NOTA: A quem consulte e aprecie este blogue e possa contribuir com comentários, críticas ou correcções têm a minha consideração.
Aqueles que por seu entendimento, possam ser proprietários de alguns elementos fotográficos, e pretendam a retirada dessa foto, agradeço que me seja comunicada para evitar constrangimentos pessoais.

Obrigado.

29 de dezembro de 2013

Remedilhos e Temperilhos - o Tempo que faz




Estamos na época natalícia e da passagem de ano. É nesta época que os nossos antepassados anotavam o Tempo que iria fazer durante o decorrer do ano seguinte.
De verdade! Actualmente, ainda não acreditamos muito nos Boletins Meteorológicos, ou até na Internetes que nos informam sobre o clima que se faz para os dias que se segue e já os nossos Avós e Pais atempadamente se preveniam para os períodos das sementeiras, cultivos e de outras programações que entendiam fazer para o ano que se avizinhava.
Não sei se teve origem de alguma tradição religiosa ou não, se são apenas "saberes populares" locais, o que é facto é que fui educado a fazer esta antevisão climática por mera brincadeira nesta época de natal.
Esta tradição natalícia fazia-se da seguinte maneira:

Chamam-se Remedilhos (há quem lhe chame arremedilhos) e Temperilhos, e constam da seguinte associação da previsão de tempo para determinado dia do mês respectivo. Isto é, começa entre o dia de Santa Luzia, a 13 de Dezembro, e o Natal (Remedilhos), com o cruzamento do tempo verificado para o período entre o dia 26 de dezembro e 6 de janeiro, dia dos Reis (Temperilhos). O dia de Natal é o único dia que não entra neste boletim metereologico.
Desta maneira verificava-se o tempo com a associação dos dias, ao mês do ano seguinte correspondente, da seguinte forma:

Remedilhos -
13 de dezembro - janeiro do ano seguinte
14 de dezembro - fevereiro do ano seguinte 
15 de dezembro - março do ano seguinte
16 de dezembro - abril do ano seguinte
17 de dezembro - maio do ano seguinte 
18 de dezembro - junho do ano seguinte
19 de dezembro - julho do ano seguinte
20 de dezembro - agosto do ano seguinte 
21 de dezembro - setembro do ano seguinte
22 de dezembro - outubro do ano seguinte
23 de dezembro - novembro do ano seguinte
24 de dezembro - dezembro do ano seguinte

Natal  - não se contabiliza
 (agora faz-se a análise em sentido inverso)

Temperilhos -
26 de dezembro - dezembro do ano seguinte
27 de dezembro - novembro do ano seguinte
28 de dezembro - outubro do ano seguinte
29 de dezembro - setembro do ano seguinte
30 de dezembro - agosto do ano seguinte
31 de dezembro - julho do ano seguinte
1 de janeiro - junho desse ano
2 de janeiro - maio desse ano
3 de janeiro - abril desse ano
4 de janeiro - março desse ano
5 de janeiro - fevereiro desse ano
6 de janeiro - janeiro desse ano

Ex: Se no dia 16 de dezembro e a 3 de janeiro chover, então o mês de abril será chuvoso. Caso não sejam coincidentes, então prevaleceria o Temperilho, de 3 de janeiro.


Comentários pessoais: após várias buscas sobre o tema, só encontrei este "popular saber" na região de Felgueiras e em Paredes, ou será que já ninguém fala sobre este modo "antigo" de saber o tempo de uma forma arcaica e simples.
Para os lados de Estarreja também usam mas com outra matriz! Julgo que as matrizes também diferem em cada região!?
Também não encontrei nos dicionários estas palavras e, julgo que estas palavras serão especificamente locais, de uma determinada região. Estranho é que as regiões circundantes destes dois concelhos não sejam mencionadas estas tradições. Vamos lá saber porquê?
Agradeço comentários sobre o tema, pois para mim esta tradição vai mesmo desaparecer....
Ah, já agora, termino a dizer que também se dizia que os Temperilhos eram mais assertivos em desfavor dos Remedilhos (conforme exemplo)! Porque seria?
BOM ANO 2014 e que bons ventos venham para este período de Natal.

24 de dezembro de 2013

Feliz Natal deseja-vos a Nª. Srª. de Vandoma à cidade do Porto e meus amigos

Armas da cidade do Porto

O brasão da cidade não foi sempre o mesmo ao longo dos tempos, embora a sua estrutura base - Senhora de Vandoma se tivesse mantido durante os diferentes reinados.
Esta marca teve origem em 1517 com a inclusão de Nª. Srª. de Vandoma  com o menino Jesus nos seus braços entre duas torres.
Como não podia deixar de ser, a simbologia da cidade do Porto e o período natalício enquadra-se perfeitamente nesta época religiosa e não só.
O Amor e a Fraternidade são as principais razões que nos levam à sua festividade, contudo deixo aqui mais umas razões primordiais para o séc. XXI - Respeito e Bom Senso acrescentam mais uns motivos para a melhoria do Mundo. Pensem nisto!
Bem Hajam e tudo de BOM, são os meus votos de Natal a todos Vós.
Obrigado

Manuel Cunha

22 de dezembro de 2013

14 de dezembro de 2013

Largo de S. João Novo - Porto

Largo S. João Novo, freguesia de S. Nicolau, Porto - Portugal

O Largo de S. João Novo: O mais harmonioso recanto antigo da cidade
Publicado no JN, de 2009-02-08

