua da Bandeira, n.º 124
retirado de:
-
https://pt.wikipedia.org
-
olharvianadocastelo.blogspot.com
-
http://www.cm-viana-castelo.pt/
- http://www.monumentos.gov.pt
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