Pedra de Armas
Descrição da Pedra de Armas e
Capela:
Época – séc. XIX
Material – mármore
Escudo – de fantasia
Descrição – Partido, de Silva e
Ferreira, amparando um elmo de perfil e sobre o mesmo um timbre de Silva
Capela Mortuária de Familia
Aplicado na fachada frontal da
capela tumular localizada no cemitério da Lapa. Esta capela aparenta ter pouca
imponência dada as suas dimensões reduzidas, em relação às existentes da sua
envolvente e deverá ser a única com estas características neste cemitério. A razão
desta aparência prende-se pelo facto da capela ter uma concepção “sulista”,
prática corrente das construções utilizadas nos cemitérios de Lisboa. Este
conceito defende áreas interiores pequenas e a interiorização dos seus corpos
em espaços fechados e na exposição/representação dos seus representantes e de simbologia
específicas tumulares representativas aplicadas na fachada da sua construção.
Lápide exposta na fachada principal
Já no que refere ao estilo de
capelas do “Porto” e correntemente utilizados na zona norte do País é um outro
tipo de conceito,completamente inversa da solução tumulares de Lisboa,
apresentando uma presença “faustosa” e de “ostentação”, promovendo as
construções com dimensões superlativas permitindo o acesso ao seu interior e aí se
inscrevem as descrições dos seus representantes.
Esta diferença conceptual desta
capela, é o bastante para ser distinguida entre as diversas capelas existentes no
cemitério da Lapa, e que no presente caso resulta pela sua diferença
dimensional, com aparente distinção desproporcional neste local.
A capela abriga, o Barão de
Santos, João Ferreira dos Santos e Silva, nascido na freguesia de Lordelo do
Ouro, no Porto, em 5 de novembro de 1799 e faleceu a 18 de setembro de 1858 e
de outros seus pais e descendentes.
A Família
Este Barão era filho único de
João Ferreira dos Santos e Silva, com o mesmo nome, e de Dona Maria Tomásia
Narcisa Ferreira.
Casou-se a 9 de dezembro de
1826, com Dona Carolina Augusta de La Rocque (e Silva, pelo casamento), esta
era natural da freguesia de S. Nicolau, Porto, tendonascido a 4 de agosto de
1812 e falecido a 24 de dezembro de 1893.
Deixou geração de filhos com
algum legado, João Ferreira dos Santos e Silva Júnior, 2º Barão de Santos, D.
Américo Ferreira dos Santos e Silva, cardeal-bispo do Porto, Carlos Ferreira
dos Santos e Silva, Geraldo Ferreira dos Santos e Silva, 1º Barão de Ferreira
dos Santos e da filha Elisa Ferreira dos Santos e Silva.
O Barão recebeu o título de
Barão dos Santos pela rainha Dona Maria I, embora este título já existisse com
antepassados do actual Barão de Araújo dos Santos, de João Paulo de Araújo dos
Santos, em 1850.
Pertenceu ao Conselho de Sua
Majestade Fidelíssima, foi Cônsul da Bélgica e teve uma breve passagem na
Associação Comercial do Porto como Vice-presidente.
Em 1885 recebeu a Comenda da
Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa.
Em 1830 vivia em Massarelos, mas
após a sua morte a esposa manda edificar um palacete em Lisboa para sua
residência, em 1862, localizada com entrada principal pela Praça Príncipe Real,
n.º 14, e com acessos também pela rua do Jasmim, n.º 25 e n.º 25A e pela
Travessa do Jasmim.
Sobre esta família poderá adquirir
ou consultar uma obra de Henrique Arthur de Sousa, brasileiro, pesquisador e autor onde fez um estudo exaustivo sobre
esta família do qual resultou um livro intitulado de "Entrelaços de
Família História e Genealogia".
(site:
http://www.entrelacosdefamilia.com.br) e e-mail: hsouza43@gmail.com
O Palacete
Mandada construir em 1862, pela
viúva do Barão de Santos, Dona Carolina Augusta de La Rocque, este palacete está
situado no Príncipe Real, em Lisboa. Foi sede da Legação do Japão, da Fundação
Casa de Bragança e do Instituto Camões, e desde o ano de 2000 encontrava-se devoluto
e ao abandono estando actualmente a ser reabilitada com os pressupostos de
serem mantidas ao máximo a tipologia do palacete, adaptada para
quatro fracções de habitação de âmbito privado.
Alçados antigos do palacete
O seu estilo eclético é marcado
pela sua marca ornamental clássica, com um vestíbulo de entrada e marcada pela
caixa de escadas de grande aparato e espaço, que é intenção da preservação de
todo o edifício em todo o seu interior e exterior.
