A
casa de Saúde da Boavista encontra-se sediada na Rua Domingos Machado na cidade
do Porto. Esta instituição pertence à congregação das Irmãs Franciscanas
Hospitaleiras da Imaculada Conceição, é uma instituição de saúde de carácter
privado embora qualquer pessoa possa aceder aos seus serviços.
Foi
construída no inicio do séc. XX e a sua inauguração deu-se a oito de setembro
de 1934. A sua construção surgiu da necessidade e da exigência da preparação
técnica e cientifica das irmãs que eram enfermeiras.
http://www.historiadeportugal.info/casa-de-saude-da-boavista
Esta instituição inseriu-se numa antiga quinta com a designação de Quinta da Carcereira, cujos proprietários originais, desconheço.
Era uma quinta de grandes dimensões e brasonada, nos arrabaldes da cidade, donde passava um caminho ou vereda que ligava a Travagem ao Carvalhido.
No livro Brasões e Pedra de Armas da Cidade do Porto, faço menção à únicas informações conseguidas, através da obra Gouveia Portuense e por Armando Mattos, cujas edições avançavam que a pedra de armas e seu portal tinham sido removidos do local de origem.
Para além disso as únicas imagens recolhidas foram através da página da autarquia do Porto, http://gisaweb.cm-porto.pt/, na sua colectânea de fotografias de Bomfim Barreiros, nos anos 40 do século passado e que serviram de peças representativas no livro, e então consideradas dadas como desaparecidas:
Felizmente, para os apreciadores destas peças, elas existem e encontram-se dentro da quinta, isto é dentro do espaço pertença da Casa de Saúde da Boavista.
Mas infelizmente, quer para o meu livro quer para a comunidade tal reposição não reflecte a dignidade que este património merece ter, e passo a justificar.
Recentemente fui contactado neste blogue a informar que o portal e respectivo brasão se encontrava num espaço interior desta instituição, do qual agradeço importante informação.
Claro que me dirigi, logo que pude, a pesquisar por tão nobre portal e que para espanto meu se encontrava num espaço aberto que serve a fumadores, para estaleiro e material mal acondicionado.
Apresento apenas a peça e não pretendo expor a parte triste da envolvente, na esperança que esta instituição venha num futuro breve efectuar uma arranjo urbanístico ao espaço de modo a embelezar e permitir expor um portal com esta imponência da qual na cidade do Porto tende a desaparecer.
Para terminar este post, quero expressar duas coisas:
- as peças apresentam-se em bom estado de conservação e preservação, sendo de louvar essa componente, por parte dos responsáveis da instituição;
- aos mesmos, faço um pedido em nome de todos aqueles que amam o património, a história da cidade, os heraldistas e a todos os portuenses, no sentido de investirem na sua exposição e divulgação, perante a quem os visita ou dos que lá trabalham, permitindo um arranjo urbanístico ao espaço que o envolve. Com certeza que esses custos não serão nada de mais, tendo em conta toda a grande máquina que a Casa de Saúde da Boavista tem no seu dia-a-dia.
À instituição da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição apelo a uma atenção especial e um carinho perante um património desta natureza.
Nota de rodapé (história e instalações Stª. Joana, Ermesinde):
Esta instituição nasceu em 2 de maio de 1871 com a designação inicial de Congregação das Irmãs Hospitaleiras dos Pobres pelo Amor de Deus, tendo actualmente a designação de Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Irmandade Conceição (Confhic).
A sua 1.ª casa-mãe teve as suas instalações no Convento S. Patrício, em Lisboa (1871-1878), passando posteriormente para uma 2.ª casa-mãe para o Convento das Trinas, em Lisboa (1878-1910).
Entre 1936 e o ano de 1972, a Casa de Saúde da Boavista passou a ser a Sede Geral da instituição e provavelmente o centro nevrálgico dos últimos anos.
Estava-se
no ano de 1934. A vizinha Espanha vivia os horrores da guerra civil, após a
implantação do regime republicano, em 1931. Era Superiora Geral da Congregação
das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição a Madre Maria
Domingas da Conceição.
Preocupada com a segurança das alunas do Colégio Seráfico que se encontram em
Tuy, por causa da guerra civil que reina na vizinha Espanha, a Madre Dolores,
Conselheira Geral e ao mesmo tempo Superiora da Casa de Saúde a Boavista, chama
a Irmã Maria Plácida de Lurdes e incumbe de procurar uma casa de habitação em boas
condições e à venda nos arredores do Porto, a fim de aí as recolher.
Depois
de algumas diligências aparece à venda o Palácio Julião, em Ermesinde,
pertencente ao Juiz Conselheiro Magalhães.
Avisadas, as Madres Conselheiras ali se reuniram todas, para ver o edifício.
Estava bem situado, tendo em frente um lindo jardim que ainda hoje se conserva.
Foram todas unânimes que se comprasse com a possível brevidade e se fizessem as
obras necessárias, a fim de transferir o Colégio Seráfico de Tuy, no princípio
do ano lectivo.
Foi
verdadeiramente providencial a aquisição daquela casa. Estava-se no fim de
Junho e tudo ai correndo regularmente.
Porém, no mês de Julho desse mesmo ano de 1936, desencadeou-se o pavor a guerra civil em Espanha, a qual, em poucos dias, pôs tudo em movimento.
Porém, no mês de Julho desse mesmo ano de 1936, desencadeou-se o pavor a guerra civil em Espanha, a qual, em poucos dias, pôs tudo em movimento.
Em
23 de Junho de 1936, ficou decidida a compra do Palácio do Juiz Conselheiro,
Dr. Luís Magalhães, pela importância de 140 contos.
http://www.externatosantajoana.com
Actualmente a sede da instituição encontra-se na freguesia de Queijas, em Oeiras.
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