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Obrigado.

29 de agosto de 2016

Pedra de Armas dos Barros, Museu Soares dos Reis

Museu Soares dos Reis - Massarelos, Porto

Esta pedra de armas encontra-se em exposição no referido Museu como peça que se encontrava exposta numa fachada de uma casa portuense de uma família nobilitada e de apelido "Barros".
Desconhece-se a verdadeira localização desta peça heráldica maravilhosa. É uma peça em granito, da época da Renascença, do séc. XVII. 
Dada a sua exposição ao tempo e a vida que levou ao longo do tempo verifica-se já algum desgaste, contudo graças à sua recolha pelo Museu a sua preservação poder-se-à considerar mais duradoura permitindo ter sido divulgado pelos nossos descendentes toda a sua história que os nossos antepassados nos deixaram.
Classificação: Heráldica de família
Escudo: de fantasia, colocado inclinado ou "au balon"
Formato: Simples ou pleno
Leitura: Barros
Timbre: de Barros (aspa de vermelho carregada de cinco estrelas)
Cores: I, de vermelho, com três bandas de prata, acompanhadas de nove estrelas de seis pontas de ouro, dispostas em 1,3,3 e 2

2 de agosto de 2016

Capela dos Alfaiates, Porto



Entrada principal - Rua do Sol (actual)

Desde o início do século XVI que a Irmandade dos Alfaiates do Porto venerava como padroeiros e protectores São Bom Homem e Nossa Senhora de Agosto. Não tendo capela própria, a confraria iniciou em 1554-1555 a construção de um templo dedicado à Virgem em espaço fronteiro à Sé, cedido pelo bispo D. Rodrigo Oinheiro.

Antigas instalações - frente à Sé

foto de portoarc.blogspot.pt - estatutos da confraria

A morosidade das obras durante os dez anos que se seguiram levou a que a irmandade contratasse, cerca de 1566, o mestre pedreiro Manuel Luís, que iria terminar o projecto, imprimindo-lhe o seu traço pessoal (Serrão, 2001, p. 199).

foto de portoarc.blogspot.pt - vista lateral na Sé


foto de portoarc.blogspot.pt - à direita, de frente à Sé

Em 1934, a Câmara do Porto elaborou uma proposta de urbanização do Largo da Sé, que implicava a demolição da Capela dos Alfaiates, classificada como Monumento Nacional desde 1927.

foto de portoarc.blogspot.pt - noticia sobre a classificação de monumento nacional


Para evitar a destruição do templo maneirista, a estrutura foi desmantelada em 1936 pela Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, sendo reconstruída na sua actual localização em 1953.
De planta rectangular a capela é precedida por adro limitado por guarda de ferro. Na fachada principal rasga-se ao centro o portal de gosto maneirista, com arco de volta perfeita ladeado por colunas estriadas, encimado por entablamento, sobre o qual foi aberto um nicho que alberga a imagem, em barro, de Nossa Senhora de Agosto. Acima deste conjunto foi aberta uma janela com grade de ferro. As fachadas laterais, despojadas de qualquer elemento decorativo, possuem apenas uma janela esculpida no registo superior.
O interior, recriando numa escala regional o modelo maneirista dos espaços unitários, de cariz erudito e vanguardista, possui nave única coberta por abóbada abatida de cruzaria, em granito. Um amplo arco triunfal por pilastras jónicas, abre para a capela-mor, espaço revestido por abóbada de canhão em cantaria, com caixotões decoradas com rosetas.

foto de portoarc.blogspot.pt - retábulo

retábulo actual

Ao centro, o retábulo de talha dourada de minhas maneiristas é composto por um conjunto de oito tábuas com episódios da vida da Virgem e do Menino, nomeadamente, no primeiro registo e à esquerda, a Anunciação dos Reis Magos, a Assunção da Virgem e o Menino entre os Doutores. O remate da estrutura é feito pela Coroação da Vrigem, ladeada pela Visitação e pela Fuga para o Egipto. Este conjunto retabular é atribuido ao pintor Francisco Correia e seus colaboradores, tendo sido executado entre os 1590 e 1600 (idem, ibidem, p.243). Um nicho alberga uma imagem calcária da padroeira, de gosto flamengo.
vista frontal com átrio gradeado

portal de entrada

nave interior

abóbada abatida de cruzaria


fonte:
imagens de http://portoarc.blogspot.pt
texto integral retirado de Catarina Oliveira (DIDA/IGESPAR, I.P./Fevereiro de 2011)