Rua Padre Américo - Paços de Sousa - Penafiel
O brasão assenta sobre portal de entrada da Quinta e apresenta o seguinte descritivo:
forma: de fantasia
leitura: esquartelada
I e IV - Azevedo
II e III - (Ilegível)
Elmo tarado a 3/4 à direita, sem paquife
Timbre de Azevedo
O escudo assenta sobre cartilha decorativa
"A história da Quinta da Companhia, que deve a sua
designação à Companhia de Jesus (original possuidora desta propriedade),
encontra-se intimamente associada à história do Mosteiro de São Salvador de
Paço de Sousa, a partir do século XVI, quando o Cardeal D. Henrique foi
abade-comendatário desta casa religiosa. De facto, o futuro regente e rei
encontra-se no centro da questão que envolveu os monges beneditinos de Paço de
Sousa e os jesuítas.
D. Henrique tornou-se abade-comendatário deste convento em 1535, cargo que
trocou, três anos mais tarde, pelo do Mosteiro de Castro de Avelães (Boletim
DGEMN, n.º 17, 1939), regressando a Paço de Sousa em 1560. A cedência dos
direitos comendatários à Companhia de Jesus é posterior. No contexto da reforma
dos mosteiros de S. Bento, o Papa Pio V ordenou que todas as casas que não
pudessem ser reformadas fossem cedidas a outras ordens, o que veio a acontecer
a Paço de Sousa, entregue à Companhia de Jesus, ou mais precisamente, ao
colégio do Espírito Santo de Évora, em 1570. Contudo, os beneditinos
opuseram-se a esta resolução e, em 1578, o Papa Gregório XIII acabou por anular
a anterior disposição, cedendo à Companhia apenas a renda da mesa abacial. Aos
beneditinos cabia a posse do mosteiro e a renda da mesa conventual, em todo o
caso, bastante inferior à dos jesuítas (RODRIGUES, 1931, pp. 220-224).
Uma vez que os religiosos de São Bento conservavam as instalações conventuais, os jesuítas viram-se obrigados a construir uma casa professa e respectivo celeiro, que correspondem, hoje, à Casa da Companhia. Os terrenos para concretizar este empreendimento foram trocados com o mosteiro. Com a extinção da Companhia, em 1759, esta propriedade (com os foros da Mesa Abacial) foi adquirida pelo negociante José de Azevedo e Sousa, de Vila Nova de Gaia, que instituiu os bens em Morgado, deixando-o à sua segunda filha D. Sebastiana Máxima de Azevedo e genro Pedro Leite Pereira de Melo, procedente da Casa de Campo Belo. A família manteve a Quinta na sua posse e, na segunda metade do século XIX foi, precisamente, um dos seus descendentes o responsável pelas profundas obras de remodelação da Casa, Diogo Leite Pereira de Melo, fidalgo da casa Real e presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia. Contudo, a intervenção não foi tão vasta quanto o desejava Diogo Leite, uma vez que os planos iniciais não puderam ser cumpridos por falta de recursos financeiros. Com a sua morte a Quinta foi vendida e o novo proprietário realizou uma série de reformas, que incidiram, principalmente, ao nível do interior.
Uma vez que os religiosos de São Bento conservavam as instalações conventuais, os jesuítas viram-se obrigados a construir uma casa professa e respectivo celeiro, que correspondem, hoje, à Casa da Companhia. Os terrenos para concretizar este empreendimento foram trocados com o mosteiro. Com a extinção da Companhia, em 1759, esta propriedade (com os foros da Mesa Abacial) foi adquirida pelo negociante José de Azevedo e Sousa, de Vila Nova de Gaia, que instituiu os bens em Morgado, deixando-o à sua segunda filha D. Sebastiana Máxima de Azevedo e genro Pedro Leite Pereira de Melo, procedente da Casa de Campo Belo. A família manteve a Quinta na sua posse e, na segunda metade do século XIX foi, precisamente, um dos seus descendentes o responsável pelas profundas obras de remodelação da Casa, Diogo Leite Pereira de Melo, fidalgo da casa Real e presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia. Contudo, a intervenção não foi tão vasta quanto o desejava Diogo Leite, uma vez que os planos iniciais não puderam ser cumpridos por falta de recursos financeiros. Com a sua morte a Quinta foi vendida e o novo proprietário realizou uma série de reformas, que incidiram, principalmente, ao nível do interior.
O acesso à Quinta faz-se através de um portão
recortado, ladeado por pináculos e coroado por pedra de armas. A fachada
principal desenvolve-se em três pisos e é aberta por uma série de vãos,
simétricos. O acesso ao primeiro piso é feito através de uma escadaria
exterior, de desenho irregular, de lanços convergentes (dois de um lado e
apenas um do outro).
Paralela à fachada, encontra-se ainda a capela, de nave única e coro alto que comunica com o piso intermédio do edifício de habitação. O alçado principal deste pequeno templo é flanqueado por duas pilastras cunhais, encimadas por pináculos e, ao centro, abre-se o portal, rematado por frontão curvo, interrompido por pinha, ao qual se sobrepõe um óculo. No interior, destaca-se o retábulo-mor, de talha dourada que se insere ainda num contexto seiscentista, ou proto-barroco, bem como o tecto, em caixotões, dourado e policromado.
Paralela à fachada, encontra-se ainda a capela, de nave única e coro alto que comunica com o piso intermédio do edifício de habitação. O alçado principal deste pequeno templo é flanqueado por duas pilastras cunhais, encimadas por pináculos e, ao centro, abre-se o portal, rematado por frontão curvo, interrompido por pinha, ao qual se sobrepõe um óculo. No interior, destaca-se o retábulo-mor, de talha dourada que se insere ainda num contexto seiscentista, ou proto-barroco, bem como o tecto, em caixotões, dourado e policromado.
Como já referimos, a casa foi objecto de
profundas modificações entre os séculos XIX e XX, que lhe conferiram um aspecto
mais próximo do neoclássico. Contudo, a capela conservou o traçado depurado e
maneirista da época da sua construção. Ela é a mais viva memória da antiga
vivência jesuíta, a par do celeiro, de características funcionais e implantado
a Sul da habitação actual.
A Quinta desenvolve-se nos terrenos que cercam a
casa, integrando espaços ajardinados, e a mata, onde é possível encontrar
várias árvores centenárias e alguns locais de lazer, entre os quais destacamos
a denominada Fonte dos Frades."
http://www.igespar.pt/en/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/71417/
http://www.igespar.pt/en/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/71417/
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