Esta casa seiscentista é um belo
exemplar de arquitectura renascentista apresentando nas suas fachadas detalhes
interessantes e curiosos, dos quais se realçam os frisos ornamentais e pequenos
medalhões com cabeças.
Apresenta igualmente numa faixa de
pedra na fachada virada para o Largo da Matriz, uma inscrição algo original
onde assinala a origem da casa e seus proprietários.
Na face virada à Rua do Poço
esteve aplicada uma Pedra de Armas da família de Miguel Jácome de Luna cujas
armas se apresentavam dos Lunas, Rochas e Barbosas o qual teve honra de mercês
reais, mas infelizmente já lá não existe por razões que se desconhece.
Fotografia retirada de: lugardoreal.com
Fotografia retirada de: http://www.monumentos.gov.pt
Imagens retiradas dos blogues: olharvianadocastelo.bloguespot.pt / http://www.monumentos.gov.pt / www.pintrest.pt
A
Casa:
Situada no gaveto entre a Rua do
Poço e o Largo da Matriz, está designada de Casa dos Medalhões ou casa dos Luna,
foi construída no séc. XVI, e está classificada de monumento nacional.
A entrada principal seria pela rua
do Poço, onde se afixava a sua pedra de armas, por ser uma rua muito concorrida
e nessa rua existir um poço que abastecia a água necessária à população do
burgo dentro do circuito das muralhas.
Este poço comunitário que deu o
nome à rua foi reparado em 1570 e depois resguardado com grades de ferro em
1625, mas que ainda pelos anos de 1950 se encontrava visível, até que tendo
sido tapado não resta qualquer vestígio.
É uma casa do ano de 1545 e que na
fachada voltada para o largo da igreja matriz se encontra uma inscrição que em
duas regras reza:
“Esta casa mandou fazer Jácome raiz cavaleiro fidalgo da casa d’El Rei
Nosso Senhor e Comendador de (ilegível) na Ordem de Cristo e sua mulher Maria
Barbosa bisneta de Fernão Gonçalves e bisneta de Martim da Rocha, fidalgo do
senhor Infante D. Pedro.”
Cronologia:
1545 – provável construção da
casa;
26 de março de 1586 – Carta de brasão
passada em Lisboa por Diogo S. Romão a Miguel Jácome de Luna;
Séc. XVII – nesta casa nasceu
Miguel de Vasconcelos, filho de Pedro Barbosa e Dona Antónia de Melo e
Vasconcelos, homem de confiança do Conde de Olivares e Duquesa de Mantua, morto
na revolução de 1640;
Séc. XIX – venda da casa, a qual
passou a ser alugada; aqui viveu José Júlio Pinto Ribeiro, Director do Novo
Colégio Vianense, fundado em maio de 1887, e o engenheiro militar João Tomaz da
Costa, aqui nascendo a sua filha;
Séc. XX – aqui esteve também
instalado, provisoriamente, o Governo Civil, enquanto decorriam as obras na
Casa dos Cunhas, na rua da Bandeira;
1961 – em 19 de julho, Portaria 2ª
série, n.º 168, que fixa como Zona especial de Protecção, onde inclui para além
da Casa dos Luna, a Igreja Matriz e casa de João Velho;
História
de Miguel Vasconcelos:
Miguel Vasconcelos, nasceu em 1590
e faleceu a 1 de dezembro de 1640, senhor do Morgado da Fonte Boa, foi um
político português e homem de confiança como valido do Conde de Olivença e da
Duquesa de Mantua, vice-rainha de Portugal, como secretário de Estado
(primeiro-ministro), em nome do rei Filipe III (Filipe IV de Espanha).
Era bisneto dos primeiros
proprietários desta casa, Jácome Rodrigues de Luna e Maria Barbosa de Castro,
que por geração paterna, terão dado um filho, Miguel Jácome de Luna e casado
com Genebra Barbosa Aranha que geraram seu pai, Pedro Barbosa de Luna e era
filho do seu casamento com Dona Antónia de Melo e Vasconcelos.
Como português e odiado pelo povo
tudo fez em prol da corte castelhana como representante da dominação filipina,
em Portugal. Teve poderes para aplicar pesados impostos, os quais deram origem
à revolta das “Alterações de Évora” e a motins em outras terras do sul do País.
fontes retiradas de:
- http://olharviandocastelo.blogspot.pt
- Obra "Casas de Viana Antiga", de Maria Augusta d'Alpuím e de Maria Emília de Vasconcelos
- http://www.wikipedia.pt
- http://www.pintrest.pt
- http://www.monumentos.gov.pt
- http://lugardoreal.com
Viana do Castelo - Origens:
"A ocupação humana da região de Viana remonta ao Mesolítico, conforme o testemunham inúmeros achados arqueológicos (anteriores à cidadela pré-romana) no Monte de Santa Luzia.
A povoação de Viana recebera a Carta de Foral, de Afonso III de Portugal em 18 de Julho de 1258, tendo passado a chamar-se Viana, da Foz do Lima.
Até à sua elevação a cidade em 20 de Janeiro de 1848, a actual Viana do Castelo chamava-se simplesmente "Viana" (também referida como Viana da Foz do Lima" e "Viana do Minho", para diferenciá-la de Viana do Alentejo.
Na cidade - que cresceu ao longo do rio Lima - podem ser observados os estilos renascentistas, manuelino, barroco e Art Deco. Na malha urbana destaca-se o centro histórico, que forma um circulo delimitado pelos vestígios das antigas muralhas. Aqui cruzam-se becos e artérias maiores viradas para o rio Lima, e destacam-se a antiga Igreja Matriz, que remonta ao séc. XV, a Capela da Misericórdia (séc. XVI), a Capela das Almas, e o edifício da antiga Câmara Municipal, na Praça da Monarquia (antiga Praça da Rainha), com uma fonte em granito do séc. XVI."