"De
planta rectangular, volumetria escalonada sendo a cobertura efectuada por
telhados a 2 e 4 águas e em clarabóia, em coruchéu. De 4 pisos (um deles
parcialmente enterrado e apenas visível nos alçados lateral e posterior e
outro, ao nível da cobertura., exibe cunhais em cantaria, embasamento revestido
com placagem pétrea e superfície murária em reboco pintado, animada pela
abertura de vãos de verga de volta perfeita com emolduramento simples de
cantaria, a ritmo regular. Alçado principal a NE, composto por 2 pisos
separados por friso de cantaria e por 3 corpos ritmados por pilastras,
destacadas em planta. Destaca-se o corpo central, rasgado a eixo por portal
inscrito em arco de volta perfeita, de maior pé-direito do que as janelas de
peito, com avental em cantaria, que o ladeiam. O conjunto é encimado, ao nível
do andar nobre, por 3 janelas de sacada servidas por varanda comum em perfil
contracurvada, com base em cantaria suportada por mísulas e guarda em ferro
fundido. Nos corpos colaterais, idênticos entre si, regista-se, em cada um, a abertura
de 2 janelas de peito sobrepujadas por igual numero de janelas de sacada
guarnecidas por varandas comuns. O alçado é superiormente rematado por cornija
articulada com platibanda de balaústres ritmados por plintos e interrompida, ao
nível do corpo axial, por frontão triangular com vasos metálicos nos acrotérios
(também observados por plintos, no alinhamento dos cunhais), precedido de friso
animado por tríglifos e métopas, e com o tímpano decorado com composição escultórica
a integrar as iniciais CB. Os alçados, lateral e posterior, a SE e SO, apesar
de similares ao principal, diferenciam-se especialmente ao nível do remate, com
a platibanda interrompida ao centro pelo prolongamento dos corpos axiais -
rasgados por janelas de sacada (3 e 2, respectivamente) articulada com varandas
- superiormente rematados por frontões triangulares com tímpanos rasgados por
óculos.
O
Interior: destacam-se, como principais espaços de organização e distribuição da
compartimentação interna, vestíbulo de planta rectangular com muros laterais
animados por portas (falsas) e, muro de topo, rasgado por arco abatido em
cantaria (guarnecido por guarda-vento) articulado com caixa de escadaria com
muro curvo, sobrelevada e com acesso através de lanço de escada axial.
Entrada para a escadaria
Entrada para a escadaria
Nicho com escultura
Escada
de lanço recto inicial e patamar - com muro animado por nicho com figuração
escultórica - com traços divergentes, conducentes ao andar nobre, (uma
sequência que se repete na passagem do 1º para o 2º andar) e iluminados por clarabóia
em coruchéu.
Com
o piso térreo desenvolvido ao nível da zona sobrelevada do vestíbulo, neste e
no andar nobre, os compartimentos, directamente entre si, distribuem-se ao
longo dos alçados, e articulam-se com corredores contíguos à escada. Em termos
de circulação interna esta é complementada por escada de serviço no extremo O
que assegura a circulação entre todos os pisos e o acesso ao jardim, contíguo
ao alçado posterior.
Cronologia
1862
- construção do palácio pela viúva do 1º Barão de Santos (de apelido Santos e
Silva e falecido em 1858), Dona Carolina Augusta de La Rocque, nele passa então
a residir a baronesa e, não o filho primogénito e herdeiro do título (2º Barão
de Santos, João Ferreira dos Santos e Silva Júnior, 1828 - 1903, empenhado em
carreira diplomática) mas seu irmão, Carlos Ferreira dos Santos e Silva
conselheiro e banqueiro, o Barão de Ferreira dos Santos;
1906
- era proprietário e residente no edifício, Carlos Ferreira Santos e Silva;
1924
- o palacete encontrava-se na posse de Francisco Xavier dos Santos e Silva;
1942
- Francisco Xavier dos Santos e silva continua a ser o proprietário do imóvel
mas reside na rua das Amoreiras, enquanto no palacete está instalado a Legação
do Japão;
1945
- até esta data funcionou a Legação do Japão;
1945
- o imóvel é alugado pela Fundação da Casa de Bragança, que aí instala a sua
sede;
1970
- o palácio é propriedade de Dona Mariana de Castilho dos Santos e Silva Vaz de
Almada, de Dona Maria Adelaide Castilho dos Santos e Silva de Castro e de
carlos Castilho dos Santos e Silva;
Décadas
de 80 e 90 - funciona no 1º e 2º andar o Instituo de Camões (antigo Instituto
da Língua e Cultura Portuguesa e Instituto de Alta Cultura), enquanto a
Fundação da Casa de Bragança ocupa o piso térreo;
1994
- O Instituto de Camões deixa as instalações que ocupava até então;
2000 - mudança da sede da Fundação da Casa de Bragança
para Caxias, sendo o palácio fechado;"Textos e fotos retirados de:
- https;//pt.wikipedia.org
- http://www.monumentos.pt
- http://amigosprincipereal.blogspot.com
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