PERDIDOS NO TEMPO - Objectos, imagens, lugares, etc...
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Aqueles que por seu entendimento, possam ser proprietários de alguns elementos fotográficos, e pretendam a retirada dessa foto, agradeço que me seja comunicada para evitar constrangimentos pessoais.
Obrigado.
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31 de agosto de 2010
28 de agosto de 2010
27 de agosto de 2010
25 de agosto de 2010
24 de agosto de 2010
23 de agosto de 2010
Casa dos Albuquerques - Porto
Rua Azevedo de Albuquerque (antiga Rua dos Fogueteiros) - Porto
O edifício onde actualmente se encontra sedeada a Árvore (Sociedade Cooperativa de Actividades Artísticas) é uma casa nobre portuense da segunda metade do século XVIII (1767), também conhecida por Casa dos Albuquerques. Os seus primeiros proprietários foram José Pinto Meireles, Cavaleiro da Ordem de Cristo e sua mulher D. Francisca Clara de Azevedo Pinto Aranha e Fonseca.
É uma estrutura arquitectónica de grande simplicidade, com uma fachada corrida, de acordo com os padrões tradicionais portuenses, onde se destaca a porta principal, rematada por um frontão com pedra de armas.
Na quinta (chamada das Virtudes) pertencente à casa foi colocada, em 1832/33, uma das baterias defensivas da cidade, durante o Cerco do Porto. Anos depois (1844), a quinta foi comprada por José Marques Loureiro que a destinou para as suas instalações de Horticultura e Floricultura. José Marques Loureiro desempenhou um papel importante no Porto da época quer pelas experiências levadas a cabo no Horto das Virtudes (o exemplo notável da construção de uma estufa onde eram criados ananazes), quer pela divulgação de novas ideias ligadas à botânica e à agricultura.
(texto retirado do site:
http://miragaia.com.sapo.pt/cooperativa-arvore.htm)
(texto retirado do site:
http://miragaia.com.sapo.pt/cooperativa-arvore.htm)
19 de agosto de 2010
Palácio das Sereiras (entrada posterior) - Porto
Rua do Bandeirinha - Porto
Construído em meados do século XVIII para residência da família Portocarrero, em local onde se situou uma antiga judiaria. É constituído por três pisos, de arquitectura simples, exceptuando a fachada magnificentemente esculpida, dividida em três partes, separadas por pilastras, bem como os extremos da frontaria que simulam torreões coroados de ameias delimitados pelas pilastras que sobem do piso térreo até ao cimo.
No piso térreo deste edifício setecentista encontramos entrada nobre com esculturas decorativas representando sereias (com cerca de três metros). Sobre a verga do portal vê-se um enorme brasão decorado. A actual fotografia pertence às traseiras e entrada secundária deste magnifico edificio.
(texto retirado do site:
http://olhares.aeiou.pt/palacio_das_sereias_foto3436947.html)
(texto retirado do site:
http://olhares.aeiou.pt/palacio_das_sereias_foto3436947.html)
17 de agosto de 2010
16 de agosto de 2010
13 de agosto de 2010
12 de agosto de 2010
10 de agosto de 2010
Muro e entrada secundária da Quinta da Quintã - Soalhães
Soalhães - Marco de Canaveses
A casa de Quintã, último baluarte do Morgado de Soalhães, possui hoje, uma mínima parte das terras que o constituíram.
O vistoso solar obedece ao estilo arquitectónico D. João V e foi acabado no ano de 1742. Pela sua grandeza, foi o maior e primeiro edifício do concelho e um dos primeiros de todo distrito.
Magnificente edificada em quadrado, tem uma torre a poente, ficando a entrada para um largo terreiro do lado sul da propriedade, ampla e toda murada.
Sempre foi timbre da Casa de Quintã a partilha das suas festas com os caseiros e gentes da terra.
O exterior da casa, engalanado e com os mais diversos aparatos de comodidade e distracção, foram palco á disposição do público.
O último dos mais importantes eventos que a Casa de Quintã celebrou como festa pública foi, em 12 de Setembro de 1998, o casamento de D. Joana da Costa Lobo e Reymão Nogueira.
9 de agosto de 2010
Casa de Coura - Bitarães
Rua de Coura - Bitarães - Paredes
O brasão está colocado sobre o portal de entrada e foi colocado a quando da aquisição da casa pela parte da actual familia. A sua definição é de fantasia, partido em I - Faro e II - Costa e timbre de Faro.
