NOTA: A quem consulte e aprecie este blogue e possa contribuir com comentários, críticas ou correcções têm a minha consideração.
Aqueles que por seu entendimento, possam ser proprietários de alguns elementos fotográficos, e pretendam a retirada dessa foto, agradeço que me seja comunicada para evitar constrangimentos pessoais.

Obrigado.

19 de maio de 2012

Brasão de armas em fachada - Porto


Largo de Nevogilde, 229, Porto - Portugal

Este brasão é o único existente na cidade do Porto executado em azulejaria. Está aplicada numa casa centenária e insere-se numa antiga quinta agrícola, pois tudo leva crer pelas construções existentes serem de carácter rústico e rural.
Está toda murada e contem portais de entrada para a quinta, próprias da época bem como de alguns acessórios interessantes, como por exemplo um nicho na fachada, de um padrão, e trabalhos de azulejaria decorativas.
Desconhece-se a origem da casa e brasão, bem como das suas definições heráldicas. Pelas figuras lá representadas leva-me a direccionar para famílias com o nome de "alão?", pelas representação de figuras de lobos/cães.
Agradeço a quem souber algo sobre esta casa e brasão que me seja fornecida e ficar-lhe-ei grato por isso.
Posteriormente a estes comentários, e grato a pessoas dedicadas pela descoberta e memórias antigas, foi-me dado um caminho sobre a história da família desta casa, ver o site de familiar (http://genealogias.info/1/upload/lacerdas_lobos_da_vacarica.pdf).
Quanto ao brasão, existe um igual da mesma família, com origem na Casa da Vacariça, na Mealhada, Aveiro, os Botelho Lacerda Lobo. O brasão é cortado e está constituído em I - Lobos e partido em II - Cabrais e Barbosa, tem o timbre de Lobo, sobre o elmo.
A casa remonta o séc. XVIII que através de casamento de seus herdeiros com um negociante abastado, do Porto, Jaime de Andrade Vilares (das bolachas Vilares), passou a casa a pertencer aos Botelhos Lacerda Lobo Vilares.
Está designada de Quinta de Nevogilde ou do Padrão, cujo marco - Padrão, está apenso ao muro lateral com uma designação "NEC ADDO - NEC ABDO" - que traduzido quer dizer: nem dou, nem tiro. (podem ver neste blogue em Diversos 4)

16 de maio de 2012

Gravura cruciforme em rocha - Baltar


Serra de Muro, Veloto ou Loto, lugar da Gralheira, Baltar, Paredes - Portugal

Há muitos anos tinha a certeza de ter vizualizado esta cruz numa rocha, de uns terrenos de meu avô.
Passados, cerca de 35 anos, finalmente voltei a encontrá-la, pois foi uma marca que me ficou na memória. Agora que a descobri continuo sem saber o seu significado.
Lembro que nesta serra existe uma povoação castreja, mas não sei se terá alguma correlação.
Também me foi dito que poderá ser uma marca divisória de limite de terreno, o que acho estranho pois foi a unica marca que vi em toda a minha vida por aqueles montes.
Mas a minha duvida persiste, porquê nas suas partes extremas terminarem numa forma redonda? E qual o seu significado?
Agradeço a quem possa saber que me ajude a tirar uma duvida que tenho desde a minha infância.

Finalmente! Um ano depois, e por mero acaso inscrevi-me num curso livre de Arte e História da cidade do Porto. Como primeira sessão, o tema era Porto Antigo, cujo período referenciado era a das origens do povoamento ao período romano, incidindo desde os 1000 anos a.c. até aos 400 anos d.c.
Esta "aula" foi dada por um professor doutor Armando Coelho, da faculdade de Letras, de que nunca tinha ouvido falar, mas muito conceituado por toda a gente da área da arqueologia, historia, letras, etc... (peço desculpas pela minha ignorância).
Quero então eu dizer, que no decorrer da sua palestra e no desenvolvimento da evolução da cidade, isto é, "civitas" do Porto é abordada a temática da civilização "castreja" que proliferaram por todo o Noroeste do País e Galiza.
A cidade do Porto teve o seu núcleo no morro da Sé, cuja características administrativas e territoriais se localizavam na margem direita do rio Douro e se influenciavam para o seu interior abrangendo as terras da Maia, Paços de Ferreira, Penafiel e Gondomar sendo o pressuposto da sua civilização definida por três ordens: crença/religiosidade, fertilidade e produtividade.
Esta área territorial está caracterizada de Callecia (Callaeciae), também conhecidos pelos Calaicos.
A "Cal" - significado de pedra, fortaleza, duro, e acaba etimologicamente por decair em Calle, designação da cidade do Porto, na época antiga.
Na mesma palestra vem, o Dr. Armando Coelho, também dar a conhecer ao auditório de uma recente descoberta, de uma cruz, perto do castro de Vandoma/Baltar, que acrescenta na sua fundamentação ser a centralidade do território deste núcleo Calaico, que é Vandoma.
Ora, Vandoma, segundo a sua definição - "Casa de Deus", terá sido o motivo simbólico que deu origem à padroeira da cidade do Porto, tendo sido direccionado, ao longo do tempo, para a cidade do Porto por se ter tornado de maior predominância económica e estratégica (ver nota à parte).
Quanto à "cruz", o Dr. Armando Campos, defende que a sua simbologia pretende significar a divisão do nucleo em quatro unidades estruturais, a área do Porto - Cal (pedra); a da Maia - Mad (terra); a de Paços de Ferreira - Fid (floresta) e Anegia (abarcando as terras do Vale do Sousa, isto é, de Penafiel, Marco, Gondomar e Paiva).
Espero ter sido esclarecedor com esta exposição, sendo que poderei não ter sido perfeito em virtude de poder estar a introduzir alguns conceitos com desvios e incorrecções, contudo aqui fica algo de novo.
(agradecimento especial ao Dr. Armando Coelho e à Drª. Maria Antónia por terem divulgado e difundido esta nova marca cruciforme no conceito "castrense" centralizada nesta região com valorização do concelho Paredes).


