NOTA: A quem consulte e aprecie este blogue e possa contribuir com comentários, críticas ou correcções têm a minha consideração.
Aqueles que por seu entendimento, possam ser proprietários de alguns elementos fotográficos, e pretendam a retirada dessa foto, agradeço que me seja comunicada para evitar constrangimentos pessoais.

Obrigado.

27 de setembro de 2015

Jazigo de D. Soutomaior e Santiago - cemitério de Agramonte - Porto

 Anos 40
Conjunto de 2 brasões referentes a D. Carlos Maria Sottomayor e Ávila (1867-1940) e de Dona Maria José de Santiago de Carvalho Leite Rebelo da Gama (1883-1927) colocado em jazigo no cemitério de Agramonte, na cidade do Porto.
Ambos em granito com escudos Clássico ou Ogival.
A leitura de:
1º - I de Soutomaior
2º - Partido, I- Santiago e II - Carvalho
Coronel: de Conde (desproporcionado, de modo a abranger os dois brasões)

Foto actual - 2014
A erosão do tempo fez praticamente desaparecer a simbologia heráldica em cada um dos brasões, não permitindo vislumbrar as marcas de família, apenas a forma do escudo e o seu coronel.

jazigo em Agramonte

7 de setembro de 2015

Torre do Coreixas ou Durigo, Penafiel


Vista interior - Foto anos 50 do séc. XX

Vista exterior - séc. XX

 Torre de Coreixas ou Durigo

Designada de arquitectura militar / torre, a residência onde se insere esta construção ameada está situada no lugar de Coreixas, na freguesia de Irivo, em Penafiel.
Infelizmente, além de pertencer a particular e não ser visitável pelos meios mais formais, também não é possível entrar naquele espaço, tal é a sua vegetação e mato que a envolve.
O motivo a que me leva abordar sobre este património é exactamente pelo seu estado de degradação e pela inacção das instâncias públicas, pois creio que os familiares, herdeiros, não terão a capacidade financeira para preservar e manter este tipo de imóveis por muito que queiram.
O Instituto de Gestão do Património, a Autarquia ou a Junta de Freguesia local, nos seus sites, abordam esta construção como Imóvel de Interesse Público (Dec. Lei 129/77, da I série, n.º 226 de 29/9) e em condições de património visitável de aparência “perfeita”. Não sendo já essa a verdade, é lamentável e incompreensível, pelo menos que as instituições locais nada fazerem em prol da sua preservação.
Uma parceria, uma pequena ajuda, uma pequena intervenção, seria o bastante para manter alguma imagem e dignidade do património que se degrada diariamente, arrastando o vandalismo e o desleixo.

Entrada - estado actual 

Vista residual das ameias da torre - estado actual 

Vista parcial da casa - estado actual

Vista da cruz no topo da torre - estado actual

Mas falemos um pouco deste património imóvel, que recolhi destes sites e de outros, que poderão auxiliar a perceber o que se pretende transmitir e divulgar, com pena de nada ser feito.

Aqui vai,
A residência senhorial original remonta o século XIII e terá sido fundada por Gonçalo Gil de Arões (vivido entre os anos de ≈1175 e ≈1225), filho de Gil Guedaz Guedeão e Maria Fernandes de Sousa, descendentes dos Guedeões, os Portocarreiro, pelo lado paterno e do Sr. da casa dos Sousa, pelo lado materno.
Na Idade Média, muito possivelmente no século XV, terá sido implantada a torre ameada, pela família Brandão, detentora dos morgados de Coreixas e de Peroselo, resultante de uma possível reformulação da construção primitiva anterior, conforme se constata pelas irregularidades de algumas fiadas inferiores da sua pedra da fachada, sem contudo ser dado como certo esta análise.
Esta família portuense e senhores de Coreixas eram detentores de uma brilhante e talentosa linhagem de família portuense, tais como João Brandão e esposa Isabel Nunes, seu filho Jerónimo Brandão, casado com Isabel da Costa Freire, descendentes dos Alpedrinha.
A força desta casa é tão relevante, pois apresenta marcas ou símbolos dos Brandões, através de pedras de armas aplicadas em vários locais.
Temos na entrada para o solar, numa ameia sobre a porta do lado direito, de fronte da capela. Sobre a porta da capela de entrada desta estão outras pedras, partidas, dos Brandões e dos Pintos. Por cima da porta do recinto existem mais umas armas dos Brandões, permitindo concluir-se que as suas aplicações terão sido resultantes das variadas épocas e das variadas gerações que ali viveram, onde se possa considerar igualmente de possíveis reformulações construtivas do imóvel.
A Torre, é a imagem de marca deste património de arquitectura militar, que apresenta uma construção quadrangular, sendo formada por rés-do-chão e dois pisos, e rematada por merlões prismáticos. No paramento da torre distinguem-se várias reformulações no aparelho e na abertura de vãos, sendo o acesso feito pelo primeiro andar, a partir do interior do corpo residencial contíguo.
Já em pleno século XIX, a propriedade era pertença do Visconde de Balsemão, pelo facto de na capela adjacente à casa esta conter uma inscrição latina, indicando que este Visconde a mandou reconstruir no ano de 1803.

