http://www.patrimonius.net
A pedra de armas foi mandada colocar, em 1980, na frontaria da capela pelo proprietário da Casa da Lama e serviu-lhe de modelo o brasão pintado no tecto da sala de autoria de sua mãe, Dona Maria Alice Pinto Garcês, em 1934 e esculpida pelo mestre pedreiro João Silva, natural do lugar de Roupar, freguesia de Lodares, pelo preço de 100.000$00.
" A pedra de armas foi mandada esculpir e colocar na frontaria da capela pelo Coronel Pilote Augusto Cândido Pinto Coelho Soares de Moura, actual Senhor da Casa da lama, condecorado com as medalhas: da Cruz de Guerra (1ª classe); de prata de Serviços Distintos, com palma (duas); de Mérito Militar (3ª classe); comemorativa das F.A., no norte de Angola; comemorativa das Expedições das F.A., em Moçambique; e de Mérito de Aeronáutica (1987), - que casou na igreja de Nossa Senhora da Conceição (Praça Marques do Pombal, no Porto), a 19 de dezembro de 1953, com D. Maria Luísa da Cunha Coelho, condecorada com a Cruz da Ordem Militar de Cristo (Grau Oficial) pelos actos de bravura praticados no Negage (Angola), em 1961, ao lado de seu marido, e que foi quem deu a ideia para a feitura da pedra de armas.
Serviu de inspiração para se esculpir esta pedra de armas (sem o timbre, por dificuldades encontradas pelo canteiro na sua feitura) o brasão que decora o tecto de estuque da sala de entrada da casa da Lama, mandado pintar, cerca de 1934, por D. Maria Alice Pinto Garcês. Srª. da Casa pelo seu casamento com Dr. Augusto Pinto Coelho Soares de Moura, conforme elaborado por D. Maria Alice, Senhora de elevada sensibilidade artística.
No escudo do brasão temos as armas passadas, a 8 - 10, 1743, à sua avoenga Emerenciana Luísa, < que ella procede, & vem da dita geraçaõ, & linhagem dos ditos Mattos, & e Mouras.
Como filha legitima de Vitorianna Maria da Conceycaõ, & de seu Marido Pedro da Sylva Teixeyra neta pella parte materna do cappitaõ Simaõ Moreyra, & Mattos, & de sua molher Maria Pinta Duarte, bisneta de Simaõ Alvares, & de de sua molher Luiza Moreyra>, e cujo texto heráldico é o seguinte: Huã Lizonja partida em palla, na primeyra as armas dos Mattos, que saõ em campo sanguineo, hum pinheiro verde com raizes, & perfilado de prata, entre dous leois batalhantes de ouro armados de azul, na segunda as dos Mouras, que são em campo sanguineo, sete castelos de ouro, em tres pallas, a do meyo com tres, & a das ilhargas com dous cada huã, todos lavrados de preto. "
Escudo: Português ou boleado
Composição: Partida
Leitura: I - Matos, com um pinheiro arrancado, sustido por dois leões afrontados;
II - Moura, com sete castelos postos em 1, 2, 1, 2 e 1 (esculpiram 7 torres)
Diferença: uma meia brica
Elmo: gradeado, voltado de perfil para a direita
O escudo encontra-se ladeado por dois motivos decorativos idênticos
E. N. 106 - Freguesia de Lodares - Lousada
www.lodares.pt
"Teodoro Pinto Coelho de Moura - nascido nesta casa, formado
em Direito Canónico, Abade
Reservatário de S. Nicolau do Porto, onde foi desembargador, e ministro da Câmara Eclesiástica, nomeado em 23 de Setembro de
1797, e promovido a Provisor do
Bispado do Porto, tendo governado o mesmo como Vigário Capitular por morte do Bispo D. António de S. José e Castro,
alcançando o cargo de Vigário
Geral da Comarca Eclesiástica de Penafiel em 1779
- Manuel Joaquim
Pinto Coelho de Moura, nascido em 1749, bacharel em
direito pela Universidade de Coimbra,
Sargento-mor e depois Capitão-mor deste concelho, foram senhores desta casa.
António Manuel
Pinto Coelho Soares
de Moura, nascido
em 1784, na casa da Lama,
falecido em 1846, bacharel pela Universidade de Coimbra, foi juiz do crime em Lisboa,
no Bairro do Mocambo, juiz de fora em Tondela,
deputado às Cortes em 1823 e Cavaleiro
da Ordem de Cristo.
Bernardino Coelho Soares de Moura, seu irmão,
nasceu em 1787 e faleceu
em 1865 na casa de Santa Isabel.
Brigadeiro dos Reais
Exércitos, Governador da Praça de Lisboa e Barão de Freamunde, Cavaleiro da Ordem de Cristo distinguiu-se durante as Invasões
Francesas e Guerra Peninsular.
Recebeu a cruz de ouro desta guerra, entre outras distinções. Eram netos de Manuel
Joaquim Pinto Coelho de Moura. Sucedeu a António Manuel Pinto Coelho Soares de Moura, seu filho, com o mesmo nome,
nascido a 28/12/1817, bacharel em Direito pela
Universidade de Coimbra
em 1842 e senhor da casa da Lama.
