PERDIDOS NO TEMPO - Objectos, imagens, lugares, etc...
NOTA: A quem consulte e aprecie este blogue e possa contribuir com comentários, críticas ou correcções têm a minha consideração.
Aqueles que por seu entendimento, possam ser proprietários de alguns elementos fotográficos, e pretendam a retirada dessa foto, agradeço que me seja comunicada para evitar constrangimentos pessoais.
Obrigado.
Aqueles que por seu entendimento, possam ser proprietários de alguns elementos fotográficos, e pretendam a retirada dessa foto, agradeço que me seja comunicada para evitar constrangimentos pessoais.
Obrigado.
31 de março de 2013
27 de março de 2013
21 de março de 2013
Debulhadora de milho individual - Vilela
Rua da Fonte, freguesia de Vilela, Paredes - Portugal
Debulhadora antiga, já secular, com aplicação manual de espiga a espiga. Encontra-se numa quinta guardada e segundo informação dada pelo proprietário, esta máquina ainda funciona.
Apraz-se o valor e interesse na preservação por estas máquinas antigas.
17 de março de 2013
Brasão dos "Sousa, Veloso e Azevedo", Museu Soares dos Reis - Porto
Apenas poderemos referir a este brasão, que se encontra exposto no museu, de que é da época renascentista, séc. XVIII, de estilo Barroco, com um escudo Francês ou quadrado e de formato esquartelado.
A sua leitura, apresenta os apelidos de: I e IV - Sousa (de Arronches); II - Veloso; III - Azevedo (dos senhores de S. João de Rei);
Sobre o seu escudo pousa um elmo de grades tarado de perfil, com paquife.
Na opinião de Armando Mattos, na sua obra "Pedra de Armas do Porto", refere ainda que nos quartéis dos "Sousa" a bordadura dos castelos estão a mais e os escudetes estão em aspa.
Não há registo de mais informação sobre esta peça.
16 de março de 2013
Brasão dos Morais Alão - Museu Soares dos Reis - Porto
Este brasão encontrava-se colocado no palacete, que serviu de apoio à Câmara Municipal do Porto, na antiga Praça Nova (actual Praça da Liberdade), e que foi pertença de Morais Alão - Amorim Gama Lobo.
É em granito, do séc. XVIII, estilo barroco, de heráldica de família, com escudo de fantasia.
O seu formato é esquartelado, com leitura de I - Amorim; II - Gama (de Vasco da Gama); III - Lobo; e IV - Magalhães;
Contempla um coronel de Nobreza e sob este um elmo de grades tarado de perfil.
É um pesado arranjo, estilizado da época, já da fase "decadente". O brasão terá as mesmas ligações à casa de Bonjóia, dado que contemplam as mesmas armas no brasão. O seu estado de conservação é de algum desgaste, embora mais aparente que o seu homónimo de Bonjóia.
Apresenta-se um extracto da obra de Germano Silva, em "Porto, nos recantos do passado", onde descreve a existência desse palacete do seguinte modo: " (...) Em 21 de Agosto de 1819, a Câmara instalou-se oficialmente na sua nova sede. E não tardou a ocupar outro edifício contiguo ao primeiro, situado a poente, que comprara a Dª. Maria da Natividade Guedes de Portugal e Meneses, ao tempo residente em Coimbra. E assim se instalou a Câmara do Porto na antiga Praça Nova das Hortas, onde saiu quase um século depois."
10 de março de 2013
Brasão dos "Gonçalves", Museu Soares dos Reis - Porto
foto recentemente tirada no Museu Soares dos Réis (ano de 2012)
foto da Obra "As Pedras de Armas do Porto", de Armando de Mattos
Nota prévia:
Esta
Pedra de Armas foi uma das muitas peças que encontrei ao longo de um determinado
período de 6 anos, do qual resultou a elaboração do meu livro, "Pedra de
Armas da cidade do Porto" cujo objectivo foi compilar e divulgar um
conjunto de peças espalhadas pela cidade de modo a ficarem registadas como
"in memoriam ad perpetuam".
Fui
descobri-la no Museu Soares dos Reis, conjuntamente com outras que foram
recolhidas ao longo dos tempos, espaço cultural que por coincidência serviu de
lançamento do meu livro.
Infelizmente
à data nada descobri sobre esta peça a não ser a informação prestada pelos
serviços do próprio Museu, do qual agradeço toda a disponibilização, incluindo
a permissão de fotografá-la, bem como de todas as restantes pedras lá existentes.
Posteriormente,
em 10 de março de 2013 postei esta peça neste blogue de modo a divulgar toda a
informação recolhida e que era pouca, o qual se encontra descrito em texto
abaixo, que preservo.
Em
maio de 2017 recebi um e-mail de A. Conde onde dava novas indicações sobre a
origem desta Pedra de Armas e seu representante.