Descrição do solar
Vista da torre - séc. XX

A Torre
Torre ameada ligada, no seu enfiamento, pela fachada SE a um corpo residencial saliente de forma rectangular, e ladeada a NE por uma capela e dependências agrícolas. A torre, de planta rectangular, com r/c e dois pisos, apresenta indícios de várias reconstruções e enxertos. O acesso é feito pelo 1º andar, a partir do interior do edifício contíguo. A fachada SO tem, ao nível do r/c, uma porta de duas folhas de vão rectangular, com arco adintelado, com as ombreiras e padieiras em aparelho diferenciado do restante pano da fachada, sendo aparentemente posterior. Esta porta está antecedida por uma pequena escada de pedra, encontrando-se na parede SE um vão de porta rectangular, actualmente entaipado, não apresentando qualquer abertura para iluminação. O primeiro piso tem pavimento de soalho, cujo travejamento assenta em consolas, sendo iluminado somente por uma janela de vão quadrangular, na fachada SO, verificando-se que o parapeito é constituído por silhares completamente distintos do restante aparelho, evidenciando um vão que deverá ter sido porta.
O segundo piso apresenta quatro janelas com arco abatido, alinhadas segundo o eixo central das fachadas, excepto a SE, onde se aproxima do ângulo da fachada SE. Os paramentos apresentam uma estrutura vertical sem ressaltos, sendo o aparelho irregular, até ao 2º piso, e mais regular neste.
A torre conserva no topo cinco gárgulas, uma a NO, e duas a NE e SE, sendo rematada por merlões prismáticos em todas as fachadas, apresentando duas frestas por baixo destes. A fachada NO apresenta um balcão e uma escadaria de pedra adossadas à torre para acesso às traseiras da casa senhorial a que está ligada.




Vistas - séc. XX

O Solar
De planta quadrangular, compõe-se de três registos, marcados exteriormente no alçado Sudoeste, o principal. Assim, no piso térreo e ao centro do alçado, abre-se uma porta de acesso ao interior, de arco ligeiramente abatido, antecedida por um pequeno lanço de escadas; o segundo andar é marcado axialmente por uma janela quadrangular em guilhotina. Esta é a parte mais adulterada da fachada, apresentando numerosos silhares salientes e outros dispostos irregularmente, parecendo que, na origem, a janela teria sido maior ou, em alternativa, teria existido no seu lugar uma varanda. O terceiro piso contém uma janela de arco apontado, solução que se repete nas restantes fachadas, fazendo crer tratar-se de uma sala única, profusamente iluminada, destinada a ser o andar nobre do conjunto senhorial. O monumento é encimado, a toda a sua volta, por uma linha de ameias de perfil prismático e integrava, nos ângulos, gárgulas, algumas já infelizmente desaparecidas.
Nos séculos seguintes, registaram-se muitas transformações na torre e na quinta, sucedendo-se as empreitadas construtivas que, apesar de terem afectado parcialmente a torre quatrocentista (entaipando alguns vãos, substituindo portas por janelas e alterando sistematicamente os soalhos e a organização interior), mantiveram-na como centro simbólico e funcional dos espaços.
Adossada à fachada Sudeste, existe um corpo moderno, de planta rectangular e organizado em dois andares, de difícil datação, mas que poderá corresponder ao século XIX, altura em que a propriedade passou para a posse da família Balsemão. Trata-se de uma construção organizada em duas funcionalidades distintas, a primeira de serviços e de apoio à quinta (piso térreo) e a segunda correspondente ao andar nobre, com escadaria que torna independente do registo inferior o acesso, e janelas de guilhotina de cuidada feição, harmoniosamente abertas no alçado. A partir deste nível, abriu-se uma passagem para o segundo piso da torre, através de um arco de feição moderna. Para além deste corpo, outras transformações ocorreram na propriedade. Do lado oposto, adossou-se ao ângulo da torre uma capela de nave única, cuja fachada principal pretendeu repetir o modelo da estrutura medieval, ao recorrer a uma janela de arco quebrado com grelha de madeira e a ameias a encimar a empena. Por outro lado, no prolongamento do alçado da torre edificou-se um muro de delimitação da propriedade, com arco de volta perfeita de aduelas caneladas, sobrepujado por tímpano de perfil trapezoidal e encimado por pináculo axial. E diante da fachada principal do conjunto habitacional construiu-se um espaço ajardinado, à maneira de claustro, com fonte central.
Desde a origem até à actualidade, a torre permaneceu na posse de privados, facto que, se por um lado tem motivado a conservação e manutenção da propriedade, por outro tem favorecido as constantes reformas e adulterações das estruturas originais. Torre senhorial comum a tantas outras levantadas no Norte do país durante a Baixa Idade Média, a torre das Coreixas necessita, ainda, de um estudo específico que permita concluir sobre as diversas fases construtivas, sobre a marcha dos proprietários e suas encomendas e, inevitavelmente, sobre a real ocupação do lugar ao longo da História.


http://www.monumentos.pt/.../APP.../Images/SIPAImage.aspx...
www.ippar.pt
http://freguesiadeirivo.webnode.pt/patrimonio-monumental/
http://www.casasnocampo.net/PT/
http://e-cultura.sapo.pt/patrimonio/239
http://www.cm-penafiel.pt
http://www.monumentos.pt/Site/APP PagesUser/SIPA.aspx?id=5307
http://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=463707140334520&id=209750709098102