Foi progenitor de Francisco Pinto Coelho de Moura, falecido aos 31 anos de
idade, que no ano de 1887 foi nomeado para presidir à Câmara de Penafiel,
tendo sido eleito deputado às Cortes
pelo círculo de Penafiel e Felgueiras em 1888.
Augusto Pinto
Coelho Soares de Moura, nasceu
a 25/4/1889, nesta
casa e foi seu
proprietário, bacharel em direito pela Universidade de Direito de Coimbra e pai de Augusto Cândido Pinto Coelho Soares de Moura, nascido a 28/9/1923, na casa de Valmezio, seu actual senhor, coronel
aviador, condecorado com as medalhas da Cruz
de Guerra (1ª classe); de prata de Serviços Distintos, com palma (duas);
de Mérito Militar (3ª classe); comemorativa das Forças Armadas,
em Angola; e comemorativa
das Expedições das Forças Armadas de Moçambique.
A primitiva
Casa da Lama teria sido arquitectada na Lama Velha, um lameiro que fica a uns quinhentos metros
da actual residência. É um dos solares mais
imponentes do Vale do Sousa.
Foi edificado no séc. XVIII,
e restaurado no século
seguinte, altura em que ganhou as feições actuais, tendo sido reconstruído no
final da década de setenta, do século
vinte. No
primeiro andar, num dos compartimentos, no
lintel de uma janela de um dos quartos, pode ver-se uma inscrição com a
seguinte data: 1717.
Patenteia também
uma característica fora do comum,
mas que atesta
a sua vetustez: os degraus da escada interior, que dão acesso
ao primeiro andar,
são em granito e levam-nos, além de outros
compartimentos, a uma exígua cela, toda ela também em granito - chão, paredes
laterais e tecto, tudo está edificado em robustos
blocos graníticos, com uma única porta de 20 cm de espessura,
toda chapeada e uma
chave com um quilograma de peso e 30 cm de comprimento; apenas dois orifícios, que dão
passagem para os canos de espingarda (um direccionado para as escadas
e outro para uma porta
principal, que já não existe, fruto das alterações que foram executadas na casa).
pormenor: sino no cunhal da capela
Em termos
arquitectónicos é uma casa quadrangular com capela integrada no topo esquerdo da fachada, ostentando no corpo primacial, virado a Este, no rés-do- chão, quatro frestas molduradas e
uma escadaria de um só lanço, com patim.
No andar nobre, ao
centro, exibe uma portada tripla moldurada,
flanqueada por quatro janelas
de sacada, molduradas (duas
à esquerda/duas à direita). O corpo à direita, o torreão, no rés-do-chão,
expõe uma janela de sacada, (sobrepujando
cachorrada), ladeada por duas janelas de peitoril,
todas molduradas. O mesmo ritmo
acontece no primeiro andar.
Entrada lateral, junto à capela
A capela
da Lama foi edificada em 1777 e dotada com o Lameiro
de Sá, da Quinta de Eiras, freguesia de S. Vicente de Boim, para seu
património, sua sustentação e
reparação. A
fachada principal é rasgada por um portal arquitravado, com cornija e painel superior, encimado pela pedra de
armas dos “Matos e Mouras,” e no tímpano
ostenta um óculo em forma de quadrifólio moldurado. O frontão
é formado por duas volutas, interrompido por pedestal quadrangular e rematado por uma cruz octogonal.
Na fachada Norte, avistam-se uma abertura, uma portada, e um azulejo, com a seguinte inscrição: MDCCCXXXI. As pilastras
são sobrelevadas por pináculos, e a empena
da fachada Oeste é coroada por uma cruz de trevo.
No primeiro andar,
da casa, na fachada Sul, acham-se duas janelas de peitoril molduradas, e no rés-do-chão, da fachada Oeste, encontram-se
duas portadas, enquanto no primeiro
andar, se exibem duas janelas de peitoril e uma janela de luzerna
gradeada; todas molduradas. Na mansarda, duas pequenas janelas de luzerna
gradeadas; no alpendre, vislumbramos doze colunas em granito - seis no rés-do-chão e seis no primeiro andar;
um lambril de azulejos cobre
a parede da fachada. À esquerda, no rés-do-chão, há uma janela
de peitoril, gradeada.
O alpendre, adossado à fachada Norte,
é constituído por duas colunas,
e a escadaria é de um só lanço;
no rés-do-chão, existe uma portada
e três janelas de peitoril,
molduradas, enquanto que no primeiro andar, vislumbramos quatro janelas de peitoril, todas molduradas.
A casa da Lama e a casa de Rosende apresentam
um forte paralelismo na sua forma.
Ambas são casas
de plantas quadrangulares, com capela integrada no topo da fachada esquerda e no corpo central
têm o mesmo tipo de aberturas, de janelas de sacada
e de peitoril, assim como no corpo da direita.
Divergem no tipo de escadaria, no arco do portal, no frontão e
na ausência do óculo moldurado e da pedra de armas na capela da casa de Rosende."
"A Casa Nobre no Concelho de Lousada - Vol.I", de José carlos Ribeiro da Silva
- www.lodares.pt
- http://www.patrimonius.net
- Nobrega, Artur Vaz-Osório da, "Heráldica de Família no Concelho de Lousada" aditamento a "Pedra de Armas do Concelho de Lousada" (1959), Lousada. Edição C. M. Lousada 1999. p.164
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