Referia-se
a um trabalho pessoal que mereceu como tese de mestrado em História
Contemporânea, consistia sobre a vida de uma personagem que lhe era familiar e
que lhe mereceu toda a atenção, tempo, investigação e claro, prazer no que
fazia.
Foi-me
enviado o seu trabalho, que merece todos os elogios pela dedicação e
prestabilidade em dar conhecimento do seu trabalho e da eventual divulgação,
que bem a merece.
Claro
que são estes trabalhos de pesquisa que enriquecem a história pessoal, de
família, da terra e do nosso País. Hajam muitos que assim procedam por forma a
preservar e enobrecer toda a história que se encontra perdida por este
Portugal.
Assim,
venho retomar a informação inicial e melhorá-la à custa do nosso prezado
António Adérito Alves Conde por ter acrescentado mais umas migalhas na nossa
história.
O Brasão
É
de mármore, com as dimensões de 0.87 x 1.25", do séc. XIX, da classe da
heráldica de família.
A
descrição desta Pedra de Armas, é:
foto cedida graciosamente pelo Museu Soares dos Reis, aquando da elaboração do livro
"Brasões e Pedras de Armas da cidade do Porto", de 15/12/2014
Estado
Actual: É um
Escudo Francês ou Quadrado, de formato Simples ou Pleno, de apelido Gonçalves
(de Antão Gonçalves), com uma diferença "de um besante de... em brica
azul".
De
verde (frisos
diagonais), em
banda de prata carregada de dois leões aleopardados de púrpura, armados e
linguados de vermelho, postos no sentido da banda.
Original: Devido a mutilação sofrida (ver
foto antiga), para
além do já descrito, assentava sobre o escudo um elmo de grades tarado à
direita, com Virol e possivelmente (também mutilado
antes) com Timbre
de "Gonçalves". que seria um leão nascente de púrpura, armado e
linguado de vermelho.
O
Elmo, era de prata, aberto, guarnecido de ouro, o Paquife a verde e Virol de
prata.
A Pessoa
Esta
Pedra de Armas foi concedida a João Evangelista Vila Real, por Carta de Brasão
de Armas de Nobreza e Fidalguia passada pelo rei D. Pedro V, em 2 de junho 1861,
e que foi mandada colocar, em 1862, num edifício que mandou erigir e que lhe
serviria de residência desde 1860.
Localizava-se
na cidade do Porto, na antiga rua Bela da Princesa, a actual rua de Santa
Catarina (actual
n.º 1219).
João
Evangelista é natural de uma pequena aldeia transmontana, na serra do Mesio, da
freguesia de Vilarinho de Samardã, da comarca de Vila Real.
Nasceu
a 21 de fevereiro de 1790 e seus pais António Alves e Maria Florência Gonçalves
eram residentes no lugar de Samardã, dessa mesma freguesia.
registo de nascimento - 21/02/1970
Foi
camponês e carvoeiro e ainda jovem terá demandado para o Ribatejo à procura de
trabalho e lá, na Vila de Coruche, terá intervindo numa rixa do qual resultou um crime e o terá atirado
para as cadeias da Corte e posteriormente ao degredo, para toda a vida, para
Moçambique.
Foi
nesta região e período de vida que tomou o apelido da alcunha Vila Real e que o
imortalizou com o nome de João Evangelista Vila Real.
Este
percurso de vida desde a sua juventude até aos seus 35 anos de idade com o fim
de ganhar algum dinheiro e permitir-lhe regressar à terra para casar, culmina no
ano de 1825, com o resultou do exílio, emigrando para a ilha de Moçambique e
Quelimane.
Lá,
devido a feitos militares praticados, rapidamente tornou-se uma figura de
relevo nas milícias da então Província de Moçambique e reorganizou a sua vida,
como comerciante, tornando-se paulatinamente um homem de prestigio a ponto de
conseguir granjear apoios para o perdão real da sua pena.
De
regresso ao reino, foi considerado Capitão de milícias, por carta régia de 1851
e posteriormente Cavaleiro da Ordem Militar de Cristo, em 1853 atribuídas pela
rainha D. Maria II.
Visita
a sua terra natal, no ano de 1854, já como considerado um homem-rico, vindo
viver aproximadamente no ano de 1852 para a cidade do Porto, pois já está
referenciado como proprietário de uma casa na rua do Bonjardim, onde se lhe
reconhece investimentos no sector imobiliário, e se inclui o palacete que lhe
irá servir de residência em 1860.
Desses
investimentos, há registos de propriedade na rua da Fontinha, na rua de Trás
(aos Clérigos) e na rua da Bainharia (à Sé), todas estas construções na cidade
que o recebe, o Porto.
No
Livro de Recenseamento Eleitoral Oitocentista, ao ano de 1857, constava que
João Evangelista estava conotado com a profissão de proprietário, elegível para
o cargo de deputado, vereador, juiz eleito e Junta da paróquia e recenseado
para jurado, com um rendimento total computado de 1.252.500 réis.