"É uma casa senhorial com origens no século XVIII, tendo sido restaurada posteriormente. Situa-se junto do rio Mesio, afluente do rio Sousa*, a cerca de 700 metros, e é uma casa condecorada com o "Título de Honra" pelos actos heróicos dos seus proprietários."
(texto retirado do site:
* - correcção feita por um residente, o qual agradecemos.
6 de agosto de 2010
4 de agosto de 2010
Igreja Evangelica - Porto
Praça Coronel Pacheco - Porto
Pensa-se que o Metodismo em Portugal tenha começado em 1853 a Sul de Oliveira de Azeméis, com a chegada do Eng.º Thomas Chegwin às minas do Palhal.Alguns anos depois havia já uma classe metodista no Porto e em Gaia, e em 1871 foi fundada oficialmente esta religião protestante.
A 25 de Março de 1877 foi inaugurada a Igreja do Mirante, que sempre foi o epicentro do trabalho metodista na região. As instalações foram ampliadas em 1908 e 30 anos depois foram colocados na fachada os lindíssimos azulejos neo-manuelinos da autoria de um membro da Igreja, Delfim Gonçalves Vieira (com a colaboração do pintor João Augusto Ribeiro), executados pela Fábrica de Cerâmicas de Sacavém. Só no decorrer desse ano de 1938 este templo foi reconhecido pelas autoridades civis, com o estatuto de Associação Cultural.
Aqui, em 1920,foi fundado o jornal Portugal Evangélico, que continua a existir nos nossos dias. Existe um arquivo histórico, aberto a investigadores e outros interessados, composto por uma vasta biblioteca, que data desde o séc. XVIII até ao presente, com livros do Centro Metodista de Estudos.
Possui ainda um órgão de tubos, feito em 1924 por William Sweetland, oferecido em 1999 por uma Igreja Metodista sediada em Bristol, Inglaterra.
Espero que a visita vos agrade tanto como nos agradou conhecer a história deste templo e respectiva congregação, que constituem o mais antigo trabalho protestante português organizado na cidade do Porto.
3 de agosto de 2010
2 de agosto de 2010
Ferrolho no edificio da Cadeia da Relação - Porto
Campo Martires da Pátria - Porto
Criada em 27 de Julho de 1582, o Tribunal da Relação do Porto, por falta de instalações próprias, começou por funcionar na Antiga Casa da Câmara, instalada na Rua de São Sebastião, no edifício que, por esse motivo, passou também a ser conhecido por Paço da Rolaçon.
O edifício, considerado enorme, custou tanto dinheiro que durante o tempo da sua construção não foi feito mais obras na cidade. No entanto, deve ter sido mal construído porque no dia 1 de Abril de 1752, em Sábado de Aleluia, ruiu completamente e a Relação regressou às instalações da Câmara Municipal.
Uma nova casa para a sede da Relação e da Cadeia começou a ser construída sobre os escombros da anterior, em 1765, por iniciativa do regedor das Justiças e governador das Armas do Porto, João de Almada e Melo, segundo uma planta elaborada para o efeito pelo engenheiro e arquitecto Eugénio dos Santos que foi um dos intervenientes na reconstrução da Lisboa pombalina.
A obra custou 200 contos de réis, durou trinta anos, pois só ficou concluída em 1796. Albergou a sede do Tribunal da Relação e serviu de cadeia até aos nossos dias.
É um dos edifícios de referência na história do Porto. As enxovias tinham nomes de santos: Santo António, Sant'Ana, para homens; Santa Teresa para mulheres; e Santa Rita para menores. A prisão oficina estava sob a protecção do Senhor de Matosinhos e as prisões de castigo tinham por patrono São Vítor. Havia ainda os salões (do Carmo e de São José) para homens e mulheres. Diferenciavam-se das celas por terem o chão de madeira mas pagava-se para ficar neles - 1$500 réis.
Na sala do tribunal havia uma capela porque as Ordenações do Reino determinavam que "o governador acolherá um sacerdote, que em todos os dias pela manhã, diga missa na casa da Relação, no oratório ou lugar que para isso se ordenar..." Os presos ouviam a missa das grades das prisões e corredores que davam para o saguão. Mas como não havia, mesmo assim, capacidade para tanta gente, a missa era num Domingo para os detidos de determinadas celas e no outro Domingo para os das outras prisões.
