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Aqueles que por seu entendimento, possam ser proprietários de alguns elementos fotográficos, e pretendam a retirada dessa foto, agradeço que me seja comunicada para evitar constrangimentos pessoais.

Obrigado.

15 de fevereiro de 2021

Brasão dos Ferreira, Ribeiro, Dias e Sampaio, Porto


 Ferreira, Ribeiro, Dias e Sampaio



Foto pessoal, recolhida no Museu Soares dos Reis

Esta pedra de armas provém de uma casa junto à capela de Stº. António do Penedo, na antiga rua de Stº. António do Penedo, atual Largo 1º de dezembro, no Porto.

Não se encontram dados históricos e encontra-se recolhida no Museu Soares dos Reis, provavelmente de demolição da referida casa.

A Pedra de Armas tem a seguinte descrição:

Material - Granito

Época - Decadência/Séc. XVIII

Estilo - Barroco

Família - desconhecida

Classificação - Heráldica de Família

Escudo - de fantasia

Formato - Esquartelado

Leitura - I - Ferreira / II - Ribeiro / III - Dias / IV - Sampaio

Cores -

        I - de vermelho, com quatro faixas de ouro;

       II - esquartelado, I e IV de ouro, com três palas de vermelho; II e III de negro, com três faixas de columbreadas de prata e de vermelho;

        III - de azul, com uma estrela de ouro, com dez raios;

        IV - esquartelado, I e IV de ouro, uma águia estendida de púrpura, lampassada de vermelho; II e III xadrezado de ouro e negro de sete peças de faixa e oito de pala, bordadura de vermelho, carregado de oito "S" de prata;


Nota final:

Qualquer informação sobre esta pedra de armas ficarei grato de me se comunicado.




7 de fevereiro de 2021

Brasão dos Portocarrero - Porto

 



Brasão dos Portocarre(i)ro

 

Portocarrero - Uma das famílias mais antigas de Portugal tem origem na Galiza (há quem defenda que as suas origens provêm das Asturias), através do fidalgo Raimundo Garcia, que acompanhou o séquito do Conde D. Henrique que no início do séc. XII (entre os anos de 1129 e 1153) entrou no território do Condado Portucalense.

Pelo seu apoio, D. Henrique doou-lhe o couto de Portocarrero, no Marco de Canaveses. Foi deste extenso senhorio que D. Raimundo tomou o nome de Portocarrero ou Portocarreiro.

D. Raimundo Garcia de Portocarrero aparece em inúmeras documentações a confirmar pelos muitos documentos régios, sendo clara a sua importância enquanto apoiante do governante.

Esta família vai, depois, espalhar-se um pouco por todo o território nacional, do Minho até Tomar, encontrando-se ainda hoje muito património desta nobre e antiga linhagem.

Exemplos deste património e de grande relevância local são os casos do Solar da Bandeirinha, em Melres, Gondomar, a Casa do Terreiro, em Arcos de Valdevez, e a Casa da Sereia, no Porto, entre muitas outras.

O Solar da Bandeirinha, em Melres e tomou o mesmo nome da sua casa no Porto, foi iniciada a sua construção por Manuel da Cunha Coutinho Portocarrero (1550-1645) e concluída pelo seu filho com o mesmo nome (1607-1691). Foi pertença da família até ao primeiro quartel do séc. XX, sendo hoje propriedade e sede da União das Freguesias de Melres e Medas, do concelho de Gondomar.

Já a Casa do Terreiro, é uma enorme mansão de meados de séc. XVIII, localizada na freguesia de Salvador, em Arcos de Valdevez, tendo sido vendida no séc. XX à Câmara Municipal e transformada em Casa das Artes.

O Solar das Sereias ou da Bandeirinha, no Porto, para além da sua localização privilegiada pelas suas excecionais vistas para o rio Douro e Gaia, seria a casa principal da família aquando da sua estada nesta cidade.  

Do Condado Portucalense até às invasões francesas esta família deixou marcas um pouco por todo o País, incluindo na cidade do Porto.

Foto pessoal da entrada principal da casa

História:

No séc. XVI, o fidalgo D. Pedro da Cunha, senhor da Maia, manda construir uma casa na zona onde havia estado uma judiaria, ao fundo da Rua da Bandeirinha, antigo Monte dos Judeus. Após a sua morte, sua esposa, Dona Brites de Vilhena, deu continuidade a uma promessa com a fundação do Convento de Monchique.