Na
sua vida privada e no regresso a Portugal, na data de 1852, com 62 anos, que
conhece e casa em segundas núpcias com Maria de Jesus Vila Real, natural de
Lisboa, com 24 anos.
Nos
seus últimos 17 anos de vivência no Porto, e dada a grande diferença de idade
para com a sua esposa, de 39 anos, decide conjuntamente fazer um testamento
público, no ano de 1860, de modo a permitir uma continuidade futura da sua
esposa, tendo em atenção que esta por ser mais nova e não terem tido filhos, pois provavelmente seria o primeiro a falecer.
1ª página do registo de testamento à morte de João Evangelista
A
estratégia montada para preparar uma velhice serena e o modo de vida burguês em
ambiente cultural romântico é habilmente montada em três vertentes fundamentais
, no sentido de:
1
- distribuir equitativamente a sua fortuna pela família;
2
- fazer uma gestão previsional de todo o processo referente ao falecimento e
enterramento;
3
- organizar de forma estratégica de perpetuar
a estabilidade familiar após o seu falecimento;
No
primeiro aponta para uma divisão de bens pelos familiares mais próximos, irmã e
irmão, por sobrinhos directos, pelos primos, afilhados e afilhadas, criados e
criadas, num total de cerca de 40 pessoas.
Já
no que refere ao ponto final da sua vida, escolhe para a sua eterna morada o
cemitério de Nossa Senhora da Lapa, onde doa uma avultada soma e são ditadas a
forma como deve ser enterrado, cerimónias, missas pela sua alma e pelos seus
mais próximos e correspondentes esmolas por missa.
No
que concerne ao ponto 3, e de forma a proporcionar um futuro protegido à esposa
que tanto amava, torna como protegido um seu sobrinho, Domingos Alves Pimenta,
que virá a ser um grande beneficiado no seu testamento, de modo a que com clara
intenção pessoal de o encaminhar para ser, após a sua morte, o marido da viúva.
registo de óbito - 26/10/1869, freguesia do Bonfim
João
Evangelista Vila Real veio a falecer em 26 de outubro de 1869, pelas 8 horas da
manhã, no seu palacete da rua de Santa Catarina, na cidade do Porto.
Foi
a sepultar no cemitério da Lapa conforme seu desejo com celebração na Real
Capela de Nossa Senhora da Lapa, pelas 10 horas.
Quinze
meses ocorridos, após a sua morte, a viúva casa com Domingos Alves Pimenta
concretizando-se a estratégia montada, nove anos antes de falecer, conforme a
descrição do seu testamento.
O
palacete permanecerá, durante 50 anos, na posse do nobilitado e viúva, sendo
vendido em 1913 pelos seus sobrinhos-netos a D. Laurinda Isabel Basto Correia,
ex-emigrante no Brasil, e cuja família irá pertencer durante quase oito
décadas.
É
aliás, uma filha da citada, D. Laura Aurora Basto Correia Serpa Pinto que,
entre 1927 e 1932, mandar apear o brasão e oferecer ao então Museu Municipal do
Porto.
Este
prédio nos inícios dos anos trinta foi entretanto arrendado ao Estado para nele
ser instalada a 1ª Conservatória do Registo Civil, Nele perduraria sete décadas
e sido adquirido pelo Estado com o
posterior encerramento pela mudança de instalações daquele serviço. Desde esse
período que se encontra no estado evolutivo de degradação sem vislumbre de
qualquer recuperação ou intervenção.
informações retiradas de:
- "João Evangelista Vila Real (1790-1869) - Uma biografia para além do enredo camiliano", António Adérito Alves Conde, Univ. do Porto, 2009;
- genealli.net
- "As Pedras de Armas do Porto", de Armando Mattos, 1945
informações retiradas de:
- "João Evangelista Vila Real (1790-1869) - Uma biografia para além do enredo camiliano", António Adérito Alves Conde, Univ. do Porto, 2009;
- genealli.net
- "As Pedras de Armas do Porto", de Armando Mattos, 1945
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Em 13/03/2013
Pedra-de-Armas sem qualquer documentação que permita descrever algo sobre as suas origens. Contudo o brasão pode-se classificá-lo de "família" e com escudo Francês ou Quadrado.
O formato é Simples ou Pleno, de leitura: I - Gonçalves (de Antão Gonçalves). Apresenta como diferença: um besante de... em brica azul.O elmo é de grades tarado de perfil e sem paquife, conforme é visível na segunda foto, retirada da obra Pedra de Armas do Porto, de Armando Mattos.
Actualmente apenas existe o brasão, tendo sido mutilado o elmo e uma condecoração.
Também é bem visível a definição das cores pelo aparente tracejado em diagonal (representa a cor verde) e de azul, na brica.
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