1 de agosto de 2010
Casa do Rio - Lousada
Pedra de Armas sobre portal de entrada
A pedra de armas assenta sobre portal de granito com a seguinte descrição:
- Forma - de fantasia
- Leitura - esquartelado
I e IV - Machado
II - Lima
III - Meneses
- Timbre - (desconhecido)
- Sem paquife
- Escudo assente em cartilha decorativa
História de Lousada
Lousada
foi terra dos Sousões, dos Gascos, dos Vasques e dos Viegas, barões ilustres a
quem devemos a criação e a afirmação da nacionalidade portuguesa.
O
Julgado de Lousada pertencia à coroa e várias vezes por ela foi doado a fidalgos
da primeira grandeza do reino, o que mostra a sua importância.
Esteve
ligada a Egas Moniz, cujos domínios se estendiam para lá do Rio Douro; a D.
Martins Gil de Sousa, conde de Barcelos; e a outros fidalgos, tais como D.
Martim Leitão, D. Rodrigo Forjaz, D. Chamoua Mendes, D. Urraca Martins, D.
Elvira Vasques, etc...
Estes
fidalgos, assim como o Clero, possuíam então, grande parte das terras de
Lousada e algumas vezes resolviam alargar os seus direitos em detrimento da
coroa. Daí a importância das Inquirições, sendo as mais conhecidas as Afonsinas
e as de D. Dinis (1307).
A
20 de março de 1372, D. Fernando fez conde de Barcelos, D. Afonso Teles de
Menezes e deu-lhe o senhorio de Lousada.
Esta
terra voltou à coroa no reinado de D. João I que fez dela doação "... com
todas as suas rendas, direitos, foros, tributos, direituras, senhorias e
pertenças, ao condestável Nuno Álvares Pereira e este, deu-a à sua neta D. Isabel
que por sua vez a cedeu a seu irmão D. Fernando, duque de Bragança.
No
reinado de D. João II, com a confiscação da casa de Bragança, o monarca doou
esta terra a Fernão de Sousa, fidalgo do seu conselho.
D.
Francisco de Portugal, 1º conde de Vimioso, comprou estas terras no reinado de
D. Manuel I da qual deu foral à Vila, no dia 17 de janeiro de 1514.
O
concelho corresponde, na sua quase totalidade, a uma circunscrição
administrativa medieva situada na bacia do Sousa superior. Na passagem do séc.
XI para o séc. XII menciona-se aqui uma série de acontecimentos e factos que
lhe outorgam uma notável celebridade já antes da própria fundação da
nacionalidade, com particularidade incidência para Meinedo, primitiva sede do
Bispado do Porto. Algumas das suas freguesias passaram a pertencer-lhe em
virtude das reformas administrativas de 1834 e 1885, como no caso de Vilar do
Torno, Alentém e Caíde de Rei, que andaram distribuídas pelos extintos
concelhos de Unhão e Santa Cruz de Riba Tâmega antes de serem incorporados.
Em
1854, Lousada era sede do concelho, reunindo território dos concelhos de
Lousada, Felgueiras e Barrosas.
Em
1909 era Vila da província do Douro, sede de concelho e de comarca, do
distrito, relação e Bispado do Porto.
Localiza-se
a noroeste de Portugal, na região geográfica do Minho, estando situada no seio
do distrito do Porto, limitada pelos concelhos, a norte, por Vizela; a
nordeste, Felgueiras; a este, Amarante; a sudeste e sul, Penafiel; a sudeste,
Paredes; a oeste, Paços de Ferreira e a noroeste, Santo Tirso.
A
matriz económica do concelho encontra-se ainda fortemente marcada pela agricultura,
embora o desenvolvimento de outros sectores económicos se comecem a afirmar,
nomeadamente o têxtil e, mais recentemente, a reorganização da produção
vinícola.
É
um concelho que devido à sua orogenia deriva de características hidrográficas
especiais, com abundância de água proveniente das bacias do Rio Ave e do Rio
Sousa.
No
concelho, o Rio Mezio e o Rio Sousa são as linhas de água mais importantes e
nelas se situam as Casas Nobres mais relevantes do concelho, de que a história propícia
pelas suas figuras de relevo que esta terra viu crescer e formar.
