Rua do Chantre - Leça do Balio - Matosinhos
O portal da Quinta do Chantre simbolizado pelo castelo reflete a ligação à casa da Prelada, quer pelas ligações pessoais, quer pelo artista que o concebeu, quer pelo estilo e época em que ambos tiveram a sua origem.
Nos textos abaixo descreve-se a Quinta mais de forma mais esclarecedora:
"A Quinta do Chantre fica situada na freguesia de Leça do Balio, em Matosinhos, justamente numa zona fronteira do concelho da Maia. Foi construída por vontade de D. Domingues Barbosa, cónego magistral da Sé do Porto, entre 1732 e 1736, para servir de local de repouso. A obra foi projectada por Nasoni.
A planta da casa é rectangular, apresentando no ângulo noroeste uma capela. A fachada do edifício, bem equilibrada, é dominada por um torreão central que ostenta a pedra dos Barbosa e Albuquerque. Localizada no centro da fachada desenrola-se uma elegante escadaria exterior, com acesso ao andar nobre, onde se abrem diversas janelas e varandas graníticas bem trabalhadas.
Destaca-se o portão em ferro da entrada principal da quinta, através do qual não só se pode admirar a fachada principal do edifício, mas também uma alameda de acesso e os jardins e motivos escultóricos circundantes, reforçando assim o estilo barroco paisagístico das obras de Nasoni."
http://pt.wikipedia.org/wiki/Quinta_do_Chantre
Rosário Carvalho - IGESPAR)
"A Casa e Quinta do Chantre devem a sua designação ao cónego da Sé do Porto, Fernando Barbosa de Albuquerque, que sucedeu como Chantre da referida Sé ao seu tio Manuel Barbosa, em 1736. Esta família gozava de grande proximidade com Nicolau Nasoni, o arquitecto que tão fortemente marcou o panorama arquitectónico do Porto, e do Norte do país, no reinado de D. João V, tendo-lhe encomendado diversas obras, entre as quais a casa do Dr. Domingos Barbosa, e a Casa de Fafiães. Note-se que a pedra de armas existente na fachada da Casa da Quinta do Chantre é igual à da Casa do Dr. Domingos Barbosa ."
“Muito embora não subsistam testemunhos documentais desta obra, as suas características particulares parecem ser suficientes para atribuir o seu risco a Nicolau Nasoni, que deverá ter trabalhado aqui na década de 40 do século XVIII, uma vez que alguns elementos decorativos se aproximam de outros empregues na igreja de Matosinhos e na capela da Quinta da Conceição em Leça, estes devidamente documentados.
No conjunto de casas de campo desenhadas por Nasoni, nos arredores do Porto (margens dos rios Douro e Leça), a Casa do Chantre ganha maior destaque por ser considerada uma das obras fundamentais na carreira do arquitecto. É, não apenas o maior solar de tipologia comum desenhado por Nasoni, mas principalmente aquele em que se percebe o gosto pelas grandes alamedas, enquanto elementos de dinamização do espaço. Contudo, e tal como acontece na Quinta de Ramalde, a vasta alameda da Quinta do Chantre traça uma linha directa entre a casa do portão, mas sem se impor efectivamente na organização da paisagem. À semelhança do que acontece um pouco por toda a Quinta, também no portão se concentram alusões heráldicas à família – os dois leões são símbolo dos Barbosa e as flores-de-lis dos Albuquerque.
A Casa é constituída por um bloco rectangular, de tendência claramente horizontal, apenas interrompido pela torre que se ergue ao centro da fachada principal. A pedra de armas dos Barbosa de Albuquerque encontra-se sobre a janela da torre, no eixo do portal principal. Esta fachada “(…) é, depois do Palácio do Freixo, o mais rico exemplar, nos arredores do Porto, da ideia que Nasoni expressou, no frontispício de Mateus, de uma passagem térrea central flanqueada por uma dupla escadaria conduzindo à entrada nobre da casa”. De um dos lados da fachada e formando um ângulo recto com esta, situa-se a capela, rematada por frontão contra-curvado encimado por pináculos de dimensões consideráveis. O portal principal e a janela de sacada com balaústres situam-se no mesmo eixo central, recordando o esquema idêntico utilizado na capela da Casa de Fafiães.
Uma última referência para os chafarizes implantados junto ao portão, que tal como as janelas do jardim, apresentam vãos centrais, bastante recortados”. (
http://portoarc.blogspot.pt/2013/06/quintas-do-porto-e-arredores-x_11.html
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