Rua do Farol, Foz do Douro, Porto - Portugal
O farol da Senhora da Luz, já existiria nos finais do séc. XVII, mantido pela boa vontade de fieis devotos a Nª. Srª. da Luz.
A construção de um farol no alto da Srª. da Luz, na Foz do Douro, não está confirmada por documentos antes do séc. XVII, mas é certo que já existira uma luz no local, nos finais do séc. XV.
Em 1484, D. João II tomou as medidas para o desenvolvimento e regulamentação do funcionamento de fachos da linha de costa, provavelmente estando incluído este farol.
O Monte da Luz detém uma posição favorável, à época, com vista alargada dos domínios de S. João da Foz e de Bouças, como também, da região, seja do limite do Porto, seja para Norte, na direcção da Maia, na linha da costa, de Leça e Matosinhos até Aveiro.
Para alguns historiadores, consta-se que a sua construção remonta o ano de 1680, sendo que a sua confraria já invocava a importância do edifício na orientação da navegação para pedir a realização de obras que afirmavam serem muito necessárias.
Em 1758, por alvará de Marquês de Pombal, é determinada a construção de um farol devido as dificuldades de entrada no rio Douro. Em 1761 estava construído e já dotado de uma estrutura capaz de lhe granjear a designação de farol, considerado então como o primeiro que existiu na costa portuguesa.
O brasão que se encontra na fachada sul, dos "Horn", considerado como as armas de um abade de S. Tirso, D. Miguel da Silva, o mesmo que teria edificado a torre do Anjo, ali próximo.
Não se vê correlação do nome do abade com o nome de família Horn. Sabe-se, também, que Horn é o nome de um cabo, situado no ponto mais meridional da América do Sul.
Em 20/6/2017, recebi este interessante comentário que terá todo o interesse como análise futura de um eventual estudo desta Pedra de Armas de família, e a qual agradeço a Robert Illíng:
"Encontrei
interessante o seu comentário sobre o Farol da Luz. O brasão é quase seguramente duma família holandesa "van Hoorn", especialmente de Jaan
van Hoorn, segundo director da Campainha Holandesa das Índias Orientais ao fim
do século XVII. A única diferença no brasão é que em Holanda tem como timbre
uma estrela e no farol tem um braço armado com uma espada. Sei também que houve
uma família "da Hora" em Leça da Palmeira nos séculos XVII e
XVIII. Dizem algumas pessoas que esses da Hora são da origem holandesa. É possível que da Hora seja uma variante aportuguesada de van Hoorn e que o
primeiro dessa família viesse aqui como perito de faróis? É uma hipótese
interessante! Talvez haja documentação sobre a construção do farol que daria
uma resposta definitiva."
Robert Illing,
Foz do Douro