Lousada
faz-se pelos seus monumentos e sítios onde a história, o património e o meio
ambiente se cruzam e proporcionam características próprias pelo seu passado.
As
casas senhoriais, grande parte delas sucedâneas das primeiras iniciativas de
povoamento da região, persistências possantes da Idade Média têm uma intensa
implantação neste concelho.
Percorrer
as estradas e caminhos de Lousada leva-nos ao encontro desses centros de vida
agrícola, económica e social, com referências do passado, tais como, Casa de
Ronfe, Casa de Alentém, Casa da Bouça, Casa do Porto, Casa de Rio de Moinhos, e
outras desenvolvendo ainda a actividade agrícola numa lógica de aproveitamento
turístico e cultural, Casa de Juste, Casa da Tapada, Casa de Vila Verde e Casa
de Vilar.
Para
além destas atrás descritas, vislumbram-se muitos solares e casas apalaçadas
designadas de Casas Nobres que se encontram dispersas pelas freguesias do
concelho e caracterizam-se por se situarem no "interior de uma
quinta", murada, apresentando portão em ferro forjado adossado a colunas
de granito encimadas por pináculos, fogaréus ou urnas fechadas; com alameda
ladeada por árvores frondosas, onde por vezes se incluem jardins com chafariz e
estatuária, com buxos e contornos geométricos com maior ou menor aparato,
característicos de épocas de actividade política nacional e regional, que foram
essencialmente os séculos XVII, XVIII e XIX.
As
mesmas, por vezes apresentam com capelas privativas; outras com as suas pedras
de armas incrustadas nos portais de entrada ou nas fachadas das casas; a casa tem
maior relevo no esforço decorativo concentrado na fachada principal, por vezes
em desenvolvimento horizontal, outras através das suas escadarias interior ou
exterior, ou torreões marcantes da arquitectura cuidada que estas construções
seculares ostentam como marca local e pessoal que cada família ou figura
representativa do lugar, da freguesia, do concelho e muitos deles pela
participação regional e nacional.
No
séc. XVIII, como já foi referido, Lousada era um concelho "entre
rios", Sousa e Mezio, e este factor foi determinante para a implantação e
expansão de grande parte destas casas, por se encontrarem muito próximas destes
rios constatando-se um vasto e de reconhecido valor patrimonial e histórico, para
além das já descritas, temos as: Casa Grande de Vilela, Casa da Seara, Casa da
Quintã, Casa da Renda, Casa de Pereiró, Casa do Outeiro, Casa da Argonça, Casa
da Tapada, Casa do Valteiro, Casa do Ribeiro, Casa do Real, Casa do Cáscere,
Casa da Lama, Casa do Caim, Casa do Valmesio, etc... para além de outras de
relevância local que não são menos desvalorizadas e apreciadas.
Destas
casas nobres brotaram, tanto nas armas como nas letras, padres, dignitários da
igreja, membros de ordens religiosas, militares, administradores concelhios e
governadores civis, deputados, Cavaleiros da Ordem de Cristo, Bispos,
professores e reitores de universidades, sargentos e capitães-mor de
ordenanças, notários, escrivães, juízes do crime, cível e órfãos.
Representaram
ainda a assistência social e educacional da população, quando habitadas em
permanência pelas antigas famílias.
Neste
contexto a casa do Rio está igualmente considerada com estes atributos, quer
pelas descrições construtivas quer pelos seus proprietários, figuras de relevo
local e de fortes ligações à cidade do Porto.
A freguesia de São (Pedro) Fins do Torno
A
freguesia de São Pedro Fins do Torno, comarca de Felgueiras, no extinto concelho de Unhão, era
vigararia da apresentação "ad nutum" do Convento de Santa Maria de
Pombeiro; mais tarde foi reitoria. Da diocese de Braga passou para a diocese do
Porto em 1882. Comarca eclesiástica de Amarante - 2º distrito (1907). Segunda
vigararia de Lousada (1916); primeira vigararia de Lousada (1970).
Disposta
sobre a encosta oeste da Serra da Cumieira e alongando-se até às margens
férteis do Sousa, a freguesia de Torno, ou Aparecida, como é mais comummente
reconhecida, oferece uma das mais belas e extensas visões do Vale do Sousa.