Em tempos idos, ao actual largo de S. João novo, deram-se outras denominações: Monte da Boavista, possivelmente por causa das belas vistas que, em recuadas épocas, daquele sitio se abarcavam sobro o Rio Douro e vizinha Vila Nova de Gaia; largo da Nossa Senhora da Esperança, devido à proximidade de uma capelinha desta invocação que ainda existe ao cimo da atual Rua Tomás Gonzaga que, antes desta denominação, se chamou, exactamente, Calçada e Rua da Esperança; de S. João do monte e de S. João Baptista de Belomonte, em analogia com uma capela que tinha como patrono S. João baptista e que existia naquelas paragens desde remotas eras.
Quando, em 1583, o bispo do Porto, D. Frei Marcos de Lisboa, criou a efémera paróquia de S. João baptista de Belomente, aquela capelinha serviu de igreja matriz até à sua extinção da paróquia em 1592. Neste ano chegaram ao Porto os frades eremitas calçados da Ordem de Santo Agostinho, também conhecidos por gracianos, por terem a sua sede no mosteiro da Graça, em Lisboa. O bispo que nessa altura administrava a diocese, D. Jerónimo de Menezes, doou aos eremitas de santo Agostinho a referida capela para aí desenvolverem as suas actividades religiosas e, também, para servir, como ponto de partida, digamos assim, para a construção do seu mosteiro do qual foi considerado fundador o fidalgo D. António de Noronha que, por essa altura, desempenhava as funções de governador de Cochim.
A denominação de S. João Novo ou, S. João, o Novo, como, por vezes, também aparece referenciado, dada à igreja do antigo convento, nada tem a ver com S. João Baptista, pois evoca a figura de S. João Baptista, no entanto, figura num belo retábulo de talha barroca (séc. XVII) no interior do templo.
para o Largo de S. João Novo, também conhecido por "Rossio" de S. João Novo, foram transferidos, no século XVII, antes de se fixarem definitivamente na Ferraria de Cima (Caldeireiros), os hospitais de Santa Catarina e de S. Tiago que, desde remotas eras, estavam na Rua da Reboleira. O largo tem resistido à intromissão devastadora de projectos urbanistico de gosto mais do que duvidoso e por isso é considerado como um dos recantos do porto antigo que mantém intactas as características da cidade oitocentista, harmoniosamente enquadrado entre a fachada barroca do palácio dos Leite Pereiras de Melo e Alvim, onde, durante muito anos, esteve o Museu de Etnografia e História; alguns exemplares curiosos de casas dos séculos XVII e XVIII; e a austera mas belíssima fachada da igreja conventual da qual se destaca, esculpida no granito, a figura de uma águia bifronte (a águia de Hipona) que simboliza Santo Agostinho.

http://www.jn.pt/paginainicial/pais/concelho/aspx?Distrito=Porto&Concelho=Porto&Option=Interior&content_id=1135986

6 de dezembro de 2013

Portal de Quinta - Beire





Rua das Lameiras, freguesia de Beire, concelho de Paredes - Portugal

Mais um portal de granito, com decoração sobre si tipicamente usual em muitos portais pelo País nortenho. Infelizmente aparenta estar em estado de "solidão". É uma peça que apresenta uma data de 1779, com 234 anos de existência. Dá para pensar....

1 de dezembro de 2013

Pagamento de divida familiar (1859) - Baltar





"Diz Mateus Luis de Almeida e Molher Anna de Sousa asistentes no lugar da Feira da Freguezia de Baltar a conselho de Paredes, que vão receber da mão de i irmão iconhado Manoel Luis de Almeida do lugar do areal da mesma Freguezia de Baltar iconselho as parselas seguintes, a saber in Mil i quatro sentos seis, que o dito irmaõ iconhado recebeo em seu nome, e dado da thia Anna Joaquina imarido de lugar de ramos, da mesma Freguezia iconselho no dia nove de Abril de mil oito sentos cincoenta iquatro itres mil iseis sentos sesenta reis, ijuros de sinco Annos i um mez e, do tempo que se autorizou do dia recebido a the o prezente. Etres annos de juros de sento ivinte i seis mil sento e sesenta iquatro reis, da legitima materna: prinsipiou a venser no dia dezasete de Janeiro de mil ioito e sincoenta iseis e enteirou os três annos no dia dezasete de Janeiro deste corrente anno de mil oito sento i sincoenta e nove estas parselas somão trinta seis mil e nove sentos e oitenta e quatro reis, e o dito Manoel Luis de Almeida o lansou em meza a dita quantia das trinta e seis mil e nove sentos e oitenta e quatro reis, e o contou e achou serto e mandou contar o seu irmão e conhado e lhes o contarão e charão serto e o receberão e em si o em bolsarão bom metal dinheiro corrente neste reino, esta lida na prezencia de todos os competentes e dinheiro digo e cobrendo dinheiro contado e achando serto o em bolsarão, e se chão por pagas destas parselas na soma e quantia de 36984 reis, e para clareza da verdade e por não saber mas escrevei pedimos a Francisco Moreira da Silva do lugar de moreira da gandra asistente no lugar da feira Freguezia de Baltar que esta por nôs escrevesse e demos so rogo a signa e como testemunho e foram mais testemunhos Antonio Ferreira quintas do lugar da Feira Fregª de Baltar José Ferreira quintas do mesmo lugar e Freguezia de Baltar   20 de Maio de 1859   Em que esta escrevi e sina prezensa de todos os competentes a rogo dos sobreditos Mateus Luis de Almeida e mer como testemunho

Antonio Ferreira Quintas
Francisco Mor.ª da s.ª
José Ferreira Quintas