Para além deste Património arquitectónico no pequeno núcleo citadino vislumbram-se casas típicas dessas épocas e com as características e ornamentos aos estilos atrás mencionados.
Dessas casas aparecem pedras de armas afixadas nas fachadas, sendo distribuídas por casas tradicionais, por casas nobres e apalaçadas, cujas personagens justificaram a mercê dada pelo seu rei, quer por actos em prol do País, quer em prol da benemerência e interesses locais ou por razões politicas.
No pequeno núcleo histórico circunscrito entre a linha férrea e o rio Lima e por pequenos passeios pedonais realizados pessoalmente pelo seu interior se destacaram e se recolheram um bom punhado de Brasões, de Heráldica de Família, que se pretende abordar e mostrar neste blogue.
Dos 27 brasões referenciados no mapa, alguns não foram encontrados neste pequeno passeio efectuado em dia e meio, de uma pequena estada naquela linda cidade. A recolha mereceu também em buscas de sites locais que me ajudaram a enriquecer este projecto de inventariação de brasões de família no núcleo antigo desta cidade.
Provavelmente haverá ainda outros por descobrir nessas pequenas vielas e ruas, e encobertas em muitas casas que apresentam características muito especiais, à sua época a que cada uma delas terá sido edificada. Vislumbramos, portas e janelas lindamente executadas em granito, do barroco ao manuelino, muitas casas ainda sustentam nos seus beirais gárgulas de todos os feitios e igualmente outras pedras de armas, nacionais e da cidade.
À medida que se apresenta cada peça de armas, e sempre que possível, será abordada a descrição da pedra de armas e de uma pequena história, da casa ou da família, efectuada pela recolha na internet e especialmente no blogue "olharvianadocastelo.blogspot" e da obra "Casas de Viana Antiga" que merecem uma especial atenção e um elogio de relevo por se dedicarem exclusivamente ao concelho e à cidade.
Esquema geral da localização das Pedras de Armas de Família - Viana do Castelo
Listagem:
1 - Casa dos Monfalim (séc. XVII/XVIII) - Gaveto do Passeio das Mordomas da Romaria com a Rua Nova de Santana
2 - Casa da Barrosa (séc. XVIII) - Rua Manuel Espregueira, n.º 87
3 - Casa dos Abreu Coutinho (séc. XVIII (?)) - Largo Vasco da Gama
4 - Casa dos Melo e Alvim (séc. XVI) - Av. Conde da Carreira
5 - Capela da Casa da Carreira (séc. XVIII) - Rua dos Bombeiros
6 - Casa dos Werneck (séc. XIX) - Av. Conde da Carreira, n.º 6
7 - Casa dos Pimenta da Gama ou Casa da Piedade (séc. XVIII) - Rua Mateus Barbosa, n.º 44
8 - Casa do Campo da Feira (séc. XVIII) - Largo 5 de Outubro, n.º 64
9 - Casa dos Sousa Meneses - Rua Manuel Espregueira, n.º 212
10 - Casa da Vedoria (séc. XVII) - Rua Manuel Espregueira, n.º 152
11 - Casa da Carreira (séc. XVI) - Passeio das Mordomas da Romaria
12 - Casa Costa Barros (séc. XVI) - Rua S. Pedro, n.º 28
13 - Casa dos Aranha Barbosa - Rua da Bandeira, n.º 174
14 - Casa Barbosa Maciel (séc. XVIII) - Largo S. Domingos
15 - Casa dos Malheiro Reymão (séc. XVIII) - Rua Gago Coutinho e Praça das Couves
16 - Palácio dos Cunhas (séc. XVIII) - Rua da Bandeira
17 - Casa do Pátio da Morte - Rua da Bandeira, n.º 203
18 - Casa dos Pita (séc. XVII) - Rua Prior do Crato, n.º 56
19 - Hospital Velho (séc. XV) - Rua do Hospital Velho
19 - Hospital Velho (séc. XV) - Rua do Hospital Velho
20 - Casa dos Torrados - Av. Luís de Camões, n.º 19
21 - Casa dos Sá Sottomaior - Praça da Republica, n.º 42
22 - Casa dos Agorretas - Gaveto da Rua dos Rubins com Rua Manuel Espregueira
23 - (familia desconhecida) - Travessa da Victória, n.º 8
24 - Casa de João Velho ou Casa dos Arcos - Largo do Instituto Histórico do Minho
21 - Casa dos Sá Sottomaior - Praça da Republica, n.º 42
22 - Casa dos Agorretas - Gaveto da Rua dos Rubins com Rua Manuel Espregueira
23 - (familia desconhecida) - Travessa da Victória, n.º 8
24 - Casa de João Velho ou Casa dos Arcos - Largo do Instituto Histórico do Minho
25 - Casa dos Medalhões, gaveto da Rua do Poço com Largo da Matriz
26 - Casa do Alpuím, Passeio das Mordomas da Romaria
27 - Casa dos Pereira Cirne - Rua da Bandeira, n.º 219
28 - Casa dos Boto e Calheiros - Rua da Bandeira, n.º 124
28 - Casa dos Boto e Calheiros - Rua da Bandeira, n.º 124
- http://olharviandocastelo.blogspot.pt
- Obra "Casas de Viana Antiga", de Maria Augusta d'Alpuím e de Maria Emília de Vasconcelos
- http://www.wikipedia.pt
- http://www.pintrest.pt
- http://www.monumentos.gov.pt
- http://lugardoreal.com
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