Em
1230, Gonçalo Mendes de Sousa depois de ter tomado a igreja desta freguesia
restituiu-a ao mosteiro de Pombeiro. Este facto comprova o registo das
Inquirições realizadas no reinado de D. Afonso III, em que os jurados referem
que a igreja de "Sancti Felicis di Torno" era sufragânea do referido
mosteiro, e que não tinha pároco a não ser o capelão do mosteiro.
D.
Frei Amaro, 1º comendatário do mosteiro de Pombeiro, refugiou-se, por altura da
peste, em São Fins, fazendo aí copiar a segunda doação dos fundadores do dito
mosteiro.
Uma
das muitas propriedades que o Cabido da Sé do Porto possuía era a Quinta da
Torre, na freguesia de São Fins do Torno, propriedade que troca por uma
"casal" na freguesia de Fânzeres em Gondomar.
Nas
Memórias Paroquiais de 1758, o pároco Félix António Borges, vigário adjunto,
apresentado pelo D. Abade do mosteiro de Pombeiro, refere que a freguesia se
encontra na Província do Minho, Arcebispado de Braga, pertencendo ao concelho
de Unhão, comarca de Guimarães.
O
topónimo Torno deverá referir-se a alguma nascente importante na
época da denominação (anterior ao século XII) e nada tem a ver com "forno", uma vez que ainda no século XVI se
encontra a expressão "torno de água", havendo um pequeno tributário
do rio Barosa, chamado Torno,
que nasce num sítio que era chamado no século XVII "os
Torneiros". Pode, no entanto, buscar-se uma aplicação antiquíssima, pois
que, além de existirem fortificações castrejas nas imediações, que fazem supor
um povoamento suficientemente remoto, manifesta-o também a restante toponímia:
Juste é, na origem, uma Justi villa; Guetiz,
Sesões e o antigo Cidram, de provável origem germânica,
indicam idêntica propriedade.
Neste
último local, designado villa ainda nos meados do século XIII,
"villa que vocatur Sanctus Michael de Cidram" — dizem as inquirições
—, existia naquela época uma velha ermida dedicada ao Arcanjo,
o que é mais um óbvio indício de antiguidade. Talvez se tratasse de um templo
erecto, como de costume para este culto, no alto de uma elevação, ou mesmo por
aqui tivesse existido um pequeno cenóbio, lembrado do topónimo Mosteiro, na
encosta da alta chã de Trevoada, muito adequada a tal culto e até à defesa dos
povos antigos.
Culto
igualmente muito antigo é o que se devota a S. Félix ou
a S. Pedro no
sítio propriamente dito Torno. O orago da freguesia veio a ser mesmo, numa
solução salomónica, S. Pedro Fins, embora no século XIII apenas se
dedicasse a igreja a S. Félix (isto é: S. Fins). O caso é que ambos os santos
têm o seu dia a 29 de Junho, pelo que, tendo-se tornado cultos muito favoritos
antigamente, passaram como que a ser considerados pelo povo um santo único.
A
paróquia "ecclesie Sancti Felicis de Torno" já era tão antiga nos
meados do século XIII e tão antiga a fundação da sua igreja (decerto dedicada
apenas, primeiramente, a S. Félix, mártir de Gerona), que em 1258, sendo sufragânea do mosteiro de Pombeiro, já na terra se não
sabia por que razão ou modo a possuía este notável cenóbio, que foi fundação e
herança dos Sousãos (desde o conde Achígaz, de meados do século XI).
Esta alta estirpe foi aqui herdada avultadamente, e é de supor que a doação
da Igreja de S. Fins, do
Torno, tivesse sido efectuada ao mosteiro o mais tardar no século XII pelos
próceres da "casa dos Sousa". Do século XII para o
XIII, um deles, D. Gonçalo Mendes "de Sousa" (o segundo do nome)
apoderava-se deste templo talvez baseado em dívidas dele ou em direitos de
família, que a tal dessem azo.
Integrado
no concelho de Lousada, distrito do Porto, a freguesia de São Pedro de Fins do
Torno, localiza-se no extremo leste do concelho. Confinam com esta freguesia,
as freguesias de Cernadelo e Vilar do Trono e Aléntem, deste concelho, por Idães
do concelho de Felgueiras e por Travanca do concelho de Amarante, distando
cerca de 5 km da sua sede concelhia. Torno estende-se por uma superfície
territorial de 3,35 km².
A
avaliar pela quantidade de vestígios arqueológicos na freguesia, pelo Castro de
Bacelo ou mesmo pela toponímia de alguns locais próximos, esta teve um
povoamento em épocas muito remotas.