No séc. XVIII, ainda residiam elementos da família Cunha e Vilhena e que mais tarde passou para a família Portocarrero, devido às ligações entre as duas famílias.

Durante o séc. XVIII, a casa terá sido reformulada com uma dimensão mais grandiosa, cujo nome tomou de Palácio ou Casa das Sereias, de grande imponência pela sua dimensão que se distingue na paisagem da cidade.


Fotos pessoais do pormenor de uma das sereias

Também conhecida pela população como as “mamudas”, devido às duas exóticas sereias que ladeiam o portal. É igualmente conhecida pelo nome da rua onde se localiza, Casa da Bandeirinha, pois é nesta rua que se situa a “Bandeirinha da Saúde” sobre uma pirâmide de granito onde era acionada para permitir o desembarque das naus que entravam no Porto, após inspeção médica da tripulação para se certificar que não traziam a bordo pessoas com doenças infeciosas e que servia de sinalizador como ponto de atracagem em caso de doenças ou peste, condicionando-os a um período de quarentena.

Foto pessoal da pirâmide em granito da Bandeirinha da Saúde

A casa foi construída para ser o palácio dos Portocarrero, iniciada por Manuel da Cunha Coutinho de Portocarrero, 17º Senhor da Torre de Portocarrero e Honra de Portocarreiro, em Vila Boa de Quires, 9º Senhor de Valbom, 5º Morgado de Melres, Senhor do Paço de Valpedre, em Penafiel e da casa de Pombal, foi Fidalgo Cavaleiro da Casa Real, Cavaleiro da Ordem de Cristo.

Casou em 1683, na igreja matriz de Melres, com D. Maria Luiza Coutinho Correa Botelho de Alarcão e Albuquerque, herdeira da Casa de Travanca, em Lamego.

Em 1689, restaurou sua casa em Melres, concelho de Gondomar, e adotou o mesmo nome da sua casa no Porto. 

Nela terá nascido seu filho João da Cunha Coutinho Osório de Portocarrero (n - 9/10/1689 – f - 14/01/1761), que terá concluído o restauro do Palácio das Sereias ainda antes de 1735.

Palavras do “povo” afirmam que a implantação da casa ter sido num local que serviu de cemitério dos judeus associam infortúnio aos residentes.

Por esta razão atribui-se alguns episódios trágicos na família, como narram que um dos proprietários terá morrido num acidente de barco no Rio Douro, passando o palácio para a posse de seu irmão, por não ter tido filhos.

Sobre este episódio, Germano Silva narra no jornal Opinião, no ano de 2005, com suas palavras a histórica e os contos deste episódio:

" A história é a seguinte: nos finais do século XVIII habitava a casa, João da Cunha Osório Portocarrero, morgado de Melres, uma povoação nas margens do rio Douro, no concelho de Gondomar. Certa ocasião, descendo o morgado de Melres o rio, numa pequena embarcação, esta voltou-se numa curva do Douro e o fidalgo morreu afogado. Como era solteiro, o herdeiro legitimo de todos os bens do morgado de Melres, segundo a lei dos morgadios, então vigente, era o seu irmão que vivia com algumas dificuldades por não ter bens de raiz nem oficio rendoso. E é aqui que entra a tal anedota. Dizia-se que alguns criados da casa contavam a quem os quisesse ouvir, que o novo fidalgo quando assomava à varanda principal do seu palácio, ao contemplar as águas calmas do rio Douro murmurava, de si para si: "ai rio, rio, que mataste a sede a meu irmão; e a mim a fome e o frio...""

A 22 de março de 1809, pertencia a esta família o tenente-coronel do regimento de Infantaria 6, João da Cunha Araújo Portocarrero, que nas vésperas da segunda invasão francesa, uma multidão enfurecida assassinou, junto do Padrão das Almas, actual Largo do Padrão, por suspeita que fosse afrancesado bem como de outras figuras relevantes da cidade.

Estas mortes de forma trágica decorrentes deste episódio levaram ao abandono do Palácio, por parte da família, e que desde esse acontecimento nunca mais lá voltaram.

Assim se manteve abandonado até 1955, em que foi adquirido pelo Instituto das Filhas da Caridades, uma ordem religiosa feminina, onde instalaram um colégio “Casa Madalena Canossa”, que reúne missionárias de diferentes nacionalidades e se dedicam ao ensino e apoio dos desfavorecidos, com creche e ATL.