Nota à parte:
A tese acima referida pelo Sr. Dr. Armando Coelho pretende fazer cair por "terra" todo o conceito generalizado sobre a origem da padroeira do Porto, Nª. Srª. de Vandoma, conforme é descrito neste texto retirado da Wikipédia.

"Nossa Senhora do Porto (ou Nossa Senhora do Porto da Eterna Salvação) ou Nossa Senhora de Vandoma é uma das invocações à Virgem Maria na Igreja Católica.
A devoção tem sua origem em um episódio conhecido como Armada dos Gascões, ocorrido em Portugal no período da Reconquista. Terá surgido por volta do ano 990, na altura em que o nobre português D. Munio Viegas liderou uma armada de cavaleiros originários da Gasconha que, ao desembarcarem na foz do rio Douro, combateram os mouros que dominavam a região do Porto. Junto com os gascões estava o bispo da localidade francesa de Vendôme D. Nonego, que segundo de crê trouxera consigo uma cópia da imagem de Nossa Senhora que havia na Catedral de Vandoma.
Segundo a tradição, D. Munio e os franceses, após a vitória sobre os mouros e a retomada a cidade, reergueram as muralhas da cidade. E nelas tinha como uma das saídas principais, da fortificação a chamada porta de vandoma onde terá sido colocada a referida imagem de Nossa Senhora de Vandoma, atualmente exposta na Sé do Porto, para o recordar.
A cidade consagrou a Nossa Senhora de Vandoma como sua padroeira, devoção que até hoje ilustra o brasão de armas do Porto.
A imagem foi venerada pela população, que a levou a percorrer as suas ruas em procissão, principalmente durante os períodos de epidemias que assolaram o Porto e regiões vizinhas."
(texto retirado da Wikipedia)


13 de maio de 2012

Casa da Agrela, Duas Igrejas

Rua da Agrela, Duas Igrejas, Paredes - Portugal
Do que há memória a casa e quinta pertenceu ao Capitão António José Ribeiro Leal, natural do Porto, tendo casado com Joana Aurélia da Silva,
Esta Quinta da Agrela, com solar brasonado e capela, ainda existentes, foi herança do primeiro matrimónio do Capitão António José Ribeiro Leal com a senhora Dona Miquelina de Sousa Coelho de Barbosa, filha do Capitão Domingos de Sousa Rodrigues e de Dona Maria Clara Rosa Coelho de Barbosa.
Este brasão insere-se numa entrada lateral à casa, existindo um outro na fachada da habitação, de estilo feminino, com outra titularidade.
O brasão apresenta o seguinte descritivo:
forma: português ou boleado
leitura: esquartelada
I - Ribeiro
II - Cunha (?) Moreira (?)
III - Barbosa (pouco legivel ?)
IV - Ilegivel
Elmo tarado a 3/4 à direita, com paquife com plumas
Timbre Ilegivel
O escudo assenta sobre caixilho

Em 5/1/2014, através do facebook, Francisco Gama, acrescenta o seguinte.

"Esta casa pertenceu a Miquelina Coelho Barbosa, natural de Deus Igrejas. Casou com o capitão António José Ribeiro, natural da freguesia da Vitória, Porto, faleceu a 22/01/1856 em Duas Igrejas, filho de António José Ribeiro Leal e de sua mulher Ana Joaquina S. Boaventura, moradores na rua de Trás, freguesia da Vitória. Tiveram pelo menos uma filha Francisca Carolina Leal que casou com um Narciso José Moreira Lopes. Não sei se este casal foi dono da casa. Sei que o dito capitão casou e 2ª núpcias com Joana Aurélia da Silva, natural da freguesia de Santo Ildefonso, faleceu a 25/05/1883 em Duas Igrejas, filha de Estevão António da Silva e de sua mulher Mariana Felizarda da Costa, moradores na rua do Almada, Porto".
Agradeço as informações prestadas, pois ajudam a incluir mais informação a estas casas e brasões.

6 de maio de 2012

Fonte da Srª. de Campanhã - Porto

Rua de Bonjóia, Campanhã, Porto - Portugal
Conta a lenda que em 1722, um ano de grande seca, os habitantes de Campanhã fizeram uma procissão em honra a nossa Senhora.
A imagem caiu do andor e partiu uma mão e no local da queda brotou água no dia seguinte.
A fonte que então nasceu existe ainda na Rua de Bonjóia, com algumas alterações depois da construção da Via de Cintura Interna do Porto.
Existe também um cruzeiro em memória do milagre e uma capela que foi inaugurada em Julho de 1967, perto da mesma fonte.
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Nossa_Senhora_de_Campanh%C3%A3)