Esta
região devido à proximidade do Rio Sousa foi beneficiada pela construção de
imponentes quintas, que se foram criando no seu território.
Do
património edificado desta zona de Torno e Vilar do Torno e Alentém,
destacam-se algumas Casas Senhoriais de importante valor arquitectónico. A Casa
de Alentém é um solar apalaçado dos Condes e Viscondes de Alentém e trata-se de
um dos mais belos solares de todo o concelho. A Casa de Vilar, a Casa dos
Pereiras, são outros dois exemplos de casas senhoriais, em Alentém, e as casas
de Juste, da Ponte da Veiga, da Porta e a do Rio, em S. Fins do Torno. Na região
mais próxima, merece ainda ser destacada a Igreja Paroquial, a Capela de S.
Mamede e a Torre de Vilar ou dos Mouros e a ponte da Veiga, estes dois últimos
monumentos, são elementos românicos referenciados e inseridos no percurso ou
Rota do Românico.
No âmbito
religioso, a devoção a Nossa Senhora da Aparecida é a festa principal da
freguesia com romaria por parte dos devotos, tendo em conta uma Lenda sobre a
sua proveniência. Rota do Românico - percurso do Vale
A Quinta e Casa do Rio - Os seus proprietários
Portal de entrada principal
A
Casa do Rio, assim designada faz parte um conjunto de parcelas de terrenos
agregados ao longo de várias descendências e que se foram constituindo através
de casamentos entre famílias de forte relevância no concelho.
Esta
casa, e grande parte das Casas Nobres no concelho de Lousada, não nos é
possível identificar a sua exacta idade, a sua origem e a verdadeira dimensão
original, devido à sua longevidade e de ao longo do tempo se irem desenvolvendo
e aumentando à medida que as famílias se constituíam em função das suas
necessidades espaciais.
Ela
localiza-se no antigo caminho medieval que ligava dois dos principais
itinerários provenientes da cidade do Porto: a estrada de Guimarães e a estrada
de Amarante, interpondo-se a ponte da Veiga, sobre o rio Sousa, peça
patrimonial românica e pertencente, a um conjunto e a um percurso do programa
turístico da Rota do Românico.
A
quinta do Rio insere-se no interior de um triângulo de 3 edificados românicos
desta rota turística, constituídas: pela velha ponte da Veiga, pela Torre de
Vilar e pela Igreja de Stª. Maria de Airães, já na freguesia adjacente e muito
próxima, no concelho de Felgueiras.
Junto
à ponte da Veiga e num pequeno troço deste caminho encontram-se 3 casas nobres,
distanciadas entre si num máximo de 300 metros, todas elas com as suas
características próprias, a Casa da Porta, a Casa do Rio e a Casa da Veiga,
estando na presença de habitações que se inserem numa tipologia que se pode
denominar de "casa melhorada".
Esta
denominação é feita por geralmente serem casas de vocação predominantemente
agrícola, sede de uma família com prestígio social e económico, que, em época
de maior prosperidade, foram melhoradas a nível arquitectónico com a introdução
de elementos diferenciadores: portais, escadarias, inscrições, cercas,
fontanários, brasões, capelas, torres, pilastras, frontões, remates de
entablamentos, etc...
A
Casa do Rio tem a mesma identidade e constituí a mesma simbologia e conceito de
uma casa nobre, pelos conceitos já descritos atrás. Situa-se no interior de uma
quinta, murada, cuja entrada principal é através de um portal de granito, com
duas colunas adossadas e nela inserida uma pedra de armas de um dos vários proprietários
daquela casa.
A
entrada faz-se pelo seu portão principal através de uma alameda murada e
arborizada, nas suas bermas laterais, com camélias centenárias e confluindo no
seu término com um lago decorativo que o acolhe assente num patamar fronteiro à
fachada principal da casa e circunscrita por edificações laterais de apoio.
Na
envolvente à casa encontram-se outras construções que servem de apoio à quinta,
na produção e tratamento dos produtos agrícolas.
A
Pedra de Armas está colocada no topo do portal, e é referenciada por
nobilitação de José Bento Bernardes Machado de Lima que a terá mandado colocar,
enquanto sua actual residência.
A
Carta de Brasão de Armas (CBA) passada a este ilustre figura foi emitida pela
rainha D. Maria I, a 5 de setembro de 1795 por actos nobres em prol da Nação.