Fotos retirada do site: gisaweb.cm-porto.pt

O Brasão

Material – Granito

Época – Renascença / Séc. XVIII

Estilo/Escola – Barroco / Influência Italiana

Descrição – Encontra-se sobre a porta de entrada

Classificação – Heráldica de Família

Escudo – de fantasia

Leitura –

         I – Portocarre(i)ro

         II – Osório

         III – Cunha

         IV – Coutinho

Timbre – não tem

Coronel – Duque ou Ducal

Cores –

         I – enxaquetado de ouro e azul de três peças em faixa de cinco em pala;

II – de ouro, com dois lobos passantes e sotopostos (um sobre o outro), d vermelho;

         III – de ouro, com nove cunhas de azul;

         IV – de ouro, com cinco estrelas com ponta, de vermelho;

Imagem retirada do site: www.heyporto.com

Fotos retirada do site: gisaweb.cm-porto.pt

Fotos retirada do site: gisaweb.cm-porto.pt

A casa:

Localizada num gaveto da Rua da Bandeirinha, no local do antigo cemitério dos Judeus e da antiga judiaria, inserida no seu alto e adossada à encosta, numa plataforma elevada sobre Miragaia e a Alfândega, cujo alargamento do arruamento que a recebe se transforma num miradouro e varanda sobre o rio e vista de Gaia.

De planta retangular alongada e de construção tradicional, é constituída por três pisos, de arquitetura simples, excetuando a fachada principal, orientada a sul, simétrica e magnificentemente esculpida, sendo dividida em três partes, separadas por pilastras, bem como os seus extremos da frontaria que simulam torreões coroados de ameias delimitadas por pilastra que sobem do piso térreo até ao cimo.

As pilastras nos seus cunhais e nos alinhamentos dos áticos conferem-lhe imponência e verticalidade. A parte central é constituída, no piso térreo por um sumptuoso portal de granito encimado por um frontão circular onde se encaixa a pedra de armas dos Portocarrros.

Foto pessoal das 2 janelas sobre o portal

O portal de entrada está inserido entre duas sereias em granito, tipo “cariátides”, é encimado no andar intermédio por duas elegantes janelas ornamentadas com balaústres de pedra. O andar nobre tem uma janela de sacada decorada com motivos rococó, com varanda e balaustres em granito apoiada em três mísulas de cantaria lavrada.

Nas partes laterais do seu corpo principal e nas outras empenas correspondentes aos torreões, a fachada apresenta várias séries de janelas, à exceção das do último andar, que possuem decoração de voluta, rematadas por conchas a substituir os frontões.

A fachada lateral oeste está no enfiamento da rua do Monte dos Judeus e está flanqueada por altos muros de suporte em granito.

Os seus revestimentos eram os tradicionais para a época, com alvenarias rebocadas pelos lados interiores e exteriores, os pavimentos revestidos a soalho de madeira e também com lajeados de granito.

Os seus tectos eram trabalhados e pintados, tendo sido alterados aquando da posse por parte da ordem missisonária das religiosas canossianas.

As coberturas articuladas em telhado de quatro águas, em estrutura de madeira revestida a telha e as caixilharias e portas em madeira pintada.

Fotos retirada do site: gisaweb.cm-porto.pt

O pátio, a tardoz, em lajeado de granito, contem um acesso pelo mesmo arruamento através de outro portal encimado por uma pedra de armas dos Portocarreiro, em ouro, bilhetado de azul de sete peças e uma bordadura composta de Castela e Leão de oito peças. Esta peça está coroada com um coronel de nobreza desproporcionado ao seu escudo.

Fotos pessoais da entrada das traseiras com portal encimado de PdA

Esta casa sofreu intervenções, após a aquisição das religiosas canossianas, com a construção de refeitório e garagem, anexas à casa, nos anos 60/70. Do corpo destinado ao dormitório das irmãs na quinta anexa.

Nos anos 80, foi acrescentada pelo infantário, de conceção do arquitº. Camilo Cortesão.


Informação retirada de:

- Brasões e Pedras de Armas do Porto, Manuel Cunha
- www.gisaweb.cm-proto.pt
ww.heyporto.com
- www.visitar.portugal.pt
- www.portoxxi.com
- www.cm-gondomar.pt
- www.facebook.com/groups/portolindodemorrer
- www.facebook.comportoalacarte
- jornal Opinião - Histórias Portuenses, Germano Silva, 12/2/2005
- www.jpn.up.pt
- www. monumentos.gov.pt