O
seu escudo de armas é descrito do seguinte modo:
Classificação:
heráldica de família;
Escudo:
de fantasia, assente numa
cartela de inspiração rocaille;
Pousada
no rebordo superior do escudo está uma águia posta de frente, com as asas
abatidas, tendo a cabeça rematada pelo timbre dos Machado;
Composição
do escudo: esquartelado;
Leitura:
I e IV - Machado (moderno);
II - Lima (moderno);
III - Meneses (moderno);
Timbre: Machado, dois machados atados com um
torçal;
Descrição:
I
e IV - Cinco machados, voltados à esquerda
II
- Terciado em pala: em I, com quatro palas (Lima); e II, cortado, tendo no 1º
um leão (Silva) e no 2º três faixas xadrezadas de três tiras (Sotomayor); e o
III, cortado de Sotomayor com o Silva.
De
registar que provavelmente esta pedra terá sido executada momentos antes da
nobilitação pois desconhece-se estas ligeiras alterações das referenciadas na
CBA que definem escudo esquartelado de Machado (moderno), Lima (antigo) e
Meneses (moderno).
III
- A sombra de um anel e nele encastoado um rubi que está voltado para o cantão
sinistro da ponta. Na pedra de armas o anel tem o rubi voltado para chefe, o
que confere com a iluminura da CBA, lendo-se no texto heráldico desta: "...
de ouro com hu anel do
mesmo metal que se supoem encuberto, e só lhe aparecesse a pedra que he hum
rubim".
IV
- Dois machados passados em aspa, atados na pedra de armas, onde por mutilação,
o machado posto em contrabanda está sem o ferro
Lê-se
na CBA, passada, a 5 de setembro de 1795, a José Bento Bernardes Machado de Lima
a seguinte descrição heráldica:
" Hum escudo esquartellado. No
primeiro e quarto quartel as Armas de Machado (armas modernas), que saõ em
campo vermelho cinco Machados com cabos de ouro, e ferro de prata, postos em
sautor.
No segundo quartel as
dos Lima (armas antigas), que saõ em campo de ouro quatro bastoens sanguinhos
em palla. No terceiro quartel as dos Menezes (armas modernas) que he o Escudo
de ouro com hu anel do mesmo metal que se supoem encuberto, e só aparesse a
pedra que he hum rubim. Elmo de prata aberto guarnecido de ouro. Paquife dos
metaes, e cores das Armas. Timbre dos Machados, que saõ dois Machados do
escudo, postos em aspa, atados com hu troçal vermelho, e por diferença hua
brica de ouro com hum trifolio verde.
"
Da
família deste ilustre Lousadense pouco se sabe, bem como dos seus actos que
mereceram a sua nobilitação, depreendendo-se que terá vivido na última metade
do séc. XVIII, e recebido a CBA, já num período de fim da sua vida activa.
Na obra de Artur Vaz-Osório da Nóbrega, em Pedra de Armas do Concelho de Lousada descreve a genealogia de José Sebastião Mendes de Carvalho e Matos Guimarães, senhor da Casa do Rio e da Casa da Porta, ambas em Vilar do Torno.
Árvore Genealógica de José Vento Bernardes Machado de Lima
A casa terá sido vendida passando a sua propriedade para a família de Gaspar António Pereira Guimarães, reconhecido como senhor da actual casa do Rio e da Casa do Outeiro, em Felgueiras.
Seus pais geraram 5 filhos, um engenheiro, outro médico (dono da casa dos Patos, em Lousada), um magistrado (dono da casa de Bonjóia, no Porto) e dois cónegos, todos eles com grandes intervenções na sociedade civil deste concelho e na cidade do Porto e em Guimarães.
Esta família tinha propriedades espalhadas por Felgueiras, Lixa, Lousada, Freamunde e no Douro e casas da família, como a do Outeiro, Rio, Porta, Soutinho, Patos, Airães e a de Bonjóia, no Porto, todas elas oriundas da raiz paterna.
Gaspar António, senhor da casa do Rio, tinha um génio inventor e projectos em mente que por iniciativa pessoal foi tornando realidade, isto é, pôs água canalizada na sua própria casa do Rio, implantou luz através de uma mini hídrica, instalou um engenho de corte de madeira para apoio aos seus bens florestais. Foi Presidente do Conselho, teve um jornal local e tentou fundar uma casa agrícola com os seus 350 ha de terras, tendo criado canais de irrigação através das linhas de águas existentes que atravessavam as suas terras e da utilização águas provenientes de minas canalizadas que interligavam as suas parcelas pessoais, tendo próximo da sua casa construído idealizado uma zona de lazer com a criação de um lago artificial, cuja água provinha de uma das minas.
Infelizmente faleceu cedo com uma febre tifóide não lhe permitindo deixar mais legado pessoal na sua terra.
Gaspar António Pereira Guimarães
Seu filho e herdeiro da casa do Rio, José Sebastião, tornou-se Presidente do Conselho de Administração das Águas do Porto, tendo construído os jardins de Nova Sintra e efectuado grandes obras de infra-estruturas de abastecimento de águas e saneamento, pela cidade, tendo-lhe sido concedida uma medalha de ouro pelos préstimos prestados à cidade do Porto.
José Sebastião Mendes de Carvalho Guimarães
Com Gaspar António Pereira Guimarães, passando pelo seu filho José Sebastião, seu neto Joaquim Gaspar, até ao actual proprietário herdeiro, José Joaquim Nunes Guimarães, seu bisneto, se foram fundindo famílias entre si, através de famílias locais que associadas às casas da região continuaram a manter os seus domínios, pelo concelho de Lousada, e neste caso, em Vilar do Torno.
Árvore Genealógica do actual herdeiro
Na obra de Artur Vaz-Osório da Nóbrega, em Pedra de Armas do Concelho de Lousada descreve a genealogia de José Sebastião Mendes de Carvalho e Matos Guimarães, senhor da Casa do Rio e da Casa da Porta, ambas em Vilar do Torno.
Formado em Ciências Matemáticas, possui também os cursos de Engenheiro Geógrafo e de Engenheiro Civil.
Nasceu na Casa da Porta, no Torno, a 21 de Fevereiro de 1904, casa que era de seus avós maternos, Sebastião Teixeira Alves de Carvalho e sua mulher, D. Maria Emília da Conceição Mendes de Carvalho.
Filho de Gaspar António Pereira Guimarães, senhor da Casa do Rio e da Casa do Outeiro, esta em Airães, Felgueiras, e de sua mulher, D. Leonor Amália Mendes de Carvalho, que foi senhora da Casa da Porta.
Casou em Santa Margarida, Lousada, a 31 de Agosto de 1936, com sua prima D. Maria Florinda Ribeiro de Carvalho, que nasceu em Silvares, Lousada, a 21 de Fevereiro de 1905, filha de Dr. Joaquim Hermano Mendes de Carvalho, da Casa da Porta, e de sua mulher, D. Maria Elisa Ribeiro Teles, esta filha de Policarpo Coelho da Silva Ribeiro e de sua mulher, D. Maria Adelaide Teles, da Casa do Outeiro, no Torno.
José Sebastião e D. Maria Emília tiveram 3 filhos, Joaquim Gaspar Ribeiro de Carvalho e herdeiro da Quinta e Casa do Rio, D. Maria José Ribeiro de Carvalho Guimarães e D. Leonor Elisa Ribeiro de Carvalho Guimarães, todos nascidos na cidade do Porto onde eram residentes, tendo estes herdado o património desta família.
Inícios do séc. XIX cuja imagem apresenta ainda a designação da rua com Gaspar Guimarães
Fonte:
Texto recolhido de trabalho de avaliação da Quinta do Rio e de sites, tais com:
- http://arteepatrimonio.blogs.sapo.pt e http://www.cm.lousada.pt
- http://www.vilardotornoealentem.pt
- "Pedra de Armas do Concelho de Lousada" - Heráldica de família, Artur Vaz-Osório da Nóbrega, 1959, p. 45-50
Texto recolhido de trabalho de avaliação da Quinta do Rio e de sites, tais com:
- http://arteepatrimonio.blogs.sapo.pt e http://www.cm.lousada.pt
- http://www.vilardotornoealentem.pt
- "Pedra de Armas do Concelho de Lousada" - Heráldica de família, Artur Vaz-Osório da Nóbrega, 1959, p. 45-50
- "Pedra de Armas do Concelho de Lousada, Aditamento" - Heráldica de família,
Artur Vaz-Osório da Nóbrega, 1999, p. 31
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